A geração ansiosa conseguirá livrar-se das telas? Por Ladislau Dowbor

Explosão de transtornos mentais entre crianças e adolescentes teve início com a era das redes sociais e da câmera de selfie. As crianças foram privadas da infância – e se transformaram em produto, comercializadas na indústria da atenção

No Outra Saúde

Jonathan Haidt, autor de A geração ansiosa: como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais (2024), é da área de psicologia social, e um dos mais competentes analistas de como as pessoas se inserem na sociedade, com seus sucessos, tensões e desafios em geral. Um livro anterior dele, A mente moralista: por que boas pessoas são divididas pela política e pela religião, é de excepcional qualidade, ao desenhar as motivações mais significativas como o sentimento de justiça, a religiosidade, o pertencimento ao grupo, a relação com autoridade e semelhantes. É um analista progressista, com muito pé no chão. Gosto em particular dessa constatação sobre as atitudes políticas: “Mentimos, trapaceamos, e justificamos tudo tão bem que chegamos a acreditar honestamente que somos honestos”. Em termos de comportamento social das pessoas, Haidt tem os olhos bem abertos. (mais…)

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A batalha da liberdade de expressão. Por Luis Felipe Miguel

Com uma mão, a direita empunha a bandeira da liberdade de expressão; com a outra, silencia quem discorda dela.

Na sua Página no Substack

Donald Trump voltou à presidência abraçado aos comandantes das big techs, cujo mantra é, mais do que nunca, a liberdade de expressão irrestrita. Qualquer tentativa de controle contra a disseminação de mensagens inverídicas e maliciosas é apresentada como a violação do direito humano mais fundamental.

Não é algo desinteressado, obviamente. A liberdade de expressão é defendida como se fosse algo que está igualmente ao alcance de todos. Mas não está: o alcance de cada discurso é radicalmente diferente de acordo com os recursos de que se dispõe. (mais…)

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Pesquisadores dizem que decisões da Meta ameaçam liberdade no Brasil

Especialistas se manifestaram em audiência pública realizada pela AGU

por Luiz Claudio Ferreira, na Agência Brasil

Em audiência pública em Brasília (DF), nesta quarta-feira (22), pesquisadores e membros de organizações da sociedade civil manifestaram contrariedade às novas políticas da empresa Meta, que alteraram as formas de moderação e que até permitem a publicação de conteúdos preconceituosos. Representantes das plataformas digitais foram convidados, mas não compareceram. A companhia controla as redes Facebook, Instagram e Whatsapp.  (mais…)

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A Batalha entre os Estados e as Big Techs: quem controla os números, controla o poder

A regulação das plataformas digitais se tornou um dos principais desafios para as democracias contemporâneas. O debate sobre a liberdade de expressão e o combate à desinformação tem se mostrado delicado

Erik Chiconelli Gomes*, Le Monde Diplomatique

O processo de racionalização da administração pública, consolidado a partir do século XVIII, estabeleceu as bases para uma nova forma de compreensão e gestão das populações. Essa transformação fundamental alterou não apenas os mecanismos de governo, mas toda a estrutura de conhecimento sobre as sociedades modernas. O desenvolvimento das instituições estatísticas nacionais representou um marco decisivo nessa trajetória, instituindo metodologias sistemáticas para a coleta e análise de dados populacionais. (mais…)

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A aposta incerta dos bilionários digitais

Em nome da “liberdade de expressão”, Zuckerberg e seus pares chantageiam e ameaçam. Mas há fragilidade por trás da bravata. Crescem, inclusive no Brasil, os sinais de que Estados e sociedades são capazes de conter as Big Techs

Por David Allen Green, no Financial Times | Tradução: Glauco Faria, em Outras Palavras

Quis custodiet ipsos custodes?” é a importante pergunta feita pelo poeta romano Juvenal, traduzida pelo autor inglês Alan Moore como ‘Quem vigia os vigias?’. (mais…)

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O alvo real do ataque de Zuckerberg

Examinamos as cinco medidas da Meta para estimular o ódio e o negacionismo em nome da “liberdade de expressão”. Está claro: ainda que frágil, democracia é entrave à expansão das Big Techs. Com Trump, elas veem a oportunidade de destruí-la. Por isso, espere novos horrores

por Renata Mielli*, em Outras Palavras

E não demorou mais do que 24 horas da cerimônia de confirmação da eleição de Trump pelo Congresso americano para que Mark Zuckerberg, CEO da Meta, anunciasse mudanças nas políticas de suas plataformas. (mais…)

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IA, ferramenta da ultradireita? (2)

Não é que a esquerda seja “fraca” em redes sociais. É que estas são programadas para estimular aspectos sombrios da constituição humana, como o individualismo e a conflitividade. Não culpe a tecnologia – mas seus senhores atuais…

por Cristian Arão*, em Outras Palavras

A reeleição de Donald Trump em 2024 não foi apenas um ato político; foi um grito vindo do abismo. A maré de votos que o levou de volta à Casa Branca nasceu de feridas abertas, muitas das quais causadas pelo avanço inexorável de tecnologias como a automação industrial e os algoritmos das redes sociais. Não foi um voto por esperança, mas por revanche. A conjunção de máquinas e algoritmos transformou a economia, destruiu identidades e, com isso, reacendeu as chamas do ressentimento que alimentaram sua vitória. (mais…)

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