Registro de armamento pesado aumenta 574% no país. “Há um verdadeiro estímulo ao comércio ilegal de armas”. Entrevista especial com Carlos Tautz

O estímulo ao armamento pode ter como consequência a expansão de grupos milicianos para todo país, diz o jornalista

Por: Patricia Fachin, em IHU

Segundo dados do Ministério Público Federal – MPF, o aumento na importação de armas no Brasil no ano passado foi de 33% em comparação com o ano de 2020. Igualmente, aumentou em 574% o registro de armamento pesado, como fuzis, carabinas, metralhadoras e submetralhadoras. Esses dados e as mudanças recentes em normas de acesso a armas e munições a partir da revogação de portarias que estabeleciam regras mais rígidas para a marcação, controle e rastreamento destas têm um impacto direto na “estrutura de fiscalização” e é um “verdadeiro estímulo ao comércio ilegal de armas”, afirma o jornalista Carlos Tautz na entrevista a seguir, concedida por WhatsApp ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

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Acesso a armas e munições: MPF e outras instituições receiam nacionalização de milícias

Para especialistas, novas normas exigem ações de controle e abertura de investigações

Ministério Público Federal na 2ª Região (RJ/ES)

O Grupo de Trabalho (GT) Defesa da Cidadania, coordenado pelo Ministério Público Federal (MPF) e com 11 instituições estatais e da sociedade civil fluminenses, emitiu nota técnica sobre recentes mudanças em normas de acesso a armas e munições. Para os especialistas, o novo marco regulador beneficia o crime organizado e exigirá outras ações de controle, investigação e repressão. O GT, que reage a casos de violência policial e de militares desde 2019, conclui a Nota com propostas contra a nacionalização das milícias.

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No mundo real, do qual a política se divorciou, as populações vivem, sofrem, são destruídas e massacradas. Entrevista especial com José Cláudio Alves

“Não há como, a partir da prática política institucional e partidária, por ela própria, fazer transformações”, afirma o sociólogo

Por: Patricia Fachin, em IHU

“No universo de pós-verdade, onde a farsa, a mentira, o engodo e o embuste foram transformados em verdade a partir de redes sociais e de toda a parafernália de divulgação da mentira, o jogo político virou algo incontrolável e incapaz de nos dar qualquer horizonte ou norte de orientação para onde devemos ir”. É a partir desta constatação que o sociólogo José Cláudio Alves reflete sobre alternativas para reaproximar a política do mundo real, não com discursos vazios sobre as mulheres ou os problemas sociais, mas tornando as populações protagonistas e construtoras das mudanças políticas em seus espaços.

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Moïse: arqueologia de um linchamento

Há algo de banal no crime que completa um mês. Ele expressa, além da milícia, uma brutalidade típica do Brasil: a que descarregamos uns contra os outros, por incapazes de fazer, da nossa raiva, impulso para mudar uma sociedade hedionda

Por Gustavo Assano, em Outras Palavras

So quietly stole upon their prey
And dragged him out to death, so without flaw
Their black design, that they to whom the law
Gave him in keeping, in the broad bright day,
Were not aware when he was snatched away,
And when the people, with a shrinking awe,
The horror of that mangled body saw,
“By unknown hands!” was all that they could say.
Leslie Pinckney Hill (1921)

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WikiFavelas: Radiografia do poder miliciano

Dicionário de Favelas Marielle Franco mostra a ascensão das milícias e como opera o controle territorial armado no RJ. Na esteira da “guerra às drogas”, elas capitalizaram a cultura do medo. Diversificaram seus “negócios” e miram a política

por Rede Fluminense de Pesquisas sobre Violência, Segurança Pública e Direitos

Moïse Kabagambe, refugiado africano, trabalhador precarizado, negro, foi assassinado à luz do dia e aos olhos de muitos em um quiosque na orla da Barra Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Seu assassinato, pelas mãos de homens brancos a marretadas, nos conta um tanto sobre como o racismo estrutural deste país impede qualquer tipo de interação social do corpo negro sem ser criminalizado ou estigmatizado. Além disso, nos conta sobre os ilegalismos e suas territorialidades na cidade do Rio de Janeiro, diante do fato que de tal crime carrega como marca ter sido realizado (e naturalizado) em área de controle territorial das milícias.

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Banditismo e gestão da força de trabalho: A inovadora parceria entre o iFood e as milícias

Considerável parte dos entregadores do iFood, principalmente em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, trabalha sob um sistema jagunço, em que banditismo e gestão da força de trabalho se cruzam 

Por Leo Vinicius Liberato, no Diplomatique Brasil

Talvez você, leitor, tenha conhecimento de parte da realidade de trabalho dos entregadores de aplicativo. É uma categoria de relativa visibilidade. Mas o que será exposto aqui, pela primeira vez, é uma realidade de ameaças a que os entregadores do iFood estão submetidos.

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