Exclusão digital em comunidades tradicionais de MG atingidas por conflitos socioambientais é tema de dossiê

Levantamento inédito feito pelo Coletivo Margarida Alves foi lançado em maio e mapeou informações de trinta territórios que vivenciam violações de direitos

Por Laura de Las Casas, Coletivo Margarida Alves

O Coletivo Margarida Alves lançou no dia 21 de maio a pesquisa “Acesso a Internet e o Exercício de Direitos”. O material aborda, por meio de dados, como trinta comunidades tradicionais de Minas Gerais que vivenciam conflitos socioambientais são impedidas de participar das decisões sobre seus territórios pela falta do acesso digno m internet. O trabalho traz uma abordagem do acesso m internet como um direito humano, que deve ser garantido pelo poder público. Também contempla a situação do acesso m internet no Brasil nos últimos anos ao resgatar as políticas públicas de inclusão digital e, finalmente, traz repercussões, recomendações e apontamentos para ações possíveis na construção de caminhos. (mais…)

Ler Mais

O inexorável. Por Eugênio Bucci

Trégua de seis meses nas pesquisas sobre Inteligência artificial não vai resolver nada. Olhe com ternura e compaixão para o mundo à sua volta, pois ele vai desaparecer num suspiro.

Em A Terra é Redonda 

De umas poucas semanas para cá, o historiador israelense Yuval Noah Harari escreveu um par de artigos afirmando que a inteligência artificial (IA) “hackeou” o “sistema operacional” da espécie humana. Trata-se de uma metáfora: “sistema operacional”, aqui, significa linguagem. A máquina finalmente dominou nossas formas de expressão e comunicação – e o perigo que isso representa é inédito, colossal, maior do que qualquer outro que tenhamos conhecido antes. (mais…)

Ler Mais

A regulação das plataformas e o projeto nacional

Regrar conteúdos pode ser fútil, sem um passo a mais. País precisa desenvolver suas próprias plataformas intermediárias e de aplicativos – e deixar de depender das Big Techs. É possível, como mostram a China e as iniciativas na Saúde

Por César Bolaño*, em Outras Palavras

No último 25 de abril, o Comitê Gestor da Internet do Brasil realizou um seminário, em Brasília, por ocasião do lançamento de consulta pública sobre regulação de plataformas digitais. Participaram representantes do governo, da academia, do empresariado e do chamado terceiro setor, formando um painel bem representativo do debate atual sobre o tema na sociedade civil brasileira. Duas temáticas gerais dominaram as apresentações: a polêmica ideia de regulação de conteúdos, que é sem dúvida o grande norte dos argumentos pró e contra a regulação hoje no país, e a perspectiva de defesa da concorrência. (mais…)

Ler Mais

IAgora: inteligência artificial e alienação. Por Mauro Luis Iasi

Aquilo que a IA acessa em seu banco de dados não é a inteligência artificial, mas o conjunto de saberes e experiências humanas objetivadas, distanciadas de seus criadores e que voltam a ele como uma força hostil que os ameaça. Em outras palavras, aliena-se.

“O cérebro eletrônico comanda
Manda e desmanda
Ele é quem manda
Mas ele não anda”
Gilberto Gil (Cérebro eletrônico, 1969)

No Blog da Boitempo

Em uma brilhante charge, que infelizmente não sei quem é o autor, vemos uma pessoa perguntado a outra se ela se preocupa com o avanço da inteligência artificial e o outro responde que não, que se preocupa mais com o retrocesso da inteligência natural. (mais…)

Ler Mais

Internet: falta debater o essencial

Regular as Big Techs, como propõe o projeto que tramita no Congresso, é essencial. Mas só resolve a parte menor do problema. É preciso voltar à luta por uma rede livre das corporações – que a esquerda abandonou, para alegria dos fascistas

por Rafael Evangelista, em Outras Palavras

No Brasil, o debate sobre como regular o funcionamento das redes sociais tem acontecido via PL 2630/2020, equivocadamente apelidado de “PL das Fake News”. Mas o tema cresce em todo o mundo. O escopo varia. Na lei européia, no Digital Services Act (DSA), foram listadas 19 plataformas, todas com grande número de usuários (“very large platforms”), de redes sociais a mecanismos de busca, passando por mercados digitais, como Amazon e Aliexpress. O projeto brasileiro deixa os mercados de fora, mas inclui serviços de mensagem, como WhatsApp e Telegram. O DSA europeu foi concebido tendo a seu lado um gêmeo, para dar conta do lado econômico. É o Digital Markets Act, ou DMA, onde se desenham políticas em favor da soberania digital europeia. Nesse aspecto, o projeto de regulamentação brasileiro é manco. Poderia ser descrito como um projeto de regulação de redes sociais mais mecanismos de busca, e não como uma lei abrangente para plataformas digitais. (mais…)

Ler Mais

O google eleitor. Por Eugênio Bucci

O que o google levou a público no primeiro de maio foi um editorial opinativo, como se fosse um jornal comum. Agiu como se fosse imprensa

Em A Terra é Redonda

A gente já conhecia o google translator (vulgo “tradutor”), o google meet, o google calendar, o google isso e o google aquilo. São muitos, sortidos, como as diversas cabeças de uma hidra esperta. Agora, no transcurso do feriadão de primeiro de maio, o Brasil foi apresentado ao google eleitor. Este é o tal que toma parte em processos decisórios de uma nação soberana – a saber, o Brasil. Interfere abertamente numa deliberação que deveria se restringir aos eleitores desta terra e aos seus representantes no parlamento. O google eleitor é meio “entrão”: exerce a cidadania que, até a semana passada, não tinha. (mais…)

Ler Mais

Quais os limites do Chat GPT na Saúde?

Em debate promovido por Outra Saúde e ELA-IA, o pesquisador Wellington Pinheiro dos Santos reflete sobre as possibilidades e perigos da nova ferramenta. E instiga: é hora do Brasil aproveitar nova brecha para construir tecnologias públicas

por Alessandra Monterastelli, Outra Saúde

Na década de 1940, Alan Turing, matemático britânico, elaborou uma teoria após sua observação sobre uma brincadeira comum nas casas inglesas da época. Uma pessoa ficava de um lado de uma cortina e fazia uma pergunta; do outro lado da cortina, um rapaz e uma moça deveriam elaborar uma resposta, escrevê-la em um pedaço de papel e passá-la debaixo da cortina. A pessoa que fez a pergunta deveria adivinhar de quem era a resposta. Turing, então, disse que chegaríamos à inteligência artificial no dia em que, se atrás da cortina estivessem um rapaz e um computador, a pessoa que recebesse as respostas para a sua pergunta não soubesse diferenciar qual delas foi escrita por um humano e qual por uma máquina. (mais…)

Ler Mais