Itaipu na ditadura: mais de 100 operários mortos e 43 mil acidentes na construção

Documentos, depoimentos exclusivos e um assassinato não esclarecido ligam hidrelétrica a violações no regime de exceção

Por André Borges, Agência Pública

Lygia Jobim tinha 29 anos e estava grávida de três meses quando recebeu a notícia de que seu pai tinha desaparecido. Era início de tarde de uma quinta-feira, dia 22 de março de 1979. O embaixador José Jobim tinha saído de sua casa, no bairro de Cosme Velho, na zona sul do Rio, para visitar um amigo jornalista. O diplomata se preparava para escrever um livro sobre as negociatas que permearam a construção da hidrelétrica de Itaipu, na fronteira entre o Brasil e Paraguai. (mais…)

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Morre Wladimir Pomar, militante histórico da esquerda brasileira

Wladimir Ventura Torres Pomar nasceu em Belém do Pará, no ano de 1936, lutou contra a ditadura militar do Brasil e foi um dos primeiros brasileiros a decifrar corretamente o ‘enigma chinês’

Por Valter Pomar, Opera Mundi

Wladimir Pomar completaria 87 anos no dia 14 de julho de 2023.

Havia planos de festejar a ocasião, chamando amigos, camaradas e a “grande família”: quatro bisnetos e três bisnetas, sete netos e quatro netas, três filhos e sua esposa Rachel. (mais…)

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Racismo, perseguição e assassinatos nas instalações da CSN nos anos da ditadura

Entre prática de torturas e matar funcionário, empresa cometeu 11 tipos de violações aos direitos humanos

Por André Borges, Agência Pública

Eram 6 horas da manhã do dia 1° de abril de 1964, quando João Alves dos Santos Lima Neto, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, chegou na entrada da Usina Presidente Vargas, um complexo siderúrgico instalado na região sul do Rio de Janeiro. Poucas horas antes, os militares haviam declarado o golpe de estado no País. Lima Neto, com o apoio de algumas lideranças operárias, se mobiliza para somar resistência à tomada de poder. O plano era reunir os trabalhadores da usina e decretar greve geral na principal unidade de produção de aço do Brasil, uma cidade industrial erguida em Volta Redonda e conhecida como Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), à época, uma estatal. (mais…)

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Grupo dono do Arroz Tio João teria metralhado de helicóptero casa de posseiros na ditadura

Documentos e relatos apontam ainda a participação da empresa em conflitos armados no Pará durante o regime de exceção

Por Dyepeson Martins, Agência Pública

Era início dos anos 1980, governo do general João Figueiredo, o último presidente da ditadura militar. Naquele momento, a pressão pela reabertura política no Brasil se intensificava ao passo que a perseguição e a violência cresciam exponencialmente em Viseu, Norte do Pará. A repressão no município, distante 320 quilômetros de Belém, capital do estado, se concentrava principalmente na antiga Gleba Cidapar — região com vilas, garimpos e uma população de aproximadamente 10 mil pessoas. Foi onde Raimundo* passou a maior parte da vida e convivia com o medo da família em meio à disputa por terras. (mais…)

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Cobrasma lucrou milhões ao apoiar ditadura e reprimir movimentos sociais

Relatórios revelam participação da metalúrgica em episódios que levaram ao endurecimento do regime

Por Vasconcelo Quadros, Agência Pública

Gigante da indústria de base durante a ditadura, a Cobrasma (Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários S.A.), carro-chefe do conglomerado gerido pela família Vidigal, teve um papel mais robusto na parceria entre empresários e militares antes e depois do golpe de 1964. Relatórios aos quais a Agência Pública teve acesso revelam que dirigentes da empresa tiveram participação ativa na conspiração que resultou no golpe, nos episódios que levaram ao endurecimento do regime militar. Mais tarde, já nos anos de chumbo, um de seus conselheiros colaborou com o “caixinha” que bancou a Operação Bandeirantes (OBAN), a ação mais forte dos órgãos militares e policiais na repressão que dizimou as organizações da esquerda armada. (mais…)

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Companhia Docas se aliou à ditadura para monitorar funcionários no Porto de Santos

Documentos obtidos com exclusividade pela Pública revelam a relação da empresa com o DOPS na repressão aos trabalhadores

Por Dyepeson Martins, Agência Pública

No Porto de Santos, uma embarcação da Marinha se tornou também um símbolo da violência da ditadura militar: o navio-prisão Raul Soares, que atracou nas docas em 24 de abril de 1964, menos de um mês depois de os militares tomarem o poder. O local serviu de espaço para torturas físicas e psicológicas. Os presos ficavam incomunicáveis e viviam em condições insalubres, sem acesso a banheiros e alimentação adequada. (mais…)

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Petrobras participou de tortura e monitorou orientação sexual de funcionários na Ditadura

Documentos exclusivos mostram que na ditadura a estatal também criou órgão de vigilância para reprimir “subversivos”

Por Dyepeson Martins, Agência Pública

A dificuldade de acesso a uma refinaria de petróleo, em São Francisco do Conde, no interior da Bahia, levou à construção de alojamentos para os funcionários da unidade, gerenciada pela Petrobras entre 1953 e 2021. Um dos espaços que deveria ser usado para descanso no intervalo de trabalho, no entanto, foi transformado num centro de torturas de pessoas consideradas “subversivas”, após o golpe que inaugurou a ditadura militar no Brasil, em março de 1964. (mais…)

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