Crônica: A sala de aula como espaço de resistência

Ensinar não é só transmitir saberes, mas habitar linguagens, narrativas, símbolos e memória coletiva. É uma troca. Escola não é prédio, mas encontro. Lá, o professor se reinscreve apesar da pedagogia tecnocrática imposta – e a esperança respira

Por Janethe Fontes, em Outras Palavras

Num país como o Brasil, manter a esperança viva
é, em si, um ato revolucionário.
— Paulo Freire

Final de ano… e a contagem regressiva já começou na escola. Nesta época do ano, o cansaço se torna mais visível, ao mesmo tempo em que os corredores parecem respirar com um pouco mais de alívio. Mas o tão esperado sossego é apenas ilusório — sobretudo para os(as) docentes contratados(as). Não há garantias de retorno no próximo ano. (mais…)

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Escola, antídoto à superexploração e adoecimentos?

Mais de 1 bilhão de pessoas vivem sob transtornos mentais, calcula a OMS. No Brasil, pesquisa revela que um em cada quatro professores já pensou em suicídio. E no entanto pode surgir, no âmbito da Educação, uma nova atitude diante desta epidemia

Por Roberta Traspadini, em Outras Palavras

A dependência e o adoecimento crescente

E sem o seu trabalho, o homem não tem honra e sem a sua honra se morre, se mata
– Gonzaguinha

A imagem inicial deste texto, do paraguaio Fidel Fernández, retrata, na forma política da arte, o drama latino-americano e caribenho dos “ninguéns”. Jogados, misturados, relegados à esperas sem atendimentos, esses homens e mulheres excluídos da sociedade dos sonhos, conformam o palco estrutural de uma economia dependente vinculada ao âmbito internacional, e ao mesmo tempo, desvinculadora do direito à vida de seus sujeitos. (mais…)

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As corporações querem professores-robôs. Por Roberto Leher e Amanda Moreira da Silva

Está em curso nova fase de precarização dos docentes. Ensino à distância, via plataformas, permitiu exploração massiva: turmas de centenas de alunos, controle algorítmico e roubo de tempo livre. Leia 1º texto de série sobre redução da jornada

Em Outras Palavras

Em parceria com o Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit) da Unicamp, Outras Palavras inicia uma série de textos que abordará a redução da jornada de trabalho no Brasil. Essa agenda histórica ganhou novo fôlego no ano passado, quando trabalhadores foram às ruas, em diferentes ocasiões, com um lema contundente: “Há vida além do trabalho”. Ela mostrou enorme potencial de mobilização – não só de trabalhadores, mas também de suas famílias – e deu uma chacoalhada nos sindicatos e partidos progressistas, instando-os a se renovar, a reencantar o mundo do trabalho diante da precarização – mais que de empregos, da vida.  Dois exemplos concretos ilustram essa força: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da deputada Erika Hilton (Psol-SP) e o recente plebiscito popular pelo fim da escala 6×1, que reuniu mais de 1,5 milhão de assinaturas, evidenciando o forte apelo da causa.

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Para descolonizar a Universidade brasileira

Elogiado por Marx e Freud, George Cabanis influenciou a Educação francesa e, por tabela, a brasileira. Mas é quase desconhecido aqui. Examinar sua obra pode ser decisivo para desvendar e superar o colonialismo em nosso ensino superior

Por Naomar Almeida-Filho, em Outras Palavras

Para Ailton Krenak, primeiro doutor indígena da arcana Universidade Federal da Bahia

A colonialidade desse peculiar espaço de produção e reprodução de sujeitos, saberes tácitos, relações sociais e culturais que hoje se chama de Universidade se evidencia no discurso oficial, no arcabouço normativo, em rituais acadêmicos, nas grades curriculares e práticas cotidianas de seus agentes. Interessado na formação histórica da universidade brasileira, particularmente suas raízes franco-lusitanas, tenho buscado explorar vestígios e cicatrizes do elitismo e do racismo estruturais que conformam sua institucionalidade dita meritocrática. (mais…)

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Em reunião, MPF cobra Seduc e Semed sobre descaso na educação escolar indígena e ribeirinha em Beruri (AM)

Encontro abordou desafios enfrentados na comunidade, como falta de professores e a necessidade da alimentação escolar regionalizada

Procuradoria da República no Amazonas

O Ministério Público Federal (MPF) realizou reunião com representantes do município de Beruri (AM), da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc/AM) e das comunidades indígenas e ribeirinhas da cidade, com o objetivo de tratar sobre o cumprimento dos encaminhamentos anteriores relativos à educação escolar indígena e tradicional. Foram discutidas questões relacionadas à alimentação escolar regionalizada, ao Processo Seletivo Simplificado (PSS) para contratação de novos professores e à falta de oferta do ensino médio em diversas aldeias indígenas e comunidades ribeirinhas. (mais…)

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Universidade brasileira, da euforia à penúria

Na primeira década do século, expansão vibrante colocou as maiorias no ensino superior e transformou sua face elitista. Mas vieram os ajustes fiscais, o predomínio das “fábricas de diplomas” e o desmonte da ciência. Reflexões para uma virada

Por Miguel Ângelo de Simone San Romão, em Outras Palavras

Notas introdutórias

No Brasil a concepção de educação pública começou a se consolidar a partir do século XIX, influenciada, dentre outros fatores, pelas transformações sociais decorrentes da transição do trabalho escravo para o trabalho livre. As primeiras faculdades surgiram em grandes centros, logo após a independência, com o objetivo de formar a elite intelectual e política do país. A exemplo, a Faculdade de Medicina da Bahia, criada em 1808, e as faculdades de Direito de São Paulo e de Recife, de 1827. As universidades, conjunto de faculdades, só seriam criadas a partir do século XX. (mais…)

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Por que rejeitar o ensino à distância em saúde?

Cedendo à pressão de grandes empresas do setor, Ministério da Educação liberou cursos remotos para especialidades como fisioterapia e terapia ocupacional, contrariando evidências básicas. Alega permitir a “inclusão”, mas amplia a precarização das profissões

Por Gabriel Brito, em Outra Saúde

Assinado em maio pelo presidente Lula, o Decreto 12.456 regulamenta o Ensino a Distância (EaD) no Brasil. Criticado por entidades de classe e especialistas variados de um lado, defendido por lobistas de interesses privados de outro, a medida repercutiu por conta da exclusão dos cursos de direito, medicina, enfermagem, odontologia e psicologia da modalidade. (mais…)

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