A paz (que nunca houve) acabou

O que ocorre quando parte da esquerda abraça os pressupostos da extrema direita?

Por Douglas Barros*, no blog da Boitempo

O céu amanheceu acinzentado quando os primeiros corpos começavam a ser enfileirados. Vizinhos, amigos e parentes retiravam das matas os “sem nomes”. Indigentes — em todo caso, sem nenhum julgamento — prontamente sentenciados como bandidos mortos. Tiros na nuca e corpos decapitados eram expostos. Para quem ainda estava acordando e coçando os olhos, confundia-se a cena com algo ocorrido em Gaza. (mais…)

Ler Mais

Relatora vota pela cassação e inelegibilidade de Castro no TSE

ConJur

A ministra Isabel Gallotti, do Tribunal Superior Eleitoral, votou nesta terça-feira (4/11) pela cassação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), no processo em que ele é acusado de criar cerca de 27 mil cargos fantasmas com pagamentos em dinheiro vivo para promover a sua candidatura à reeleição em 2022, o que configura abuso de poder. (mais…)

Ler Mais

Operação no Rio expõe contradições na atuação do Ministério Público estadual, diz defensor da DPU

Para defensor público MPRJ violou protocolo internacional e ainda falta apuração independente sobre mortes na operação

Por Rafael Custódio | Colaboração: Laura Scofield | Edição: Ludmila Pizarro, Agência Pública

Em decorrência das 121 mortes na Operação Contenção, a mais letal da história do Rio de Janeiro, o defensor público Thales Arcoverde Treiger, da Defensoria Pública da União (DPU) no Rio de Janeiro, disse que chamar a ação de “chacina” ainda é pouco, pois o que ocorreu nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da capital fluminense, “foi um massacre”. (mais…)

Ler Mais

Chacina do Rio: Qual a resposta das esquerdas? Por Luiz Eduardo Soares

O banho de sangue nas favelas cariocas é exemplar na disputa por seu significado na luta política. Ouvir as maiorias é imperativo – mas não se deve abdicar de liderar, pedagogicamente, o repúdio radical a atos execráveis contra a vida: o massacre é inaceitável

Por Luiz Eduardo Soares, em Outras Palavras

No massacre do dia 28 de outubro, no Rio de Janeiro, foram mortas 121 pessoas -a contagem pode aumentar-, muitas delas com a extravagância de quem não se limita a matar: manifesta o desejo de comentar o assassinato, acrescentando ao crime um superlativo e uma assinatura, produzindo excesso de significação (decapitação, mutilação, esfaqueamento, desmembramento) que, paradoxalmente, anula o significado objetivo e utilitário da prática homicida, redefinindo o gesto como um movimento além do ato, destinado a comunicar outro sentido, não contido na cena “operacional”. Mais uma vez, compulsão à repetição como “política de segurança”, em escala crescente: está em jogo, novamente, o endereçamento da abjeção social -para que lado olhar, onde  identificar a fonte do mal e do medo, mobilizando quais afetos? É aí que se instala, e intensifica, o racismo. Há um locus privilegiado, um território. O racismo é uma geografia, uma geopolítica urbana -viva Milton Santos! A operação policial não visava prover segurança, mas qualificar a insegurança. (mais…)

Ler Mais

Novembro negro: e novamente precisamos falar de racismo ambiental e necropolítica

por Paulo Roberto R. Soares, em Brasil de Fato

Novembro. Novembro Negro, mês da consciência negra. E como todos os anos, neste país atravessado pela colonialidade e alicerçado no racismo estrutural, temos que dar as mesmas explicações: por que um “Novembro Negro”? Por que um “Dia Nacional da Consciência Negra”, num país com maioria da população preta, parda e negra? (Um parêntese: os Estados Unidos têm um feriado nacional no aniversário de Martin Luther King – MLK Day. Neste caso, “o que é bom para os Estados Unidos [não] é bom para o Brasil”?) Seguimos… (mais…)

Ler Mais

Jacqueline Muniz pede proteção após ameaças por criticar operação que deixou 121 mortos no Rio

Antropóloga especialista em segurança pública, foi alvo de ataques e perseguição após criticar a Operação Contenção

por Ricardo Villa Verde, em Agenda do Poder

A professora do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF), Jacqueline Muniz, pediu para ingressar no Programa de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos, após sofrer uma série de ameaças e ataques virtuais. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. (mais…)

Ler Mais