Balanço da esquerda no final de 2024. Por Renato Janine Ribeiro

A realidade impõe desde já entender que o campo da esquerda, especialmente o PT, não tem alternativa a não ser o nome de Luiz Inácio Lula da Silva para 2026

Em A Terra é Redonda

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Começando nossa análise da situação política atual pelo fim: a eleição presidencial de 2026 deveria ser nosso ponto de conclusão, mas a realidade impõe desde já entender que o campo da esquerda, especialmente o PT, não tem alternativa a não ser o nome de Luiz Inácio Lula da Silva para esse pleito. Lula se consolidou como a única liderança capaz de unir dois pontos cruciais: o compromisso com as pautas populares e a habilidade de negociação política. (mais…)

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Trump está montando um governo de, por e para os ricos

Agora que a ala do Partido Republicano “pró-trabalhador” liderado por Donald Trump detém as rédeas do governo, o que ele planeja fazer? Um programa para enriquecer ainda mais os bilionários e austeridade para o resto da população.

Por Branko Marcetic, Jacobin

Após uma derrota eleitoral desmoralizante, o Partido Democrata está mergulhado em debates e acusações enquanto tenta descobrir o que realmente quer ser nos próximos anos: um partido de trabalhadores ou de CEOs e bilionários. O lado de Donald Trump, enquanto isso, já decidiu: vai com os CEOs e bilionários. Tudo o que estamos vendo sobre os planos do novo governo por meio de pessoas de dentro deixa bem claro que este será um governo de, por e para grandes empresas. (mais…)

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Extrema direita ganha espaço com fascínio de teorias da conspiração, diz pesquisador

Paolo Demuru afirma que as narrativas extremistas seduzem ante a dureza da vida na realidade capitalista

Por Por Andrea DiP, Clarissa Levy, Claudia Jardim, Ricardo Terto, Stela Diogo, Agência Pública

As eleições nos Estados Unidos trouxeram Donald Trump de volta à presidência. Em janeiro de 2025, o republicano toma posse de seu segundo mandato após vencer com folga a democrata Kamala Harris, em um resultado que contrariou as previsões de uma disputa acirrada. O retorno de Trump acendeu um alerta sobre o fortalecimento da extrema direita e a estratégia desses movimentos para atrair o público. (mais…)

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Ao lado de Trump, bolsonaristas celebram vitória e retomam plano de pressionar STF

Eduardo Bolsonaro e lideranças da extrema direita internacional acompanharam eleições nos EUA em jantar privativo

Por Laura Scofield | Edição: Bruno Fonseca, Agência Pública

O sul da Flórida se transformou em um QG da extrema direita no dia das eleições nos Estados Unidos. O resort de Donald Trump, Mar-a-Lago, em Palm Beach, reuniu trumpistas, bolsonaristas brasileiros, empresários e outras importantes figuras conservadoras de vários países com um propósito: além de acompanhar o resultado das urnas por lá, que deu a vitória a Trump, os políticos buscavam reforçar laços para impulsionar suas próprias plataformas. No caso do Brasil, a expectativa de Eduardo Bolsonaro e outras lideranças do PL é que a vitória de Trump ajude a pressionar as autoridades brasileiras e, em especial, o Supremo Tribunal Federal (STF). (mais…)

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A guerra civil psicótica de volta à Casa Branca. Por Franco ‘Bifo’ Berardi

Entender Trump exige política e psicanálise. Ele sintetiza a desintegração do capitalismo em meio à miséria, violência e depressão. E mobiliza a psicose coletiva que aliena multidões em nome de um ideal: “vencer a qualquer preço”

Do Diario Red, em Outras Palavras

Tal como as algas mutantes e monstruosas que invadem a lagoa de Venezaas nossas telas de televisão estão povoadas, saturadas, de imagens e opiniões “degeneradas”. Outra espécie de algas que vale a pena ter em conta, desta vez relacionada com a ecologia social, consiste nesta liberdade de proliferação concedida a homens como Donald Trump, que se apoderam de bairros inteiros de Nova Iorque, Atlantic City, etc., para os “renová-los” no processo em que os alugueis sobem e expulsam milhares de famílias pobres, a grande maioria das quais estão condenadas a perder a sua casa, sendo este caso o equivalente, para os nossos propósitos, a peixes mortos na ecologia ambiental. (Félix Guattari: Les trois écologies, Paris, Éditions Galilée, 1989, p. 34.)

Nestas linhas, escritas quando Trump começava a ocupar a cena pública, Guattari prevê o que agora é mais claro que a luz do dia: a desregulação neoliberal permite que algas monstruosas contaminem as águas. Tudo se desenrolou pontualmente e agora o mar superaquecido desencadeia tempestades terríveis, que matam centenas de pessoas na costa espanhola. Além disso, a desregulação permite a proliferação de fontes de declarações destinadas a contaminar a mediosfera e, consequentemente, a psicosfera. Aconteceu pontualmente: turbas de psicoadictos votam num sem-vergonha, que promete a maior deportação de migrantes da história. Estas poucas linhas de Guattari descrevem a gênese de um ambiente venenoso, que gera violência e opressão, ao mesmo tempo que desencadeia a guerra de todos contra todos, gerando as condições para uma tirania cínica, barroca e destrutiva. (mais…)

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Eleição de Trump é “desastre para o clima” e vai beneficiar ele próprio, diz José Cheibub

Professor da Universidade de Pittsburgh se preocupa com a volta do republicano com mais poderes ao comando dos EUA

Por Gabriel Gama | Edição: Bruno Fonseca, em Agência Pública

O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos marca a normalização do radicalismo no país e anuncia um cenário sombrio para o combate às mudanças climáticas que atingem o planeta. A análise é de José Antonio Cheibub, professor de ciência política na Universidade de Pittsburgh, no estado da Pensilvânia. (mais…)

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EUA: O que não tem conserto, nem nunca terá

À véspera das urnas, EUA parecem mais divididos do que nunca. Mas por trás da polarização, há identidade. Nem Kamala, nem Trump querem enfrentar desigualdade, rentismo ou guerra – três marcas cruciais de um império decadente

Por Maurizio Lazzarato | Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

Um duplo processo político e econômico, contraditório e complementar, está em andamento: o Estado e a política (norte-americana) afirmam energicamente sua soberania por meio da guerra (inclusive guerra civil) e do genocídio. Enquanto isso, ao mesmo tempo, mostram sua total subordinação ao novo rosto que o poder econômico adquiriu após a dramática crise financeira de 2008, promovendo uma financeirização sem precedentes, tão ilusória e perigosa quanto a que produziu a crise das hipotecas subprime. A causa do desastre que nos levou à guerra tornou-se um novo remédio para sair da crise: uma situação que só pode ser um presságio de outras catástrofes e guerras. A análise do que ocorre nos Estados Unidos, o coração do poder capitalista, é crucial, pois é precisamente de seu seio, de sua economia e de sua estratégia de poder, que partiram todas as crises e todas as guerras que assolaram e assolam o mundo neste século. (mais…)

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