Luis Felipe Miguel: “é absolutamente necessário lembrar do golpe e da ditadura”

Por Luis Felipe Miguel

É difícil combinar o Lula que fez a denúncia tão corajosa do genocídio do povo palestino e o Lula que parece ter pânico de melindrar os generais de seu próprio país.
Sua declaração sobre o golpe de 1964 – de que se trata algo que pertence exclusivamente ao passado e sobre o qual não vale mais a pena falar – é absolutamente irresponsável com a tarefa, que ele tem, de restaurar as condições para a retomada democrática no Brasil.

Lula disse que está mais preocupado com a tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023 do que com o golpe bem-sucedido de março e abril de 1964. Parece, por sua fala, que não há nenhuma relação entre um e outro. (mais…)

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Carta ao presidente Lula. Por Lygia Jobim

“Prezado Presidente Lula,

Para usar um adjetivo suave, devo dizer que a entrevista que concedeu ao Sr. Kennedy Alencar na data de ontem, 27.02.2024, me causou profunda estranheza.

Nela, ao lhe ser perguntado sobre como trataria o aniversário de 60 anos do golpe militar de 1964, afirma que o irá tratar da maneira mais tranquila possível, até porque está mais preocupado com o ocorrido em 08.01. Prossegue dizendo que já faz parte da história, já causou o sofrimento que causou. (mais…)

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Memórias de uma ilusão fatal. Entrevista com Gershon Knispel

“Nós, da geração de 1948, chegamos à conclusão de que a grande euforia por um Estado não levou em conta que iríamos nos tornar um país ocupante e, com o tempo, um país baseado nos princípios fascistas mais radicais. Temos agora uma bomba atômica e um muro de 650 quilômetros de extensão e 8 metros de altura.”

O trecho acima é de 1912, extraído de uma entrevista do artista plástico judeu Gershon Knispel a Paula Sacchetta (O Estado de S.Paulo), republicada pelo Instituto Humanitas Unisinos dois dias depois, em 27 de novembro. Vale relembrá-la, neste dias de genocídio. E ela está transcrita abaixo: (mais…)

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Memória, missão e resistência: povo Xakriabá celebra seus mártires

Celebração fortaleceu luta pela demarcação do território Xakriabá e fez memória das lideranças assassinados em 1987 no contexto da luta pela terra

Por Cimi Regional Leste

Na madrugada do dia 12 de fevereiro de 1987, o povo indígena Xakriabá foi atacado violentamente devido a sua luta pela defesa e garantia do território tradicional. Esta situação se acirrava na medida em que os indígenas avançavam nas ações de autodemarcação, como forma de efetivar os seus direitos em função da inoperância do Estado, que protelava a efetivação do direito territorial Xakriabá e, dessa forma, contribuía para o acirramento dos conflitos. (mais…)

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Caso Banco do Brasil: MPF recebe sugestões sobre formas de reparação da escravidão até 9 de fevereiro

Durante consulta pública, população em geral, entidades e movimentos sociais podem enviar propostas por meio eletrônico

Procuradoria da República no Rio de Janeiro

O Ministério Público Federal (MPF) receberá até 9 de fevereiro contribuições da população em geral, de entidades e de movimentos sociais sobre como o Banco do Brasil poderá reparar sua participação no tráfico de pessoas negras no século 19. A consulta pública é parte integrante do inquérito que tramita no MPF e tem por objeto Tráfico de Pessoas Negras Escravizadas e o Banco do Brasil: Direito à Reparação. As sugestões e propostas podem ser enviadas por meio de protocolo no MPF – fazendo referência ao inquérito (IC 1.30.001.004372/2023-13) – ou para o e-mail da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Rio de Janeiro (PRDC/RJ), no endereço eletrônico [email protected]. (mais…)

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Carta ao avô: 54 anos sem Mário Alves. Por Leo Alves

Em Filhos e Netos 

“Camarada Mário, meu avô! Resolvi lhe escrever esta carta e te contar as novas, inspirado nas cartas do companheiro Ivan Cosenza, que escreve para o falecido pai, Henfil – @ascartasdopai – Sei lá, né? Parece que está sendo um dos poucos recursos que familiares de pessoas afetadas pela Ditadura de 64 estão tendo hoje para serem escutados: falar com seus próprios mortos! (mais…)

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Supremo é o único a contar sobre 8 de janeiro a quem visita a corte

Já Congresso e Planalto não mencionam a invasão golpista em suas visitas públicas

Por Laura Scofield, Agência Pública

O que poderia ser apenas uma metáfora não é. No Supremo Tribunal Federal (STF), a pátria e a família protegem a Constituição. Mas há exato um ano, em 8 de janeiro de 2023, foi justamente quem entoava esses dizeres que roubou uma cópia fidedigna da Carta Magna de 1988 que ficava em um mostruário cercada por duas estátuas: a “La défense du foyer”, nome que pode ser traduzido como “a defesa do lar”, e a “Pro-patria”. (mais…)

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