Alvarez & Marsal, McKinsey e EY: ‘capitalismo de desastre’ toma a frente na reconstrução do RS

Disputa sobre como estado será reerguido ‘é a questão fundamental colocada hoje’, diz pesquisador e ativista gaúcho

Por Gabriela Moncau, no Brasil de Fato

A persistência dos alagamentos e das chuvas, com direito a ciclone e geada, pinta um cenário em que, mais de um mês após o início da maior tragédia climática do Rio Grande do Sul (RS), ainda não é possível ver seu fim. A gestão do desastre, no entanto, faz a transição para uma nova etapa. Com verbas bilionárias e em ano eleitoral, a reconstrução do estado gaúcho já está em andamento, mas tem ainda a disputa dos seus rumos em aberto. (mais…)

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Brasil: Quando a política precisa estar “fora da ordem”

Diante do fisiologismo do Congresso, Executivo não ousa, pois julga-se fraco. E todo embate dissolve-se dentro da institucionalidade. Com a crise do capitalismo, não seria tarefa de um governo popular fomentar conflitos “fora da ordem”, como dizia Florestan Fernandes?

por Almir Felitte, em Outras Palavras

De nada serviria (…) trazer soluções ditadas pela boa vontade e imaginação de reformadores, inspirados embora na melhor das intenções, mas que, por mais perfeitas que em princípio e teoricamente se apresentem, não encontram nos próprios fatos presentes e atuantes as circunstâncias capazes de as promover, impulsionar e realizar”.

O trecho acima foi publicado há quase 60 anos, em A revolução brasileira, uma das grandes obras de Caio Prado Jr. A ideia que ele traz, porém, está longe de ser considerada ultrapassada, e cairia bem a todas as pessoas que desejam um novo rumo para o Brasil. Afinal, nunca conseguiremos escolher o caminho certo para trilhar se não sabemos nem mesmo de onde vamos partir. (mais…)

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Os donos do livro

Cauê Ameni, Haroldo Ceravolo Sereza, Ivana Jinkings e Rogério de Campos escrevem sobre o ataque da Amazon à bibliodiversidade.

Por Cauê Armeni, Haroldo Ceravolo Sereza, Ivana Jinkings e Rogério de Campos, no Blog da Boitempo

Em março, dezenas de editoras e milhares de autores e leitores brasileiros foram surpreendidos pela retirada de um enorme acervo de livros digitais da Amazon. A gigante e a distribuidora Bookwire não se acertavam sobre percentagens de seus negócios e, assim, sem quê nem por quê, os e-books evaporaram da plataforma. (mais…)

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Manutenção, atitude anticapitalista?

Em tempo de obsolescência programada e descarte, sobressai prática de prevenir a deterioração das coisas úteis. Porque, mesmo singela, é potente e antissitêmica. Como se relaciona com a desalienação e reflexão sobre a materialidade do mundo

Por Alex Vuocolo, em Noema
Tradução: Antonio Martins, no Outras Palavras

Os trens R32, do sistema de metrô de Nova York, são apelidados de Brightliners por seu exterior brilhante e sem pintura. Foram construídos para durar 35 anos. (Imagine só: sua vida útil estampada em metal, sua morte prefigurada.) Quando finalmente foram retirados de serviço em janeiro de 2022, já haviam circulado por nada menos que 58 anos e eram, segundo a maioria dos relatos, os vagões em operação mais antigos do mundo. São 23 anos não planejados de transporte de pessoas. Uma geração inteira viu essas belezas de aço inoxidável chispando pelo túnel até a plataforma, com seus exteriores canelados e anúncios iluminados. (mais…)

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Dowbor: Crônica de uma angústia planetária

O caos social, climático e econômico que vivemos não se traduz em estatísticas: são dramas terríveis que podiam ser evitados. Sabemos o que precisa ser feito e há recursos suficientes… mas seguimos como expectadores, submetidos a estúpidos bilionários

Por Ladislau Dowbor no Meer | Tradução: Maurício Ayer, em Outras Palavras

Uma visão geral dos nossos problemas, como humanidade, não é um exercício surrealista. Tanto progresso tecnológico, mas tanta violência e destruição, tanto sofrimento. E tantas narrativas sobre quem são os bons e quem são os maus. De que lado você está? A única certeza é que sou corintiano. O resto virou um caos.
(Ladislau Dowbor)

Trocamos a mão invisível do mercado que funciona bem, de Adam Smith, pelo punho invisível do poder monopolista.
(Nicholas Shaxson – The Finance Curse [A Maldição das Finanças])

Yet let’s be content, and the times lament, You see the world turn’d upside down.
[No entanto, vamos nos contentar, e os tempos lamentam, Você vê o mundo virado de cabeça para baixo.]
(Balada do século XVII) (mais…)

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A escravização se moderniza e cria formas de escravidão para viabilizar o “capitalismo da miséria”. Entrevista especial com José de Souza Martins

Sociólogo apresenta seu mais recente livro, “Capitalismo e escravidão na sociedade pós-escravista”, antecipando pontos centrais aprofundados na publicação

Por: João Vitor Santos, em IHU

Há alguns anos, aprendíamos nas aulas de História do colégio que o capitalismo vem como um modelo econômico que contribui para o fim da escravização, afinal, todos tinham de consumir para girar a engrenagem deste novo sistema. Mas, com o tempo, vamos percebendo que a história é outra e que a modernização, no mais amplo sentido da palavra, acaba criando formas de escravidão. O livro mais recente do professor José de Souza Martins evidencia justamente como capitalismo e escravidão se configuram como duas faces da mesma moeda. “Uma linha central na estrutura deste livro é, pois, a do desenvolvimento desigual do capital, a de seus diferentes e combinados momentos e tempos, a contradição da diversidade de suas temporalidades”, adianta. (mais…)

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