Sofrimento e luta das prostitutas na pandemia

Um estudo mostra a realidade dessas trabalhadoras que não puderam aderir ao “fique em casa”. Relatam sofrimento mental, piora nos atendimentos do SUS e aumento da violência. Mas sua auto-organização foi importante para proteção coletiva

por Gabriela Leite, Outra Saúde

A pandemia de covid-19 escancarou desigualdades estruturais em todo o mundo, mas seus impactos foram sentidos de forma ainda mais acentuada entre populações marginalizadas. Um grupo especialmente afetado no Brasil foi o das trabalhadoras sexuais, como revela o estudo “Eu Quero é Mais! A Vida de Profissionais do Sexo Durante a Pandemia da COVID-19”. (mais…)

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É preciso falar de banheiros e bebedouros públicos

Há muito negligenciado no Brasil, o saneamento fora do domicílio é essencial para garantir o direito à Saúde e ao Bem-Estar. E a ausência pesa ainda mais sobre a população empobrecida, os trabalhadores precarizados, as mulheres e os encarcerados

Por Laura Magalhães Rocha e Silva e Fernanda Deister Moreira*, do Ondas, no Outras Palavras

Uma das provas aplicadas no Concurso Nacional Unificado para o serviço público trouxe como tema de redação a saúde no sistema prisional nacional. O enunciado tinha como base uma pesquisa1 realizada pelo Conselho Nacional de Justiça sobre óbitos e adoecimentos de pessoas sob a custódia estatal. A pesquisa apresentou também dados que sugerem um aumento no número de mortes e precarização das condições de saúde durante a emergência sanitária de Covid-19, mesmo sendo esses dados subnotificados. O cenário certamente relaciona-se às unidades prisionais superlotadas e à falta de água potável em quantidade adequada e suficiente (CNJ, 2023). (mais…)

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Produção e consumo de carne estão associados à desigualdade estrutural no Brasil. Entrevista especial com Aline Martins de Carvalho

Livro recém-lançado explica como a expansão da pecuária em larga escala está associada à exploração de trabalhadores em condições precárias, à violência no campo, à concentração de terras e à questão de classe

Por: IHU e Baleia Comunicação | 03 Outubro 2024

No Brasil há mais bois que pessoas. Vamos aos números. Em 2023 mais de 34 milhões de animais foram abatidos, segundo o IBGE, totalizando 8,91 milhões de toneladas de carne no período. Desse montante, 2,29 milhões, aproximadamente 25% da produção, foi destinada à exportação e o restante ao mercado interno. Considerado o segundo maior rebanho do mundo, com cerca de 235 milhões de animais (em 2022), ficando atrás apenas da Índia, o atual modelo de produção da pecuária brasileira possui muitas contradições. (mais…)

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Mudanças climáticas e questões raciais: como construir cidades antirracistas?

Adaptações para crise devem considerar desigualdades, diz Gisele Brito, especialista em planejamento urbano

Por Por Andrea DiP, Clarissa Levy, Claudia Jardim, Ricardo Terto, Stela Diogo, Agência Pública

Em uma reunião dos Três Poderes sobre o avanço dos incêndios no Brasil, no dia 17 de setembro, o presidente Lula alertou que tanto os estados quanto as cidades não estão preparados para enfrentar eventos climáticos extremos. Na semana anterior ao pronunciamento, São Paulo, a maior cidade do país, se manteve por cinco dias consecutivos com a pior qualidade do ar do mundo, de acordo com o ranking desenvolvido pelo site suíço IQAir, que monitora a poluição em 120 metrópoles de todo o planeta.
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Desigualdades: Interpenetração racismo-machismo-pobreza. Novidade!? Por Nilma Bentes(1)

Há possibilidade de alguma pessoa brasileira ser absolutamente equilibrada, harmonizada consigo mesma? Qual percentual de equilíbrio emocional de pessoas negras [2] e brancas diante do racismo que está entranhado desde a invasão europeia – escravismo-colonial continuando pelo império e república atual? Pessoas brancas que se consideram NATURALMENTE superiores às negras e indígenas podem ser consideradas equilibradas? Penso que certamente NÃO. Ocorre que mesmo nas camadas de baixa renda, as pessoas/famílias brancas se beneficiam desse “privilégio branco”, criado à força[3]. (mais…)

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A ilusória “ecologia industrial”

Eficiência na produção de materiais gerou um efeito rebote: preços baixos, mais demanda e explosão do extrativismo. Fenômeno mostra: inovação é crucial, mas políticas ambientais efetivas passam por novos modos de produzir e redução das desigualdades e do consumismo

por Ricardo Abramovay, em Outras Palavras

Introdução

Quanto pesa tudo o que você consome durante o ano? Sua alimentação, sua roupa, os materiais para a construção de sua casa, de seu local de trabalho ou de onde você estuda, aqueles dos quais é feito seu carro ou o transporte coletivo que você utiliza e os combustíveis dos quais este transporte depende, qual o peso, em toneladas, de tudo isso? Sabemos aproximadamente quanto gastamos, em dinheiro, para adquirir os bens e os serviços de nosso uso. (mais…)

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Saúde global: a nova infiltração das corporações

Em cúpula paralela à Assembleia da ONU, países aprovaram documento que promove reforma no funcionamento do sistema multilateral. Suas diretrizes promovem a intrusão do poder corporativo nas decisões globais – inclusive na Saúde

Por Gonzalo Terrón e Pedro Villardi, para a coluna Saúde não é mercadoria, no Outra Saúde

Nos últimos tempos, com o avanço da ultradireita, temos visto os ataques ao sistema multilateral intensificaram-se tanto no Sul quanto no Norte globais. Em uma de suas primeiras ações no governo, em meio à pandemia de COVID-19, Trump retirou o financiamento dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em maio deste ano, durante a Assembleia Mundial da Saúde, grupos de ultradireita organizaram manifestações contrárias ao evento, além de disseminarem teorias conspiracionistas sobre uma tentativa de assassinato do primeiro-ministro da Eslováquia, por supostamente não ter aderido ao chamado Tratado das Pandemias. Por isso, é cada vez mais urgente repensar a governança global para que o multilateralismo ofereça respostas às múltiplas crises que caracterizam a atualidade. (mais…)

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