Zezé Motta recebe título de Doutora Honoris Causa da Fiocruz

Por David Barbosa, da Agência Fiocruz de Notícias

Ó senhora liberdade, abre as asas sobre mim. Cantando estes versos, a atriz Zezé Motta se tornou, nesta quinta-feira (31/10), a primeira artista a receber o título de Doutora Honoris Causa pela Fiocruz — a maior honraria concedida pela instituição. A cerimônia foi realizada no auditório do Museu da Vida Fiocruz e transmitida ao vivo pelo canal da Fundação no YouTube.

A iniciativa de homenagear Zezé partiu do presidente da Fiocruz, Mario Moreira, e foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo da instituição. “Sempre digo que é muito importante o reconhecimento das coisas boas que você realiza, porque é um incentivo para que você continue lutando pelo que acredita”, afirmou Zezé, ao receber o diploma. “Minha carreira foi marcada pela busca da representatividade e pelo combate ao preconceito. Hoje, recebendo esse título, sinto que a minha trajetória se entrelaça à de todos que lutam por justiça e igualdade”. (mais…)

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A militância política de Lima Barreto na imprensa. Por Denilson Botelho

Só é possível compreender a militância de Lima Barreto contextualizando-a em meio aos embates políticos e ideológicos dos quais o escritor pretendeu participar

No A Terra é Redonda

“Do calvário e porres desse grande pingente suburbano, urbano, brasileiro e universal é possível extrair tanta coisa, que encabulo. Só é possível dizer que as mais jovens gerações brasileiras estão perdendo muito por não conhecerem o criador de homens que sabiam javanês, de gentes que refletiam – sem postiços – um Rio suburbano ainda agora, como naquele tempo, esquecido; de uma arraia-miúda carioca de que talvez nunca mais se tenha tido notícia – com tal vigor, coerência, paixão e humanismo – na literatura deste país. De Afonso Henriques de Lima Barreto está tudo aí, vivo, pulando, nas ruas, se mexendo, incrivelmente sem solução, […] anos depois de sua morte. Da forma descarnada, crua, tupiniquim com que o mulato flagrou esta vida carioca, brasileira, sul-americana”. (João Antônio, Calvário e porres do pingente Afonso Henriques de Lima Barreto, p. 14). (mais…)

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Uma voz radical na sociedade pós-abolição. Por Vladimir Miguel Rodrigues

O jornalista e escritor Lima Barreto faleceu neste dia em 1922. Com seus textos, ele quebrou o monopólio literário dos brancos, fez de sua obra um espelho de sua realidade e denunciou a falsa abolição da escravidão que, na prática, mantém até hoje o racismo estrutural na base do capitalismo brasileiro.

O 13 de maio de 1888 não passou despercebido pelo menino Lima Barreto, que comemorava 7 anos naquele dia. Como em toda a infância, gostos, sons, símbolos formam o imaginário da criança. No caso de Lima, a semiótica tornava-se ainda mais forte pela sua cor. O garoto foi influenciado pelo famoso evento ocorrido da assinatura da Lei Áurea no Paço Imperial. Um acontecimento histórico que contou com a presença das lideranças abolicionistas.

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O que está por trás da cumplicidade da Alemanha no genocídio de Israel em Gaza? Por Jürgen Mackert

O seu apoio entusiástico ao massacre em massa de palestinos por Israel expôs o envolvimento selectivo da Alemanha com a sua história sangrenta, que só reconhece as suas vítimas judias brancas.

No Middle East Eye

Duas semanas atrás, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, defendeu o assassinato de civis palestinos por Israel durante um discurso parlamentar.

A relatora especial da ONU para a Palestina, Francesca Albanese, rapidamente condenou seus comentários e alertou que se “a Alemanha decidir apoiar um estado que está cometendo crimes internacionais, é uma escolha política, mas também tem implicações legais”. (mais…)

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O papel central da educação na cultura política e na vida pública cotidiana. Por Henry Giroux e Gustavo Figueiredo

A pedagogia é inerentemente política porque está vinculada à agência social e, portanto, à formação para o exercício de uma cidadania crítica, revelando como o conhecimento e as identidades são construídos dentro de dinâmicas de poder específicas

No Le Monde Diplomatique Brasil

Como Angela Davis afirma, é imperativo ter uma compreensão internacional de como o fascismo está se espalhando pelo mundo e como ele conecta países tão diversos como Israel, Estados Unidos, Brasil, Argentina, Índia, Arábia Saudita, Hungria e Turquia. Os fios que conectam esses vários países movimentam o nacionalismo xenófobo e o racismo. Poderosos dispositivos políticos pedagógicos forjam um discurso de ódio, medo e violência política como parte do esforço neoliberal para controlar a cultura. Segundo Davis, se quisermos ser vitoriosos na luta contra o fascismo, precisamos de uma perspectiva internacionalista. Não podemos focar apenas no que está acontecendo em Washington ou Brasília, nossas questões domésticas estão condicionadas pelo que está acontecendo na conjuntura internacional. (mais…)

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Lições amargas. Por Valerio Arcary

Três explicações erradas para a derrota de Guilherme Boulos

No A Terra é Redonda

“Nunca é tão fácil perder-se como
quando se julga conhecer o caminho”
(Provérbio popular chinês).

A derrota eleitoral de Guilherme Boulos em São Paulo foi a maior que a esquerda sofreu neste segundo turno. Não é fácil refletir sobre derrotas. Derrotas são tristes e dolorosas. Estamos sob o impacto emocional da amargura. Ninguém está imune, subjetivamente, da decepção e frustração. Manter a lucidez não é simples. (mais…)

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Os Subterrâneos da Psiquiatria em Sergipe… Por Antonio Samarone

Presa pichando muro contra a ditadura, militares mantêm poetisa internada em hospital psiquiátrico durante nove anos

No Documentos Revelados

Em meados da década de 1970, a Atalaia Nova, na Barra dos Coqueiros, era uma Arembepe de Província, frequentada por hippies, comunistas, artistas, bichos grilos, maconheiros e desocupados. Era a nossa Praia. Sem contar que o aluguel era barato.

Circulava entre os moradores uma lenda, de que antes do golpe de 1964, morou na Ilha, num barraco isolado, um mulher desconhecida, altiva, bem falante, feminista, poeta, jornalista e escritora. Era vista diariamente na tó-tó-tó, indo e vindo de Aracaju. Se falava que era até comunista. (mais…)

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