“Ao confirmar que seguíamos por ‘caminhos muito distintos’, os veículos revelam que simplesmente procuravam por alguém, com alguma chancela institucional, que endossasse sua perspectiva liberal, anti-Estado, mercadófila, individualista e negacionista. Não se tratava de matéria jornalística, mas uma busca de material para a pregação ideológica”, escreve Jurandir Malerba, professor titular de História da UFRGS
por Observatório da Imprensa, no IHU
Sou Professor Titular de História da UFRGS e reporto a seguir um episódio revelador do modus operandi de certos veículos de imprensa brasileiros. Em meio à tragédia que vivemos no Rio Grande do Sul, semana passada um jornalista de veículos reacionários da grande imprensa entrou em contato pedindo uma entrevista sobre a recente tragédia climática no Rio Grande do Sul, quando choveu, em uma semana, dez vezes a média histórica para todo o mês de maio, causando mortes e destruição. As perguntas enviesadas já evidenciavam para onde o jornalista queria levar a matéria: uma crítica da atuação do Estado, louvando ações individuais da “sociedade civil”, reproduzindo a fake de que o “povo” salvou o povo. Em minha devolução, posicionei-me contra o viés inscrito no questionário, não obstante tenha me disposto a respondê-lo, até como um contraponto àqueles que atenderiam às expectativas do editorial. Segue a reprodução integral das perguntas e respostas: (mais…)
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