Lançada Frente Nacional contra o Projeto Escola sem Partido

Entidades e movimentos sociais se unem contra projeto que está sendo considerado como “lei da mordaça” na educação. EPSJV/Fiocruz participa da iniciativa

Por Cátia Guimarães – EPSJV/Fiocruz

“Estudante na escola tem direito de pensar. Escola sem Partido é ditadura militar”. Puxado por grupos de alunos e militantes de diversas entidades do movimento estudantil, foram vários os momentos do encontro em que o grito tomou conta do ambiente. Eram centenas de pessoas espremidas num auditório lotado. Passavam de cem também as instituições e movimentos sociais representados — entre eles, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Com enfoques os mais diversos, os discursos convergiam no apelo à unidade em prol de uma causa comum: o combate, nos parlamentos e nas ruas, ao projeto de lei que quer limitar conteúdos e práticas escolares para acabar com uma suposta “doutrinação” na educação brasileira. Batizado de ‘Escola sem Partido’ pelo movimento que o criou, por onde passa o projeto tem recebido outros nomes. Em Alagoas, por exemplo, foi aprovado na Assembleia Legislativa como ‘Escola Livre’. No evento que reuniu educadores, estudantes, sindicalistas e militantes da educação no Rio de Janeiro no último dia 13 de julho, o nome adotado foi um pouco diferente: ‘lei da mordaça’. (Leia mais sobre o projeto) (mais…)

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Terrorismo: as realidades incômodas — e ocultadas

Após “Guerra ao Terror”, atentados cresceram 1.000%. Das vítimas, 80% são muçulmanos. No Ocidente, quem mais mata é a direita fundamentalista. Terroristas avançam onde também há violência de Estado

Por Reginaldo Nasser, Outras Palavras

É frequente haver grandes divergências entre a percepção que se tem da realidade e a realidade mesma, e essa discrepância afeta significativamente todos os aspectos das relações sociais. Desse modo, por vezes, os homens são induzidos a reagir não às coisas reais, mas às ficções que se criou em torno dessas coisas. Se essa asserção é válida para várias questões atinentes às relações internacionais, mostra-se particularmente evidente no caso do Terrorismo. Nas últimas semanas, três ataques de grandes proporções chamaram a atenção da mídia internacional. Mas, para além da comoção que nos causam, é preciso ver o terrorismo como fato social, assim, como no final século XIX o celebre pensador Émile Durkheim, um dos fundadores das ciências sociais, definiu o crime. (mais…)

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Entre a manipulação da Bíblia e a posse da Vagina, por Eliane Brum

Os protestos contra a cultura do estupro apontam para onde se movem os Brasis e onde de fato está a oposição

No El País Brasil

O levante das mulheres contra a cultura do estupro no país governado pelo interino Michel Temer (PMDB) e pelo Congresso mais retrógrado desde a redemocratização forma o retrato mais preciso desse momento histórico tão particular do Brasil. A oposição atual não é entre um governo chamado de “golpista” e um governo que já foi apresentado como “popular”. Ou entre a presidente afastada pelo processo de impeachment e o vice que conspirou para afastá-la. O embate é entre o Brasil que emergiu das manifestações de junho de 2013 e o Brasil que se agarra aos privilégios de classe, de raça e de gênero. É esse o confronto político mais amplo que determina o curso dos dias.

Nem Temer, PMDB e partidos aliados representam todas as forças conservadoras de um lado, nem Dilma Rousseff, Lula e o PT são capazes de representar o outro campo. Como a Operação Lava Jato já mostrou, com todas as críticas que se pode – e se deve – fazer aos seus flagrantes abusos e aos personalismos inaceitáveis de alguns servidores públicos, PMDB e PT são, em alguns aspectos cruciais, mais semelhantes do que diferentes. Em alguns aspectos, obviamente não todos, mais sócios que se desentenderam do que opositores de fato políticos, no que a política tem de mais profunda, que é a sua potência transformadora. É fundamental compreender onde de fato está a oposição hoje, para além do Impeachment x Golpe. (mais…)

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Quando crianças adotam o discurso de ódio

Professora de filosofia analisa o que leva crianças a hostilizarem umas às outras por motivações partidárias e as consequências disso para a sociedade

Ingrid Matuoka, Carta Capital

Em São Paulo, um menino de 9 anos foi xingado e ameaçado por seus colegas de escola por usar uma peça da cor vermelha – era uma camiseta com a bandeira da Suíça. Um pai publicou em uma rede social, orgulhoso, o desenho que seu filho criou na aula de artes – Dilma e Lula, lado a lado, acompanhados por mensagens que pedem a morte dos dois. Em outra escola, uma adolescente se sente isolada pelos amigos e luta contra professores para ter o direito de defender o capitalismo e outras posições à direita.  (mais…)

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Amputar a mão por Deus, festejar bandidos mortos: o sangue lava os pecados, por Leonardo Sakamoto

No Blog do Sakamoto

Fundamentalismo se manifesta das mais diferentes maneiras.

Um jovem de 15 anos amputou a própria mão após ter sido acusado de blasfêmia. Ele havia se confundindo e levantado o braço após um clérigo perguntar, em uma mesquita, quem não acreditava nos ensinamentos de Maomé. Em desgraça, cortou fora a própria mão para provar seu amor ao profeta, entregando-a ao líder religioso. Sua aldeia entrou em êxtase com sua atitude e ele vem sendo homenageado em sua região do Punjab paquistanês. Entrevistado, não se arrepende. (mais…)

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