Pessoa cristã é discípula de um piedoso ou de um mártir? Por Frei Gilvander Moreira*

Como pessoa cristã participo de Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), de Pastorais Sociais e de Movimentos Sociais Populares lutando por uma terra sem males que exige a superação do capitalismo, brutal máquina de moer vidas, e a construção de uma sociedade socialista com justiça econômica, democracia real, solidariedade social, responsabilidade social, ambiental e geracional, e respeito à imensa pluralidade cultural e religiosa existente no seio dos povos. Nos Encontros das CEBs, geralmente um dos momentos de oração e mística é fazer uma Caminhada com os/as Mártires com os estandartes com os rostos dos cristãos e cristãs que foram martirizados/as porque estavam comprometidos com a luta pela reforma agrária, com a defesa da Floresta Amazônica e todos os direitos humanos fundamentais e direitos da Natureza. Chico Mendes, Santo Dias, irmã Dorothy Stang, padre Ezequiel Ramin, padre Josimo, Mariele Franco, Dom Fhillips, Bruno Pereira e uma multidão de outros/as. Nos últimos 50 anos no Brasil, são mais de cinco mil mártires, a maioria foi tombada na luta pela terra e por território. O número de mártires anônimos é muito maior. (mais…)

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Fanon: A psicologia da opressão e da libertação

O que diria Frantz Fanon sobre o genocídio colonial e a onda de assassinatos ocorridos em Gaza e outros lugares?

Por Hamza Hamouchene, na Jacobin

“Para a Europa, para nós mesmos e para a humanidade…
precisamos elaborar novos conceitos e tentar criar um novo homem.”
– Frantz Fanon, Os condenados da Terra

O pensamento dinâmico e revolucionário de Frantz Fanon, sempre centrado na criação, no movimento e no devir, continua sendo totalmente profético, vívido, inspirador, analiticamente aguçado e moralmente comprometido com a desalienação e a emancipação de todas as formas de opressão. Fanon defendeu de forma contundente e convincente o caminho para um futuro em que a humanidade “avance mais um passo” e rompa com o mundo do colonialismo e com o molde do “universalismo” europeu. Ele representou o amadurecimento da consciência anticolonial e foi um pensador decolonial por excelência. Como uma verdadeira personificação do intellectuel engagé, ele transformou os debates sobre raça, colonialismo, imperialismo, alteridade e o que significa para um ser humano oprimindo outro. (mais…)

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A consolidação autoritária. Por Vladimir Safatle

A extrema direita já foi normalizada pelos políticos e pelos formadores de opinião

No A Terra é Redonda

No dia 16 de julho, Wilson Gomes publicou, no jornal Folha de S. Paulo, um artigo em que exortava a aceitar a normalização pretensamente inevitável da extrema direita.

Chamando as reações a tal processo de “dogmas” animados por alguma forma de cruzada moral contra setores muitas vezes hegemônicos das populações mundiais, o autor julgou por bem lembrar que, “se o voto é o meio consagrado pelas democracias para legitimar pretensões políticas”, não haveria razão alguma para agir como se a extrema direita não fosse democraticamente legítima. (mais…)

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A doença infantil da democracia. Por Eugênio Bucci

O prisma do entretenimento, que redefiniu a forma social da democracia, é a nossa doença infantil, tão risível quanto mortífera

No A Terra é Redonda

Por que eleições livres passaram a sufragar candidatos contrários às eleições livres? O que levou regimes baseados em direitos a consagrar lideranças que sabotam direitos?

De poucos anos para cá, essas indagações não saem da ordem do dia. Em 2018, dois professores de Harvard, Daniel Ziblatt e Steven Levitsky, lançaram um livro que interpelava o leitor: Como as democracias morrem? (Companhia das Letras). Analisando um período esquisito, com Donald Trump à frente de fake news e de arroubos autoritários, a dupla de autores flagrou o Estado democrático de direito carcomido por dentro. O perigo não viria de fora, mas de dentro. (mais…)

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Que horas são no relógio de guerra da OTAN? Por José Luís Fiori

em A Terra é Redonda

Os ponteiros do “relógio da guerra mundial” estão se movendo de forma cada vez mais acelerada

1.

Existe um sentimento generalizado de que o relógio da guerra está se acelerando, e é cada vez maior o número dos que falam da iminência de uma terceira guerra mundial, que seria nuclear[i] e catastrófica para toda a humanidade.[ii] Existem desdobramentos recentes no campo internacional que estão apontando, sem dúvida, nesta direção, a começar pelo avanço das tropas russas dentro do território de Donbass, junto com a convicção cada vez mais ampla de que já não há como reverter a derrota das tropas ucranianas, mesmo com a chegada dos novos armamentos que lhes serão entregue pelos Estados Unidos e seus principais aliados. (mais…)

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Os fundamentos míticos do capitalismo. Por Gil-Manuel Hernández i Martí

O mito de Ícaro ilustra as consequências desastrosas da ambição desmedida

IHU

“Todas as mitologias das culturas da terra nos alertam sobre a hybris: não podemos ser como deuses, porque pereceremos por causa disso. Na tradição grega, a hybris ou hubris é um termo que se refere à arrogância desmesurada, à falta de respeito pelos deuses e pela natureza. De modo que, a hybris na versão capitalista pode ser rastreada em narrativas míticas que apresentam personagens ou situações que refletem a busca desenfreada de poder, riqueza e sucesso, sem considerar as consequências morais ou sociais de suas ações”. A reflexão é de Gil-Manuel Hernández i Martí, professor titular do Departamento de Sociologia e Antropologia Social da Universidade de Valência, em artigo publicado originalmente na Revista 15/15\15 e reproduzido por Rebelión, 10-07-2024. A tradução é do Cepat. (mais…)

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Cesar Benjamim: ‘O sonho americano acabou. Dali, não vem mais nenhuma veleidade civilizatória, nem como farsa’

IHU

“Passou o tempo em que os Estados Unidos redesenhavam soberanamente o mapa-múndi, desagregando sociedades, fabricando vilões universais, criando e desmontando países em nome da liberdade. Para a potência em declínio, trata-se agora, apenas, de prolongar um morticínio muito lucrativo e, se possível, criar outros”, escreve Cesar Benjamin, escritor, em comentário publicado noFacebook, 14-07-2024.

Eis o comentário:

“Todos estamos acompanhando a evolução da crise política americana, que teve ontem um novo evento grave, com o atentado contra Donald Trump. O candidato ficou levemente ferido, mas correu risco de vida, pois um dos disparos transpassou sua orelha, a um centímetro do cérebro. Duas pessoas morreram – uma delas, o próprio atirador – e uma está gravemente ferida. (mais…)

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