Os porquês do Observatório de Violência Racial

Coordenadora do OVIR, recém-criado na Unifesp, explica: projeto visa coletar dados e fornecer subsídios a políticas antirracistas. Criação é um dos resultados da presença negra nas universidades – e de suas inquietações e ativismos

Diana Mendes Machado da Silva em entrevista a Tatiana Carlotti, em Outras Palavras

Referência em Direitos Humanos, o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) da Unifesp, onde se deram as pesquisas de identificação das ossadas de Perus, acaba de lançar o Observatório da Violência Racial, o OVIR, abrindo uma frente, com a devida prioridade à questão racial e às implicações do racismo, nos estudos sobre as violações cometidas pelo Estado contra a sociedade civil. Leia o primeiro boletim do Observatório aqui.

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Reconhecimento facial na segurança pública é “nova aposta no encarceramento”, diz especialista

Campanha #SaiDaMinhaCara articulou 50 parlamentares para apresentarem PLs para banir o uso dessa tecnologia na segurança

por Nicolau Soares, em Brasil de Fato

Na última terça-feira (21), 50 parlamentares de diferentes partidos apresentaram projetos de lei banindo o uso do reconhecimento facial em espaços públicos. A ação envolveu deputados estaduais e vereadores de 12 estados e do Distrito Federal e é fruto da campanha #SaiDaMinhaCara, articulada pelas organizações Coding Rights, MediaLab/UFRJ, Rede Lavits, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) e o Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC). 

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Mortes sem cor: dados sobre raça de mortos pela polícia deixam de ser registrados em SP

Número de vítimas sem identificação de cor nos boletins de ocorrência explodiu a partir de 2020, após protestos antirracistas por George Floyd e Beto Freitas; em 2022, 40% dos registros não tinham esse dado

por Jeniffer Mendonça, na Ponte

“Meu parceiro morreu”, gritava desesperado um rapaz de 19 anos caído após ele e Mateus Leonardo Santos, 20, terem sido baleados por um policial militar de folga depois de terem participado de uma tentativa de assalto na região de São Mateus, na zona leste da capital paulista, em março deste ano. Um vídeo gravado por testemunhas mostrava o jovem pedindo desculpas a Deus e solicitando uma ambulância enquanto Mateus aparece imóvel no chão, sem esboçar nenhuma reação, em que é possível ver a pele negra das pernas por baixo de uma bermuda jeans. Para o governo paulista e para a sociedade que não viu essas imagens, Mateus é um corpo sem cor, já que, assim como ele, 62 pessoas mortas pelas polícias não tinham essa informação no boletim de ocorrência de janeiro a abril de 2022. Isso representou 44,6% de 139 mortes por agentes de segurança do estado no período.

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Edson Lopes Cardoso: “Racismo é um obstáculo para toda a sociedade”

Autor de novo livro sobre racismo, Edson Lopes Cardoso afirma que não é possível defender a democracia sem lutar pelo fim dos preconceitos raciais, que impactam não apenas os negros e travam o desenvolvimento do Brasil

por Edison Veiga, em DW

Coordenador do Ìrohìn – Centro de Documentação e Memória Afro-Brasileira, o letrólogo, comunicador e educador Edson Lopes Cardoso é um intelectual capaz de fazer uma análise completa do movimento negro brasileiro de um ponto de vista necessário: o de quem sempre militou pela causa dos afrodescendentes brasileiros.

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Cassação de Renato Freitas é um novo marco do racismo em Curitiba

Curitiba, como qualquer cidade brasileira, sofre com racismo estrutural, endêmico, cotidiano, escreve Rogerio Galindo, jornalista, em artigo publicado por Plural

IHU

Tem horas que é difícil ver um lado positivo das coisas. Mas não quer dizer que ele não exista. Mesmo a violência que foi a cassação do vereador Renato Freitas pode vir acompanhada de algum ganho. E isso não é excesso de otimismo.

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Racismo no Brasil: tragédia pouca é bobagem

Violência contra os yanomami, chacina na Vila Cruzeiro, morte por asfixia em abordagem policial. O racismo segue sendo o sistema de poder que organiza o Brasil, no qual a vida de não brancos tem pouco ou nenhum valor.

por Ynaê Lopes dos Santos*, na Coluna Negros Trópicos, em DW

Minha ideia era dedicar a coluna deste mês à insistência do nosso país em silenciar tudo o que diga respeito aos indígenas – homens, mulheres e crianças que são descendentes dos povos originários desta terra que hoje se chama Brasil. A ideia era tratar de duas situações distintas, mas que comprovam como as violências contra as populações indígenas são múltiplas e se sobrepõem.

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Família sofre racismo e tentativa de golpe ao tentar repatriar imigrante morto no Brasil

Sem apoio do governo brasileiro e da Guiné-Bissau, familiares de Milton Sanca fazem campanha online para arrecadar valor para traslado do corpo

Por Leandro Barbosa, em Agência Pública

O guineense Adilson Victor de Oliveira, 34 anos, é um homem impossibilitado de vivenciar o seu luto. Desde que seu irmão Milton Sanca, 39 anos, morreu vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), em 25 de abril de 2022, em Fortaleza (CE), ele busca uma forma de levar o corpo do familiar de volta à Guiné-Bissau, país na África Ocidental, a fim de realizar os rituais fúnebres necessários de acordo com a crença da etnia brame ou macanha, da qual fazem parte. Contudo, os custos para isso são de aproximadamente R$ 40 mil — valor que a família não possui e que impede o “descanso” de Sanca.

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