Capitalismo desvaloriza o trabalho de cuidado feito pela mulher, avalia pesquisadora

No Pauta Pública, Maria Bethânia Ávila avalia que tema do Enem deste ano pode gerar debates sobre desigualdade de gênero

Por Andrea DiP, Mariama Correia, Ricardo Terto, Agência Pública

O tema da redação deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) trouxe uma problemática muito presente na sociedade brasileira, porém pouco discutida: a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado por mulheres no Brasil. Essas, que por sua vez, representaram 60% dos participantes do exame, segundo balanço do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). (mais…)

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Violência de gênero: quando o Estado abandona a vítima e nutre ciclo de ataques. Entrevista especial com Márcia Soares

Advogada revela que vivemos tempos de “violência estatal” em que, depois do aumento de casos de agressões, é preciso matar a fome para então lutar por Direitos básicos em meio ao desmonte de políticas públicas

Por: João Vitor Santos, em IHU

Vivemos tempos sombrios no que diz respeito à violência doméstica e de gênero, talvez em um grau que jamais supúnhamos. Desde a eclosão da pandemia, tem se falado no aumento de casos em decorrência da necessidade do isolamento social. Mas a pandemia arrefeceu, e a violência não só segue em alta como quem já havia rompido com o ciclo de agressões agora se vê de novo nessa situação. “Com a chegada da pandemia, a Justiça e os serviços de atenção fecharam as portas. Foram para o trabalho remoto sem considerar a necessidade de ancorar as mulheres num momento como esse”, observa Márcia Soares, advogada e ativista da ONG Themis, que trabalha com vítimas de violência doméstica e de gênero. (mais…)

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Pandemia acirra situações potenciais de violência de gênero. Entrevista especial com Fernanda Vasconcellos

Professora analisa dimensões da desigualdade no que toca, especialmente, às mulheres que estão em situação de maior vulnerabilidade e risco de sofrer violências

IHU On-Line

Sobrecarga, tensões e medo. A pandemia da Covid-19 intensificou de forma abrupta e intensa esses três vetores que marcam a vida de muitas mulheres submetidas às desigualdades sociais, de gênero e profissionais, o que leva a diferentes situações de violência. “A pandemia acabou trazendo consigo o acirramento do estresse nas sociedades, de ansiedades, de depressões. Certamente, este será também um problema bem expressivo e precisaremos de muita atenção para controlá-lo”, pondera a professora e pesquisadora Fernanda Vasconcellos, em entrevista por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

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Ideologia de gênero: assim surgiu o espantalho

Cunhado por cristãos neoconservadores, foi introduzido na política em 2013. Sua evocação, que mobiliza o senso comum pelo pânico moral, serve àqueles que desejam pavimentar caminho autoritário — eliminando quaisquer dissidências

Por Sônia Corrêa*, na Revista Cult

Na vertigem eleitoral de 2018, a fantasmagoria da “ideologia de gênero” desaguou no caudal central da política brasileira. Em janeiro de 2019, o “combate à ideologia de gênero” foi citado como prioridade no discurso presidencial de posse. Desde então, tem sido reiterado, ad nauseam, em falas das autoridades e traduzido em diretrizes, mais ou menos explícitas, de políticas públicas. Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucionais leis estaduais e municipais, aprovadas desde 2014, que proíbem gênero na educação, mas isso não deteve a proliferação de projetos de leis antigênero, seja no campo educacional, seja em outros domínios, como o reconhecimento da identidade de gênero na infância, a participação de atletas trans em competições esportivas e o uso da linguagem neutra de gênero. Desde o ano passado, as forças engajadas nessas cruzadas negaram a gravidade da Covid-19, recusaram medidas de isolamento e prevenção e atacaram as vacinas, contribuindo, portanto, para o fracasso da resposta à pandemia, do qual decorre a hecatombe em que o país está mergulhado no começo de 2021.

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Mulheres pobres trabalham cinco vezes mais que homens em zonas rurais

Elas dedicam 14 horas por dia aos cuidados não remunerados, como buscar água, lenha e cuidar de crianças, aponta relatório da Oxfam para o Fórum Econômico Mundial; dados são globais, mas refletem situação no Brasil, onde os homens são donos de 87,32% das propriedades rurais 

Por Priscilla Arroyo, em De Olho nos Ruralistas

Buscar água do poço ou da nascente, colher lenha, cozinhar, fazer pequenos consertos, cuidar de crianças e idosos. Esses são alguns exemplos de trabalho de cuidado não remunerado, atividade essencial para manter o fluxo de comunidades e até da economia de um país. Trata-se de uma ocupação invisível, desproporcionalmente assumida por mulheres e meninas em situação de pobreza. 

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Falsa revista de moda espanhola escondia um guia contra a violência machista

Polícia Local de Dénia identificou 24 vítimas de violência de gênero que nunca haviam denunciado graças as 70 publicações que distribuiu por 18 estabelecimentos frequentados por mulheres

por Cristina Vasquez, em El País

Uma falsa revista feminina camuflava um guia contra os maus-tratos. Esse foi o método nada ortodoxo com que o município de Dénia (Espanha) conseguiu descobrir novos casos de violência machista. Setenta exemplares dessa falsa revista de moda e viagens circularam durante quase dois anos por 18 estabelecimentos frequentados por mulheres do município, o que serviu para que 24 mulheres que nunca haviam denunciado pedissem ajuda.

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