Como Sahrãzãde curou um fanático. Por Abrao Slavutzky

em Terapia Política

Nas noites das “Mil e uma noites”, brilhava a sensualidade astuta de Saharãzãde. O livro transcorre na cama: o erotismo, a relação sexual, depois as histórias excitantes até o amanhecer. O começo foi quando o sultão descobriu a traição da sua primeira esposa e concubinas. A partir daí, ele ficou fanático contra as mulheres, se casava, tinha uma relação sexual e mandava matar ao amanhecer. (mais…)

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Europa: a guerra suja e o silêncio dos intelectuais. Por Boaventura de Sousa Santos

Diante do alarmante avanço do fascismo e da naturalização de conflitos sem fim, o mutismo de quem deveria denunciar a mentira e a falsificação dos valores. Autodemitidos de seu papel social, assistem apáticos à escalada imperial dos EUA

No Outras Palavras

Cada povo andou pelas ruas da Europa fora
com uma pequena tocha na mão; e agora, eis o incêndio.
(Jean Jaurès, 25 de julho de 1914, seis dias antes de ser
assassinado por um fanático militarista)

Os intelectuais não têm o monopólio da cultura, dos valores ou da verdade, e muito menos o monopólio do que se deva entender por qualquer desses “domínios do espírito”, como dantes se dizia. Mas também não podem demitir-se de denunciar o que, em seu entender, considerem ser destrutivo da cultura, dos valores e da verdade, sobretudo quando essa destruição ocorre supostamente em nome da cultura, dos valores e da verdade. Os intelectuais não podem impedir-se de saudar o sol antes que o dia nasça, mas também não podem deixar de avisar que muitas nuvens podem toldar o céu antes que a noite caia e impedir que se goze a claridade do dia. (mais…)

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Visões Políticas e Contradições Sociais. Por Cândido Grzybowski

em  Sentidos e Rumos

A questão maior para as cidadanias ativas brasileiras diante da difícil conjuntura carrega um duplo desafio. De um lado, conter e desmontar a ameaça fascista mais imediata. De outro e ao mesmo tempo, renovar a perspectiva democrática e lhe dar bases mais sólidas e virtuosas como processo transformador do capitalismo neoliberal à la brasileira e como modo de construir uma sociedade mais justa e sustentável, de direitos iguais na diversidade. Trata-se de um processo longo e profundo, para muitas gerações, mas que precisa ser encarado desde aqui e agora, como nosso compromisso existencial. Assim visto o desafio, precisamos ter presente que a tarefa é um desconstruir para construir, ou, construir destruindo. A democracia em frangalhos a que chegamos não é renovável pura simplesmente, pois está profundamente contaminada e esgarçada. Ela necessita de transformações profundas, que não foram realizadas no Brasil a partir do fim da ditadura militar e da conquista da Constituição de 1988. Felizmente, não voltamos à estaca zero, mas chegamos perto com os retrocessos que aconteceram após o golpe de 2016 e nos levaram ao desastroso governo de extrema direita e pregação fascista. O fato é que hoje sabemos mais onde incidir,  o que precisa ser feito e como fazer, apesar dos limites estruturais e políticos. (mais…)

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Princípios, Valores e Sentidos do Viver e Conviver Democrático: DISPUTA DE HEGEMONIA. Por Cândido Grzybowski

em Sentidos e Rumos

Estamos diante de uma possibilidade histórica real, no Brasil, de renovação democrática. Mas os desafios e obstáculos são muitos. Sabemos que o Governo Lula e sua equipe ministerial, apesar das dificuldades que vão enfrentar no próprio aparelho do Governo Federal (Forças Armadas e desmonte institucional do governo anterior), no Congresso (que obriga à buscar a conciliação política) e a ditadura dos rentistas do mercado (com seu dogma de ajuste fiscal), vai dar o melhor de si e com determinação para reconstruir instituições públicas e políticas, até mais vigorosas que aquelas dos governos petistas passados. Só que a renovação democrática só acontecerá de fato se as cidadanias ativas também renovarem seu ativismo e suas propostas naquilo que só elas podem fazer. (mais…)

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Luta por direitos, ética e comunicação. Por frei Gilvander Moreira*

Na era do celular e da internet (instagram, whatsapp, facebook, tiktok etc) está muito mais difícil o Estado e a classe dominante sustentarem sua hegemonia primando exclusivamente pelo emprego da força bruta militar. A classe dominante lança mão dos grandes meios de comunicação e da internet para colocar na pauta do cotidiano das pessoas o entretenimento, o economicismo e a violência (tríade que atualiza a política do “pão e circo”), tudo isso trombeteado aos quatro ventos. Assim, mais escondendo do que revelando, o poder midiático se tornou ‘o maior partido político’, pois constrói falsos consensos que ‘legitimam’ a ação repressora do Estado e da classe dominante. (mais…)

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O Brasil verde-amarelo é um país sem cor. Por Vinício Carrilho Martinez e Márcia Camargo

Nós sentimos todas as dores do mundo, mas hoje nos dói profundamente a dor das 500 crianças mortas pela má fé que lhes trouxe a morte

No A Terra é Redonda

Muitas pessoas dizem o que sentem. Assim, algumas pessoas dizem que um mês há uma sensação de que já se transcorreram vários anos. Seriam anos de alívio pela defenestração do fascismo no comando do Estado, e ainda que seus efeitos sejam longevos na fruição da sociedade. (mais…)

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Participação e Autonomia na Luta por Direitos. Por frei Gilvander Moreira*

Em uma sociedade capitalista com uma brutal desigualdade socioeconômica e política, compreendemos a luta pela terra, por território e por moradia como sendo uma pedagogia de emancipação humana que, sob certo sentido, desconstrói uma educação integradora no sistema do capital como “aquele cujo real objetivo, consciente ou inconscientemente, é integrar o indivíduo à sociedade, tornando-o um bom cidadão, isto é, uma pessoa de ordem, por meio da inculcação da ideologia dominante. Dessa forma, a educação inclusiva é fator fundamental para a reprodução da sociedade” (HERNÁNDEZ, 2005, p. 48). (mais…)

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