O ponto fraco da ultradireita latinoamericana

Assim como na Europa, ela cultua violência e anticomunismo. Mas sua referência é Trump. Por isso, seu nacionalismo é oco: ela não quer nem Estado forte, nem críticas ao neoliberalismo e aos EUA. Aí pode estar seu calcanhar-de-aquiles

por Claudio Katz, na Jacobin Latinoamericana | Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

A ascensão das novas direitas não produz mais surpresa. Confirma uma tendência das últimas décadas, que inclui a captura de vários governos e sua presença como um ator no sistema político. A onda de projetos reacionários canaliza parte do descontentamento gerado pela globalização neoliberal. Captura, com mensagens controversas, o desencanto causado por um modelo que multiplicou desigualdade, desemprego e precariedade. (mais…)

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Nem beco sem saída. Por José Luís Fiori

Erros e desatinos estratégicos de uma potência que perdeu o prumo

No A Terra é Redonda

“Pouco depois de 11 de setembro de 2001, tornei-me conhecido como um ‘neoconservador’ que colocou os direitos humanos e a promoção da democracia na vanguarda da política externa dos EUA… (mas) hoje, estou muito mais ciente do que antes das limitações do poder americano e, portanto, muito mais cético em relação aos apelos para promover a democracia na China, Egito, Irã etc. Acima de tudo, os Estados Unidos devem ser mais cuidadosos com o uso do poder militar do que nos dias inebriantes do ‘momento unipolar’”
(Boot, M. What the Neocons Got Wrong. And How the Iraq War Taught Me About the Limits of American Power. Foreign Affairs Today, March 10, 2023)

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Adeus à Europa? Por Boaventura de Sousa Santos

Sem a Rússia, a Europa é metade de si mesma, econômica e culturalmente

No A Terra é Redonda

Paira sobre a Europa um novo-velho fantasma – a guerra. O continente mais violento do mundo em termos de mortes em conflitos bélicos nos últimos cem anos (para não recuar mais no tempo e incluir as mortes sofridas pela Europa durante as guerras religiosas e as mortes infligidas por europeus aos povos submetidos ao colonialismo) caminha para um novo conflito bélico, oitenta anos depois do conflito até agora mais violento, com cerca de oitenta milhões de mortos. (mais…)

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Boaventura: a Europa em sua hora sombria

A guerra sem fim insinua-se no horizonte, sob a batuta dos EUA. O estado do bem-estar social é outra vez golpeado e, na esteira do medo e falta de esperança, a erva daninha do fascismo se ramifica. Se não for ceifada, liquidará as democracias

Por Boaventura de Sousa Santos, no Outras Palavras

Verdadeiramente nunca vivemos no futuro (nem no passado). Por outro lado, o que chamamos presente é apenas o momento de interface entre a memória reconfortante ou inquietante do que fomos e a antecipação, auspiciosa ou fatídica, do que vamos ser. Os finais de ano prestam-se a que esse momento, que está sempre presente, se manifeste sob a forma de interpelação. Nisso consistem os balanços e os planos. Esta enigmática dinâmica temporal, centrada no que já não vivemos e no que nunca viveremos, ocorre tanto ao nível individual como ao nível social. O meu foco é o social, mas a análise é válida, com adaptações, em todos os níveis da vida humana.
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O ultraimperialismo em tempos dantescos. Por Luis Eustáquio Soares

Ele opera sob um Estado racista, patriarcalista e colonial. Impõe um mundo onde o sol não luz, como diria Dante Alighieri. Promove círculo de angústia a partir de três formas de alienação, inseparáveis do capitalismo. É preciso entendê-las

Outras Palavras

Título original: O ultraimperialismo estadunidense e A Divina Comédia de Dante Alighieri.

“O homem, em realidade, não é, como afirma a lírica aparência da sociedade capitalista, um ser isolado, mas um ser social, cuja vida está ligada por milhares de fios aos outros homens e ao conjunto do processo social.” György Lukács, Crítica, p.361.

Onde o sol não luz

Qual é a lei geral da história? Marx a formulou assim: “O ser social determina a consciência humana” (MARX, 2008, p. 58). E o que é o ser social hoje? É o modo de produção capitalista mundialmente estabelecido como imagem e semelhança do Pentágono, espelhado em cada ato de compra e venda dolarizado, que amalgama e molda o mundo realmente existente, entrelaçando instituições, crenças, modos de ser, estar e viver, com base na militarização geral das relações sociais. (mais…)

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Lembrar Hiroxima e Nagasáqui para que o horror jamais se repita

Quando passam 77 anos sobre os bombardeamentos nucleares norte-americanos das duas cidades japonesas, é imperioso lembrar o crime e as suas circunstâncias, reafirmando a luta pela paz.

Os horrores da Segunda Guerra Mundial devem continuar vivos na memória dos povos, neles se incluindo o holocausto cometido pelos nazis alemães e os bombardeamentos nucleares norte-americanos sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui – ocorridos a 6 e 9 de Agosto de 1945.

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