A doença infantil da democracia. Por Eugênio Bucci

O prisma do entretenimento, que redefiniu a forma social da democracia, é a nossa doença infantil, tão risível quanto mortífera

No A Terra é Redonda

Por que eleições livres passaram a sufragar candidatos contrários às eleições livres? O que levou regimes baseados em direitos a consagrar lideranças que sabotam direitos?

De poucos anos para cá, essas indagações não saem da ordem do dia. Em 2018, dois professores de Harvard, Daniel Ziblatt e Steven Levitsky, lançaram um livro que interpelava o leitor: Como as democracias morrem? (Companhia das Letras). Analisando um período esquisito, com Donald Trump à frente de fake news e de arroubos autoritários, a dupla de autores flagrou o Estado democrático de direito carcomido por dentro. O perigo não viria de fora, mas de dentro. (mais…)

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Que horas são no relógio de guerra da OTAN? Por José Luís Fiori

em A Terra é Redonda

Os ponteiros do “relógio da guerra mundial” estão se movendo de forma cada vez mais acelerada

1.

Existe um sentimento generalizado de que o relógio da guerra está se acelerando, e é cada vez maior o número dos que falam da iminência de uma terceira guerra mundial, que seria nuclear[i] e catastrófica para toda a humanidade.[ii] Existem desdobramentos recentes no campo internacional que estão apontando, sem dúvida, nesta direção, a começar pelo avanço das tropas russas dentro do território de Donbass, junto com a convicção cada vez mais ampla de que já não há como reverter a derrota das tropas ucranianas, mesmo com a chegada dos novos armamentos que lhes serão entregue pelos Estados Unidos e seus principais aliados. (mais…)

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Os fundamentos míticos do capitalismo. Por Gil-Manuel Hernández i Martí

O mito de Ícaro ilustra as consequências desastrosas da ambição desmedida

IHU

“Todas as mitologias das culturas da terra nos alertam sobre a hybris: não podemos ser como deuses, porque pereceremos por causa disso. Na tradição grega, a hybris ou hubris é um termo que se refere à arrogância desmesurada, à falta de respeito pelos deuses e pela natureza. De modo que, a hybris na versão capitalista pode ser rastreada em narrativas míticas que apresentam personagens ou situações que refletem a busca desenfreada de poder, riqueza e sucesso, sem considerar as consequências morais ou sociais de suas ações”. A reflexão é de Gil-Manuel Hernández i Martí, professor titular do Departamento de Sociologia e Antropologia Social da Universidade de Valência, em artigo publicado originalmente na Revista 15/15\15 e reproduzido por Rebelión, 10-07-2024. A tradução é do Cepat. (mais…)

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Cesar Benjamim: ‘O sonho americano acabou. Dali, não vem mais nenhuma veleidade civilizatória, nem como farsa’

IHU

“Passou o tempo em que os Estados Unidos redesenhavam soberanamente o mapa-múndi, desagregando sociedades, fabricando vilões universais, criando e desmontando países em nome da liberdade. Para a potência em declínio, trata-se agora, apenas, de prolongar um morticínio muito lucrativo e, se possível, criar outros”, escreve Cesar Benjamin, escritor, em comentário publicado noFacebook, 14-07-2024.

Eis o comentário:

“Todos estamos acompanhando a evolução da crise política americana, que teve ontem um novo evento grave, com o atentado contra Donald Trump. O candidato ficou levemente ferido, mas correu risco de vida, pois um dos disparos transpassou sua orelha, a um centímetro do cérebro. Duas pessoas morreram – uma delas, o próprio atirador – e uma está gravemente ferida. (mais…)

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O larápio e o genocida. Por Marcio Sotelo Felippe

Na Cult/Outras Palavras

Uma pergunta ao Procurador Geral da República: o que vale mais, um conjunto de itens masculinos, caneta, anel, abotoadura e mais duas estatuetas, ou a vida de 400 mil pessoas? A julgar pelas manchetes dos últimos dias o escroque Jair Bolsonaro está perto de ser pego. No entanto o genocida Jair Bolsonaro vai se safando impune.

O Procurador Geral da República prepara denúncia pela apropriação das joias enquanto o relatório da CPI da Covid dorme nos escaninhos do seu gabinete. Paulo Gonet, no cargo há seis meses, segue omisso diante das acachapantes 1.200 páginas de provas dos crimes contra a humanidade perpetrados pelo ex-presidente e seus cúmplices na pandemia. Bolsonaro desfila todo pimpão sua sordidez pelo país, mas a memória do extermínio de pelo menos 400 mil pessoas não vai se perder na esquina do tempo. Não esqueceremos. (mais…)

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Podemos derrotar o lobby. Por Ilan Pappé

The Palestine Chronicle

A visão das crianças enterradas sob os escombros, resgatadas pelas crianças mais velhas, é suficiente para mim e, tenho certeza, para qualquer um que já foi silenciado pelo lobby, não para ceder, mas para superar quaisquer obstáculos que coloquem em nosso caminho falando a verdade ao poder.

Nove meses após o ataque genocida israelense à Faixa de Gaza, parece que o seu ataque paralelo à liberdade de expressão na Palestina continua com intensidade, tornando difícil para o público em geral apreciar a realidade na Palestina para além da cobertura manipulada e distorcida oferecida por grande mídia. (mais…)

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É possível derrotar o bolsonarismo em São Paulo? Por Valerio Arcary

A extrema direita explora de forma impiedosa todos os temores e ansiedades que fragmentam a sociedade

No A Terra é Redonda

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A última pesquisa DataFolha, realizada nos primeiros dias de julho, não trouxe variações importantes sobre os humores populares, até porque 55% da população ainda não decidiu em quem poderia votar. As eleições para prefeito não atraíram até agora a atenção da maioria absoluta. A principal novidade da campanha foi a confirmação do ex-comandante da Rota (tropa de elite da PM-SP), coronel Ricardo Mello Araújo como vice de Ricardo Nunes e o alinhamento com o bolsonarismo. (mais…)

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