O problema do medo na política. Por Laura Sabino

Enquanto a direita explora os temores criados pelo neoliberalismo, a esquerda brasileira se mantém paralisada para não desgastar um governo fragilizado pela força conservadora do Congresso, mídia e mercado. Mas como ensinou Antônio Gramsci e a história: só as lutas e mobilizações das massas podem mudar a correlação de força.

No Jacobina

Vivemos uma era governada pelo medo, pelo desespero e pelo sofrimento. Essa situação é agravada pela força da extrema direita brasileira — especialmente pelo bolsonarismo — que inventam fantasmas, tais como “fechamento de igrejas”, “kit gay”, “doutrinação comunista nas escolas” e até por frases absurdas como a de que a intenção dos “movimentos de luta pela moradia é tomar sua casa”. Apesar de serem falsas, essas mensagens não surgiram do nada. Há que se admitir, antes de tudo, que vivemos numa mudança de era caracterizada pelo caráter volátil do mundo do trabalho, pela precarização dos vínculos trabalhistas, pelo desemprego em massa e pela concentração de riquezas. (mais…)

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Mas Haddad diz que “ouve o país”. Qual?

Se é para revogar decretos por causa de tuítes irritadiços, melhor entregar a chave da Fazenda a algum faria limer que o usa o troco da “farinha” ou do almoço no Baleia Rooftop para comprar bots no X

Por Hugo Souza, no Come Ananás

Horas depois de baixar um decreto com novas regras para o Imposto de Operações Financeiras (IOF), o governo Lula decidiu recuar da taxação em 3,5% das aplicações feitas por fundos de investimento brasileiros no exterior. Esses fundos especulativos não pagavam nem IOF nem Imposto de Renda sobre o dinheiro que usam para fazer dinheiro fácil em outros países, ainda mais fácil e com menor risco que no Brasil. (mais…)

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A Cultura que precisamos para uma democracia transformadora. Por Cândido Grzybowski

No Sentidos e Rumos

Normalmente avaliamos as democracias de uma perspectiva quase exclusiva da política e do poder estatal vigente, incluindo aí o Congresso. Pessoalmente, tenho destacado a economia que aprisiona o poder estatal e o papel estratégico que pode ter a sociedade civil e as cidadanias ativas em disputa de hegemonia, como nos lembra Gramsci. Mas precisamos considerar a questão cultural cujo papel decisivo  cabe fundamentalmente à sociedade civil, pois tem a ver com solidariedade, valores éticos de cuidado, convivência e compartilhamento, entre todas e todos e a natureza.[1] (mais…)

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A Folha e a ‘expressão alheia’ no TikTok. Por Hugo Souza

Num passe – mais um – de naturalização da extrema-direita e seus subprodutos, o combate à misoginia e à violência psicológica virou, na Folha, tentativa de silenciar “forças oposicionistas”.

No Come Ananás

Em editorial publicado neste domingo, 18, a Folha de S.Paulo afirma que o “governo Lula gostaria de censurar TikTok e outras redes”. Trata-se de repetição com adaptação da velha – e infundada – ladainha de que regulação da mídia significa ataque à liberdade de expressão, acusação tão repisada pela imprensa corporativa ao longo dos governos do PT. (mais…)

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Brasil – o “sentido” da história. Por Valeiro Arcary

No A Terra é Redonda

Uma das peculiaridades brasileiras é que a classe dominante renunciou a uma revolução burguesa porque temia o desenlace de uma guerra civil, apavorada diante de uma maioria popular negra

1.

O desafio marxista é elaborar análises que ofereçam uma explicação ao desenlace das lutas sociais do passado. Atribuir “sentido” à história de uma nação não é uma previsão de destino, mas exige uma “régua”. A periodização política pode ser feita utilizando diferentes critérios. O mais instigante, longe de exclusivo, se inspira na luta de classes. Esse é o método marxista. (mais…)

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Uma leitura necessária sobre as identidades. Por Luis Felipe Miguel

Douglas Santos Alves oferece uma boa contribuição ao debate sobre o identitarismo, de uma perspectiva comprometida com a emancipação dos dominados

em Amanhã não existe ainda

A discussão sobre o chamado “identitarismo” é um verdadeiro campo minado – sobretudo para quem deseja tanto reconhecer a legitimidade e a importância das lutas de tantos grupos dominados quanto evitar a redução destas lutas à “identidade”. (mais…)

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Da morte do “São Francisco”, ao retorno para a vida, vejo o “Benjamim Guimarães”! Por José Carlos Costa

“O mineiro não tem audácias visíveis. Tem a memória longa. Escorrega por cima. Só quer o essencial, não as cascas. Sempre frequentado pelo enigma, retalhando-o em pedacinhos, como quando pica seu fumo de rolo. Gente muito apta ao reino dos céus. Não acredita que coisa alguma se resolva por um gesto ou um ato, mas aprendeu que as coisas voltam, que a vida dá muitas voltas, que tudo pode tornar a voltar.”

(Guimarães Rosa)

 Pirapora nunca foi uma cidade qualquer. É daquelas que têm o coração batendo do lado de fora: pulsa ao ritmo das águas do São Francisco. E foi ali, em 1926, que o vapor “São Francisco” aportou com o nome que era destino — um nome que, mais que batismo, era pertença. Irmão do “Wenceslau Braz”, vindo também do longínquo Amazonas, foi adquirido pela Companhia Indústria e Viação de Pirapora (CIVP) e, por mais de meio século, desenhou rotas sobre as águas do Velho Chico, transportando vidas, sonhos, histórias… (mais…)

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