Um exame dos desafios da agricultura familiar. Por Jean Marc von der Weid

A produção caiu um terço – e, em três décadas, 40 milhões deixaram o campo. Na falta de políticas robustas, o modelo reflui: com créditos orientados para gerar commodities, parte dos camponeses abandonam a policultura e os cultivos alimentares

Outras Palavras

A agricultura familiar é o resultado de séculos de marginalização:

A exploração do território que veio a se tornar o Brasil se iniciou pelo extrativismo do pau-brasil da Mata Atlântica, mas só ganhou presença física e ocupação com aquilo que muitos historiadores definem como o primeiro empreendimento capitalista agrário no mundo, a produção de açúcar de cana. O modelo deste ancestral do agronegócio marcou a história do país, com a centralidade do trabalho de africanos escravizados no arcabouço do conjunto da nossa economia e do espaço doméstico dos brancos. (mais…)

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Um novo lugar para a agricultura – III. Por Jean Marc von der Weid

Políticas públicas para a agricultura familiar e a agroecologia

Em A Terra é Redonda 

No artigo anterior desta série procurei mostrar as dimensões, as características e o papel da agricultura familiar no universo da produção rural brasileira, em particular o da produção de alimentos. Apontei também as mudanças ocorridas nas últimas décadas, com a redução das dimensões e da significância desta categoria social. No presente artigo vou analisar as políticas públicas que condicionaram as mudanças antes descritas. Não há lugar para análises detalhadas de cada uma nem há espaço para comentar todas as políticas, de tal forma que me limitarei a indicar seus elementos mais críticos. (mais…)

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Um novo lugar para a agricultura. Por Jean Marc von der Weid

As lavouras-commodities emitem até 50% dos gases que já alteram a geografia planetária. Mudar modelo é inevitável. Brasil deveria se antecipar: para conter a tragédia alimentar anunciada, e evitar o colapso da própria agricultura comercial

em Outras Palavras

Um esforço de planejamento de um programa para a promoção do desenvolvimento da agricultura familiar tem que ir além da identificação de políticas de curto prazo e pensar em mecanismos para prepararmos o futuro próximo ou remoto. Para isto, é necessário diagnosticar as ameaças ambientais, econômicas, sociais, financeiras e políticas que possam existir pairando sobre o presente e o futuro desta categoria social. A partir desta avaliação das condições externas é preciso fazer outro diagnóstico sobre as condições atuais da agricultura familiar para finalmente estudar o efeito das políticas públicas aplicadas nas últimas e sua relação com este último diagnóstico. (mais…)

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Fazenda goiana ligada à exploração sexual de mulheres é reocupada para produção agroecológica

Fazenda São Lukas foi destinada para reforma agrária após visibilidade dada por ocupação de mulheres do MST

Por Comitê Dom Tomás Balduíno de Direitos Humanos / CPT

Após a conclusão da destinação da Fazenda São Lukas, localizada em Hidrolândia, para a reforma agrária, 600 famílias lideradas por mulheres sem terra reocuparam a área, nesta segunda-feira (24/07/23), para implantação de um projeto agroecológico de produção de alimentos sem agrotóxicos, dando continuidade na Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra iniciada no último dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, cujo lema é: “Pela Vida das Mulheres Contra Fome e a Violência: Mulheres Sem Terra em Resistência”. (mais…)

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A agroecologia pode alimentar o mundo, mas falta investimento

Projeto Brasil Sem Veneno ouviu pesquisadores e assentados, que apontam caminhos para produzir em larga escala de forma agroecológica; crescimento depende de incentivos públicos para adaptar maquinário, fortalecer circuitos locais e garantir a oferta de insumos

Por Raquel Torres, especial para O Joio e O Trigo e De Olho nos Ruralistas

A Segunda Guerra Mundial estava no fim, em 1944, quando Norman Borlaug chegou ao México para chefiar um programa de melhoramento genético do trigo, financiado pelo governo mexicano e pela Fundação Rockefeller. O cientista estadunidense, que até então trabalhava na empresa química DuPont, tinha a missão de aumentar a produção do grão no país. (mais…)

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Mulheres camponesas ganham reconhecimento com a agricultura familiar

O Coletivo das Mulheres Camponesas do Assentamento Eli Vive 2, no Paraná, produzem alimentos agroecológicos para se fortalecerem

Por Barbara Zem, Setor de Comunicação e Cultura do MST PR
Da Página do MST

Com o aumento das produções em seus quintais, as mulheres camponesas do assentamento Eli Vive 2 sentiram a necessidade de criar um coletivo onde poderiam, além de trocar ideias sobre plantio e colheita, se unir para gerar renda e empoderamento em uma área que sempre foi majoritariamente liderada por homens. (mais…)

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Especialistas apontam caminhos para retomar a política nacional de agroecologia

Governo Lula anunciou na última semana a retomada da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), descontinuada por Temer e Bolsonaro; projeto Brasil Sem Veneno ouviu agricultores e formuladores da política, que avaliam estratégias para ampliar a assistência e comercialização nos assentamentos

Por Raquel Torres, especial para O Joio e O Trigo e De Olho nos Ruralistas

Quando famílias assentadas pela reforma agrária no Rio Grande do Sul começaram a plantar arroz sem venenos, em 1999, talvez não imaginassem a fama que o arroz orgânico do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ganharia nos anos seguintes. Hoje, a produção é realizada em 22 assentamentos e, segundo o Instituto Riograndense de Arroz (Irga), é a maior da América Latina. (mais…)

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