Grupos cristãos alcançaram as esferas mais altas de poder, e têm projeto político, de raízes coloniais, que destrói diversidade cultural e subjuga mulheres. Entidades feministas, indígenas e religiosos lançam campanha para enfrentá-los
por SOS Corpo
A cena de dezenas de pessoas ajoelhadas com terços na mão, rezando em frente à portaria principal do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM), na cidade de Recife no último domingo (16), e os gritos e atos violentos contra uma menina de 10 anos, que carregava em seu corpo infantil uma gravidez resultante de estupro, é tão repugnante quanto reveladora de como o fundamentalismo nos imputa a um projeto de nação sombrio. A cena daqueles homens e mulheres, fanáticos conservadores, evidencia que o fundamentalismo não é uma ideologia ou um discurso moral: é uma força política, econômica, cultural e religiosa com práticas de violência e discursos de ódio e crueldade que questionam a própria condição humana. Evidenciam a perversidade de um grupo político que manipula e usa da fé para disseminar ações institucionalizadas e discursos de ódio que sustentam o sistema patriarcal, capitalista e racista.
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