“E agora estamos vivendo um outro e mais assombroso momento, com a entrada em cena de Jair Bolsonaro. A situação que se anuncia é muito mais dolorosa e desastrosa. Estamos diante de um risco ainda mais aniquilador: da entrega da Amazônia”, escreve Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora – MG
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No seu belo livro, Estar vivo, o antropólogo Tim Ingold define de forma extraordinária o que entende por atenção. Ele diz: “Estar atento significa estar vivo para o mundo” [1]. É ao longo da vida que vamos tecendo nossas trilhas e delineando o mundo vital. Para isso, o que há de mais fundamental são nossas relações. Elas também compõem o ritmo e a alegria da nossa vida. Nesse itinerário de construção identitária, o habitar encontra um lugar decisivo. Para Tim Ingold, habitar é um verbo intransitivo, algo que “concerne à maneira como os habitantes, isolados e em conjunto, produzem as suas próprias vidas” [2]. Na visão desse antropólogo, com base em Heidegger, o habitar é o modo como os seres ganham inserção no mundo. Só na medida em que somos capazes de habitar é que podemos construir. Antes de pensar em qualquer empreendimento de construção é necessário verificar as condições que favoreçam verdadeiramente o habitar. (mais…)
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