Pescadores e cientistas são unânimes: Belo Monte matou os peixes do Rio Xingu

por João Paulo Guimarães, em Mongabay

  • Sete anos após o início das operações da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, pescadores confirmam o que cientistas vêm constatando em estudos: os peixes desapareceram do Rio Xingu.
  • O maior impacto foi na dispersão de frutos por parte de peixes frugívoros: com a vazão do rio reduzida, os frutos agora caem em áreas secas, fazendo com os que os peixes busquem alimento em outros territórios e comprometendo toda a cadeia alimentar acima deles.
  • Os pescadores até hoje aguardam a reparação da Norte Energia, consórcio de empresas responsável pela construção de Belo Monte, que reassentou as famílias em áreas distantes das áreas de pesca e descumpriu promessas de entrega de equipamentos.

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Belo Monte “quebrou a resistência dos povos indígenas” e “é um abacaxi político a ser resolvido”. Entrevista especial com Rodolfo Salm

“Ando muito pessimista diante do domínio da Norte Energia sobre os povos indígenas. Se, em 2012, havia uma divisão entre os que eram contra e a favor de Belo Monte, hoje a sensação que tenho é que existe um domínio quase absoluto sobre os povos indígenas”, afirma o biólogo e professor da Universidade Federal do Pará – UFPA

Por: Patricia Fachin, em IHU

A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, localizada no Rio Xingu, Pará, na Bacia hidrográfica do Rio Amazonas, inaugurada oficialmente há sete anos e em plena operação há quatro, ainda não cumpriu todas as condicionantes atreladas à possibilidade de construção e funcionamento da obra e segue operando, mesmo com a licença de operação vencida desde 2021. (mais…)

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A solução para o caos ambiental de Belo Monte está na mesa do Ibama

Pesquisadores indígenas, ribeirinhos e da academia apresentaram à Procuradoria-Geral da República dados alarmantes que mostram: o Rio Xingu está morrendo

por Clara Roman, no ISA

O pulso do Rio Xingu é o que garante a vida do próprio rio e de todos os seres que o habitam. Os povos indígenas e ribeirinhos da Volta Grande do Xingu – trecho do rio logo após o barramento da Usina Hidrelétrica de Belo Monte – sempre souberam disso. (mais…)

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Os 8 mil metros cúbicos por segundo que destroem a Volta Grande do Xingu

Graças ao pedido de impugnação do seminário que discutiu o sequestro da água pela usina de Belo Monte, os pesquisadores descobriram que a vazão que está causando uma catástrofe humanitária e ambiental na Amazônia foi definida a partir de um estudo frágil e precário, que jamais permitiria determinar o volume necessário para a reprodução da vida

por HELENA PALMQUIST, em Sumaúma

Oito mil metros cúbicos por segundo. Esse é o número central do debate sobre a catástrofe ambiental e humanitária provocada por Belo Monte na Volta Grande do Xingu – como é chamado o trecho de 130 quilômetros de uma das regiões mais biodiversas da Amazônia. Oito mil metros cúbicos por segundo é a quantidade máxima de água do rio que a Norte Energia, concessionária da hidrelétrica, destina para o funcionamento de todos os sistemas ecológicos e para a vida dos povos indígenas e das comunidades tradicionais ribeirinhas da região, durante apenas um mês por ano, para simular o pico da cheia do rio, que nas condições naturais alcançaria quase o triplo desse volume: 22 mil metros cúbicos. Oito mil metros cúbicos por segundo é a quantidade de água que condena centenas de espécies de peixe à morte, por não conseguirem se reproduzir, e tira a proteína da mesa dos habitantes da Volta Grande. Oito mil metros cúbicos por segundo é a quantidade de água que pode matar 70% das florestas alagáveis da região. (mais…)

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A ruína de Belo Monte e o enigma da foz do Amazonas encaram o novo presidente do Ibama

Em entrevista a SUMAÚMA, Rodrigo Agostinho afirma que a decisão sobre o projeto da Petrobras de explorar petróleo na costa do Oiapoque será tomada com o exame ‘de todos os impactos possíveis e imagináveis’ e que a licença da hidrelétrica só será renovada se a ‘vida do rio Xingu estiver garantida’

por CLAUDIA ANTUNES, em Sumaúma

Rodrigo Agostinho, o novo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), precisa se desdobrar. Antes mesmo de assumir o cargo, no fim de fevereiro, ele já acompanhava a emergência na Terra Indígena Yanomami. Agora, tem diante de si uma tarefa de dimensões continentais: a desintrusão de terras indígenas invadidas pelo garimpo, ajudar a deter o desmatamento da Amazônia e de outros biomas, como o Cerrado, e a decisão em ao menos dois processos de licenciamento ambiental de extrema sensibilidade. Estão na sua mesa a renovação da licença da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, onde a devastação provocada em sete anos de operação mostrou o que acontece quando as recomendações do próprio Ibama são ignoradas, e o pedido da Petrobras para explorar petróleo em alto-mar na bacia da foz do Amazonas, abrindo uma “nova fronteira” para o combustível fóssil em meio a incertezas sobre as consequências sociais e ecológicas. Para enfrentar todos esses desafios urgentes, Rodrigo Agostinho conta com um instituto sucateado no governo Bolsonaro. (mais…)

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Marina Silva: ‘Na minha opinião pessoal, a Petrobras não pode continuar a ser uma empresa de petróleo’

Em entrevista exclusiva a SUMAÚMA, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, fala sobre temas espinhosos como a exploração de combustíveis fósseis na foz do Amazonas e a renovação da licença de operação da desastrosa hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu

por ELIANE BRUM, em Sumaúma

Até chegar à sala de Marina Silva, no Ministério do Meio Ambiente e (felizmente, agora também) Mudança do Clima, passei por vários funcionários empolgados. Há uma visível animação nos corredores do prédio modernista da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Para aqueles que sobreviveram aos anos de Jair Bolsonaro e seus ministros contra o meio ambiente, Ricardo Salles e o menos histriônico – mas não menos destrutivo – Joaquim Álvaro Pereira Leite, a mudança é tão radical que nem parece o mesmo prédio. Para os que chegaram agora ou retornaram depois do longo e tenebroso inverno que durou quatro anos que pareceram 40, a ideia de poder voltar a trabalhar a favor do meio ambiente vira essa alegria que é potência de agir, tão presente na floresta amazônica. E isso mesmo sabendo que voltaram para terra literalmente arrasada e que os desafios são imensos. Seriam em qualquer contexto, mas se tornam muito maiores numa estrutura material e humana “amputada”, reproduzindo a palavra que a ministra usa na entrevista a seguir, e com um orçamento que, apesar do aumento conquistado durante a transição, ainda é muito menor do que as necessidades. (mais…)

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‘No momento que cortaram ao meio o Xingu e o sangraram, também fomos sangrados’

Pescador-escritor, o ribeirinho escreve para liberar os sentimentos represados pela dor de testemunhar o impacto de Belo Monte no rio que é sua vida

por RAIMUNDO DA CRUZ E SILVA, VOLTA GRANDE DO XINGU/PARÁ, em Sumaúma

Essa narrativa que eu vou fazer agora e vou apresentar para vocês fala da visão de um ribeirinho, de dentro do rio, da Volta Grande do Xingu e do TVR [Trecho de Vazão Reduzida]. Como era antes nosso rio e como está agora. Então, vamos lá. O colapso de um rio e a visão de um ribeirinho. A esperança e o colapso do nosso rio. A omissão de um empreendimento e a exclusão de um povo. Isso é de que nós vamos falar. Então, vamos lá. (mais…)

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