Só teremos escolas seguras com regulação da internet, diz ministro

Lei precisa estabelecer direitos e deveres de internautas e empresas

Por Alex Rodrigues, na Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, voltou a defender a importância de o Congresso Nacional aprovar uma lei que regulamente o funcionamento das plataformas digitais no Brasil. Para Dino, estabelecer os direitos e deveres dos internautas e das chamadas big techs (do inglês, grandes empresas de tecnologia) é de fundamental importância para o combate à violência nas escolas e ao crescimento do extremismo no país. (mais…)

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Chomsky: ChatGPT contra o pensamento crítico

Filósofo dispara: novos bots são simuladores poderosos, mas também o oposto da inteligência, do aprendizado e da reflexão. Capital quer empregá-los para nublar o debate público. Porém, saída não é freá-los — e sim estimular a educação política

por Noam Chomsky, em entrevista a Ivo Neto e Karla Pequenino no Público | Tradução: Maurício Ayer, em Outras Palavras

Há um mês, o reputado filósofo e linguista Noam Chomsky co-assinou um artigo no New York Times em que condena a “falsa promessa do ChatGPT”, criticando o rumo que o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) levou. Ao Ípsilon, numa videochamada, o especialista do MIT reforçou a preocupação com a forma como a tecnologia está evoluindo, com algoritmos que nos dão conteúdo à nossa medida e chatbots que simulam a comunicação humana e contribuem para a inércia analítica e criativa. (mais…)

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Em tempos de uma “sociedade desmantelada”, a escola precisa resistir como ambiente de humanidade e democracia. Entrevista especial com Vera Iaconelli

A partir do ataque na Escola Thomazia Montoro, em São Paulo, psicanalista observa que o mau uso das redes sociais potencializa a violência e rompe laços sociais, contaminando espaços de pluralidades e aprendizagem

Por: João Vitor Santos, em IHU

Quando a violência invade o espaço da escola, é sinal de que a sociedade está doente. É nessa linha que vai a reflexão da psicanalista Vera Iaconelli. Ela alerta, porém, que não devemos culpabilizar a própria escola em que um aluno invade salas com uma faca, mata uma professora e fere outras cinco pessoas. “A escola não tem como resolver os problemas da humanidade, ela é uma célula lá dentro que deve ser mantida e protegida”, observa, na entrevista concedida por WhatsApp com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU. E acrescenta: “diante do impossível, vemos o que é possível. E o que é possível para a escola é manter esse espaço aberto de diálogo com as outras pessoas que estão chegando”. (mais…)

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PL das Fake News: “regular as plataformas é uma tarefa da nossa geração”

Diretor do InternetLab explica o que está em jogo e que governo federal ainda não deixou suas propostas claras

Por Laura Scofield, Agência Pública

Após o 8 de janeiro, a urgência de regular a comunicação nas plataformas digitais de modo a diminuir a disseminação de conteúdos nocivos cresceu entre as autoridades públicas, assim como as cobranças da sociedade civil para que o Executivo, o Legislativo e o Judiciário façam algo. O atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já disse algumas vezes que esse é um dos focos de sua gestão. (mais…)

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A pílula vermelha: redes sociais, pós-verdade e a ideologia bolsonarista

A questão da “pílula vermelha” expõe um paradoxo que me parece central no entendimento do bolsonarismo: como pode um movimento tão fora da realidade, embriagado em teorias da conspiração, achar que sua leitura paranoica e projetiva da realidade – para não dizer delirante – é, no final das contas, pós-ideológica?

Por Bruna Della Torre, no Blog da Boitempo

Quando pensamos em pílulas vermelhas e azuis no mundo real, obviamente, estamos pensando no estado orwelliano de controle da mente. Não vamos curar todo o seu cérebro. Após o tratamento, por exemplo, você ainda pode ser um torcedor do Celtics. Nosso interesse químico é exclusivamente no lóbulo político.
Curtis Yarvin, A Gentle Introduction to Unqualified Reservations

Matrix foi o grande filme de ficção científica de minha geração. Talvez por isso, sempre me chamou a atenção o uso da metáfora da pílula vermelha pela extrema direita trumpista e bolsonarista. Difundida por uma postagem no Twitter de Elon Musk em 2020, que aconselhava seus seguidores a “tomar a pílula vermelha”, a expressão foi mobilizada dessa forma por Curtis Yarvin, o filósofo favorito da alt-right estadunidense, expoente fundador do movimento Dark Enlightenment [esclarecimento obscuro], já em 2007. Sob o pseudônimo de Mencius Moldbug, ele escrevia em seu blog: “Todos vimos Matrix. Sabemos sobre as pílulas vermelhas. Muitos dizem vendê-las. Por exemplo, você pode ir a qualquer livraria e pedir ao homem atrás do balcão por um pouco de Chomsky. O que você vai receber são pílulas azuis pintadas em vermelho #3”. De acordo com Yarvin, a pílula vermelha que seu blog oferece é: “A América é um país comunista”. Sua tese é a de que democracia é incompatível com liberdade. E a verdade é que nós habitamos a Matrix ou “A Catedral”; um sistema composto pela burocracia estatal, pela mídia burguesa e pelas universidades que pouco a pouco visam impor uma ditadura comunista woke. Foram dez anos insistindo nesse tipo de tese na internet. Suas ideias, divulgadas no blog até a vitória de Trump, estão na base da nova direita americana (Bannon foi um leitor ávido de Yarvin) e tiveram profunda ressonância no Brasil. (mais…)

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