Teria a esquerda brasileira tomado calmantes?

Argentina, Chile, Peru… Lá, multidões ocupam as ruas e desafiam golpismos. Mas aqui progressistas apegam-se à defesa da ordem. Precauções beiram o medo. Assim, eles acomodam-se à barbárie – e renunciam um horizonte político emancipador

Por Uribam Xavier, no Segunda Opinião

Quando Euclides da Cunha, na sua obra maior “Os sertões”, publicada em 1902, afirmou que “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”, talvez quisesse dizer, embora o sertanejo tenha resistido e derrotado por duas vezes as forças armadas, que ele era capaz de sobreviver às adversidades naturais do sertão e à exploração e ao domínio dos donos do capital, atributo que os dotavam de capacidades diferenciadas para suportar a servidão. Hoje, porventura, estamos constatando que parte dos brasileiros, aquela que se identifica com o pensamento político de esquerda e portadora de um pensamento crítico, seja portadora do medo de rupturas estruturais e do conflito violento com o poder, talvez, por medo de perder os privilégios de classe média num país de desigualdade brutal, comportamento bem diferente dos setores de extrema direita e fascistas que vêm se consolidando no país depois do golpe de 2016. Estes, com objetivos fascistas, colocam-se contra a ordem e forçam as esquerdas a serem o seu guardião, pois renunciaram a um horizonte político emancipador. (mais…)

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O que eles estão pensando? Estadão: “A democracia precisa do Supremo”

Enquanto a Folha de São Paulo se dedica a defender quem usa rede social para fazer enquete sobre o assassinato do presidente da República, o Estadão abre editorial em defesa do Supremo e da democracia. Diz ele: “não poucas vezes o STF poupou o País dos efeitos mais nefastos da agenda reacionária de Jair Bolsonaro. Tanto que o custo dessa altivez foi o ódio dos bolsonaristas não só à Corte, cuja sede foi a mais vandalizada em 8 de janeiro, mas aos seus ministros e familiares”. E acrescenta; desqualificar a Suprema Corte “é desqualificar a própria ideia de Justiça como alternativa civilizatória à barbárie.” Vale ler.(TP)

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AGU responde a editorial da Folha que defendeu jogador de vôlei

Jornal disse que o jogador “é um profissional do setor privado”. AGU rebateu: “os fatos ocorridos nos últimos quatro anos mostram que normalizar condutas criminais é perigoso”

No Brasil 247

A Advocacia-Geral da União (AGU) reagiu ao editorial da Folha de S. Paulo deste sábado (4), que chama de  ‘bola fora’ a decisão da AGU defender o banimento do jogador de vôlei Wallace, que incitou o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). (mais…)

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Forças Armadas no governo Bolsonaro deixaram de agir na Terra Yanomami em sete ocasiões

O ápice da atuação de mais de 20 mil invasores foi em 2022, último ano do governo

Por Vinicius Sassine, no Yahoo

Durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), as Forças Armadas deixaram de atuar no combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami ou tiveram uma atuação insuficiente em, pelo menos, sete ocasiões —o que enfraqueceu ações policiais e contribuiu para a expansão da atividade criminosa no território. (mais…)

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Saiba quem é e o que disse o policial legislativo do Senado investigado por atos golpistas

Alexandre Hilgenberg é servidor desde 1996; no dia 8 de janeiro ele pediu apoio à invasão do Congresso em suas redes

Por Alice Maciel, na Agência Pública

O Policial Legislativo do Senado Federal, Alexandre Hilgenberg, que foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na manhã de hoje (3/2) na investigação dos atos golpistas, pediu apoio nas redes sociais à deputada federal Bia Kicis (PL-DF) no momento em que o Congresso Nacional era invadido no dia 8 de janeiro. “Bia, vá URGENTE ao CONGRESSO… precisamos do teu apoio”, escreveu ele às 15h17, em resposta a um tuíte da deputada bolsonarista. (mais…)

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Um sentido inusitado do 8 de janeiro

Ultradireita insuflou seu embrião de pátria-cristã. Política mesclou-se a catarse religiosa. Todo vestígio de República deve ser profanado, virando do avesso o sentido de revolução: caso ocorra no país, ela será verde-amarela, nunca vermelha

Por 

1. Trégua?

O bolsonarismo não dá trégua. No governo, a metralhadora de maldades do seu líder pautou a vida pública do país. Na oposição, sequer concedeu a Lula o primeiro domingo para descansar, como Deus mandou. Se havia expectativa de uma pacificação nacional, o sonho acabou. (mais…)

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