NOTA PÚBLICA: Eleições e manipulação religiosa

“Jesus Cristo nunca convidou a fomentar a violência ou a intolerância.
Ele próprio condenava abertamente o uso da força para se impor aos outros”.

(Papa Francisco, Fratelli Tutti, 238)

O discurso supostamente religioso com fins eleitorais passou a ser uma característica marcante nas últimas eleições. Com narrativas enviesadas, oportunistas e produtoras de sentimentos carregados de interesses que não se revelam, avança uma agenda falsamente religiosa conectada ao neoliberalismo
excludente e com traços de reacionarismo moral, que promove a intolerância e estimula discursos de ódio.

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“Bolsonaro é o fanatismo religioso como projeto de poder”

Organizador da campanha “Derrotar Bolsonaro é um Ato de Fé”, o pastor progressista Henrique Vieira acredita que a crise social e econômica sob Bolsonaro terá impacto no voto evangélico, reduzindo o peso da “pauta moral”

Malu Delgado, Deutsche Welle

A atuação de evangélicos progressistas passou a ser um ativo importante para a centro-esquerda na disputa presidencial de 2022, com boa parte do segmento pentecostal alinhado ao presidente Jair Bolsonaro.

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As alianças de Bolsonaro, Putin e Orbán contra o aborto e pela família tradicional

Em entrevista, a pesquisadora Sonia Corrêa fala sobre os pontos de aproximação entre líderes ultraconservadores na ofensiva contra direitos

Por Mariama Correia, Agência Pública

Os encontros de Jair Bolsonaro com o presidente russo Vladimir Putin e com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, em viagem oficial na última semana, mostram que as proximidades entre os governos dos países têm extrapolado os campos da ideologia e do discurso, e se traduzido em alianças internacionais contra a igualdade de gênero – tanto com relação ao próprio conceito de gênero quanto aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e das pessoas LGBTQIA+. A análise é da coordenadora do Observatório de Sexualidade e Política (SPW), Sonia Corrêa, uma das principais referências acadêmicas do país em estudos feministas.

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Sou crente e não quero um ministro do STF ‘terrivelmente evangélico’

Nilza Valeria Zacarias, no UOL

Primeiro o presidente da República diz que o STF precisa de um ministro “terrivelmente evangélico”. O susto, que tomo na ocasião, é pelo adjetivo terrivelmente. Se alguém ou alguma coisa é terrivelmente, não quero. E “terrivelmente evangélico” é um termo contraditório com a própria fé evangélica. Não tem como: ou é evangélico ou é terrível.

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“Ideologia de gênero” no Disque 100 pode criminalizar professores, diz pesquisador

Para professor da UFMG Marco Aurélio Prado medida indica ofensiva antigênero como política de Estado

Por Andrea DiP, Agência Pública

Recentemente incluída como possível agente de violência no Disque 100 do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos ao lado de crimes causados por orientação sexual, a “ideologia de gênero” – narrativa criada e fortalecida pela igreja católica especialmente nos anos 1990 e apropriada por políticos evangélicos e ultraconservadores no Brasil que se coloca sobretudo contra os estudos de gênero e os direitos LGBT+ – tem se tornado um instrumento cada vez mais significativo para disputas do campo moral, acredita o professor e pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Marco Aurélio Prado.

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Brasil retrocede enquanto descriminalização do aborto avança na América Latina

Coordenadora do Católicas pelo direito de Decidir, Rosângela Talib diz que mentalidade conservadora foi institucionalizada e barra avanço de direitos reprodutivos e sexuais no país

Por Mariama Correia, Agência Pública

Jovens católicos seguram cruzes, terços, imagens de santos e cartazes, e rezam pelo fim do aborto em frente ao Hospital Pérola Byington em São Paulo, considerado referência no serviço de abortamento legal no Brasil. Eles fazem parte de uma espécie de cruzada internacional chamada “40 dias pela vida”, que começou no último dia 22 com mobilizações em alguns estados brasileiros. “O aborto é o maior destruidor do amor e da paz”, diz a freira Maria Âncora da Confiança, 19 anos, formadora do noviciado do Instituto do Senhor e das Virgens de Matará, um dos grupos que participam da manifestação. 

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Em nome do Pai

Lideranças católicas no Brasil sofrem ameaças e são acusadas de uso político da fé por seus trabalhos sociais em meio à combustão do encontro entre uma igreja mais próxima das comunidades defendida pelo papa Francisco e o ultraconservadorismo empoderado por Bolsonaro

Beatriz Jucá, Felipe Betim, Douglas Magno e Fernanda Siebra, no El País Brasil

Dom Vicente, Frei Lorrane, Padre Júlio, Frei José Hélio, Padre Lino, Padre Leonardo. Eles não cabem apenas entre as paredes da Igreja. Em nome de Deus, dizem atualizar o evangelho e levá-lo aos mais pobres e oprimidos. Desbravam as periferias do Brasil para repartir alimento e acolher pessoas em situação vulnerável. Fome, frio, dor. A fé deles transcende os sacramentos para ganhar forma de denúncia ―contra as desigualdades, os desastres ambientais, o direito à moradia ou pela inclusão das minorias. Querem aplicar na vida atual os ensinamentos de Jesus Cristo, que também se revoltou com os vendedores ao redor do templo que lucravam com a fé. Movem-se pela comoção à dor alheia. São padres, freis e bispos empoderados pela Igreja em Saída que o papa Francisco tenta fortalecer desde o Vaticano ―uma corrente mais progressista, próxima às comunidades, forjada nos princípios da Teologia da Libertação e intrinsecamente latino-americana.

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