Rebelião dos marinheiros da Armada brasileira contra o uso dos castigos corporais foi liderada por João Cândido, que ficaria conhecido como o Almirante Negro. Foi o primeiro marinheiro a comandar, durante cinco dias, uma frota de navios, entre os quais dois modernos couraçados.
por Luís Leiria, em Buala
“[O algoz] apanhava uma corda mediana, de linho, atravessava-a de pequenas agulhas de aço, das mais resistentes e, para inchar a corda, punha-a de molho com o fim de aparecerem, apenas, as pontas das agulhas. A guarnição formava e vinha o marinheiro faltoso algemado. O comandante, depois do toque de silêncio, lia uma proclamação. Tiravam as algemas das mãos do infeliz e o suspendiam nu da cintura no pé de carneiro, ferro que se prende à balaustrada do navio. E então, Alípio, o mestre do trágico cerimonial, começava a aplicar os golpes. O sangue escorria. O paciente gemia, suplicava, mas o facínora prosseguia calmamente o seu mister degradante. Os tambores, batidos com furor, sufocavam os gritos. Muitos oficiais voltavam o rosto para o lado. (…) A marinheirada, possuída de repulsa e de profunda indignação concentrada, murmurava:
(mais…)
Ler Mais