Pernambuco: intervalos bíblicos entram na mira de parlamentares bolsonaristas evangélicos

Deputados e vereadores aproveitam debates para mobilizar projetos de lei que defendem cultos nas escolas

Por  Danilo Queiroz, Agência Pública

Os intervalos bíblicos em escolas se tornaram alvo de uma investida legislativa de parlamentares evangélicos e cristãos conservadores em Pernambuco, desde que a realização desses momentos de culto começou a ser questionada pela Secretaria de Educação (SEE-PE), pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Pernambuco (Sintepe) e pelo  Ministério Público do Estado (MPPE). As entidades vêm recebendo denúncias de que as programações, cuja participação geralmente é voluntária, teriam se tornado obrigatórias em algumas unidades de ensino e de que alunos de outras religiões não teriam o mesmo espaço de culto oferecido aos evangélicos ou cristãos. (mais…)

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Analfabetismo religioso empurra o povo para a extrema direita. Por frei Gilvander Moreira

Em Contagem, MG, de 02 a 04 de agosto de 2024, aconteceu o VII Encontro Mineiro de Fé e Política, melhor dizendo, de Fé Política, com participação de lideranças religiosas e populares de muitos municípios do estado de Minas Gerais. Foi muito bom. Eis uma questão central discutida no Encontro: a questão religiosa no Brasil, especificamente, e de forma geral em todo mundo, se tornou uma brutal questão política que não pode mais ser ignorada, sob o risco da extrema direita retomar em breve o controle do Poder Executivo federal, nos municípios e nos estados, e abocanhar também o Poder Legislativo nos municípios, nos estados e ampliar ainda mais sua presença hegemônica na Câmara Federal e no Senado. (mais…)

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O traficante fundamentalista que usa a Bíblia para justificar a violência contra padres no Complexo de Israel

Por Bruno Paes Manso, no Jornal da USP

Dia 12 de outubro de 1995, feriado de Nossa Senhora Aparecida: era para ser um dia festivo, mas o País pegou fogo diante de um ataque inesperado a um dos símbolos da fé nacional. Durante a madrugada, em um programa de televisão ao vivo, Sérgio Von Helder, que era bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), chutou a imagem da padroeira e desdenhou da crença de milhares de brasileiros.

A agressão causou repercussão, com amplo destaque no Jornal Nacional e na imprensa em geral. Houve manifestações de repúdio do presidente Fernando Henrique Cardoso, do bispo do Rio de Janeiro, Dom Eugênio Salles, e até do papa João Paulo II. Von Helder foi processado, condenado e precisou se mudar para os Estados Unidos para evitar a fria dos fiéis brasileiros. (mais…)

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Edições críticas da Bíblia da Septuaginta, a LXX. Por frei Gilvander Moreira

Partilhamos aqui mais “argumentos” indiretos que demonstram que a interpretação liberal e fundamentalista da Biblia, a que faz “os catadores de versículos bíblicos”, “não tem pé nem cabeça”, não passa de projeção de pré-compreensões de quem busca ser referendado nas suas opiniões de senso comum preconceituoso e contaminado pela ideologia dominante, por textos bíblicos, considerados inspirados. (mais…)

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Campina Grande proíbe carnaval de rua para privilegiar evento religioso

Decreto do prefeito Bruno Cunha Lima reservou os dias da folia para a “realização exclusiva” do “Carnaval da Paz”. Um dos destaques do evento “ecumênico” patrocinado por igrejas evangélicas será um pastor americano defensor da escravidão

Por Tiago Pereira, da RBA

O prefeito de Campina Grande (PB), Bruno Cunha Lima (União Brasil), proibiu o carnaval de rua entre os dias 8 e 13 de fevereiro. Decreto assinado na última sexta-feira (12) reserva os dias da folia para a “realização exclusiva de eventos ecumênicos” relacionados ao chamado “Carnaval da Paz”. Trata-se do “maior encontro de fé, espiritualidade e autoconhecimento do Brasil”, de acordo com a gestão campinense. (mais…)

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ANPOCS e CEBRAP criticam sentença que determina censura da justiça de SP ao livro “Religião e Conflito”

ANPOCS

A ANPOCS se junta às manifestações de consternação diante da sentença proferida pela 6ª Vara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que determina a suspensão da comercialização e divulgação do livro “Religião e Conflito”, organizado pelas professoras Melvina Araújo e Christina Vital da Cunha.

O trabalho é resultado de pesquisa científica, cujos resultados foram publicamente apresentados e debatidos nos fóruns científicos reconhecidos pela comunidade acadêmica e científica.

Acesse nota do CEBRAP sobre o tema, abaixo ou no seu site.

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Leia nota da profa. Melvina Araújo:

No capítulo Controvérsias em torno do infanticídio indígena: religiosos e antropólogos em ação, publicado no livro Religião e conflito, discuto as estratégias pelos envolvidos na elaboração e defesa do Projeto de Lei 1057 e na Campanha Nacional a favor da vida e contra o infanticídio. Esta campanha foi conduzida, sobretudo, pela Atini, uma ONG que vem sendo investigada pelo MPF por acusações de sequestro de crianças indígenas e de incitação do ódio às populações indígenas.

Tanto no material relativo ao PL 1057, quanto na conferência de lançamento da Campanha Nacional a favor da vida e contra o infanticídio, nas audiências públicas e nas publicações da Atini, certa pessoa é apresentada como uma antropóloga que, diferentemente dos demais antropólogos, defende a criminalização do suposto infanticídio indígena. Em se tratando de uma figura central na apresentação e defesa do PL, busquei informações sobre essa pessoa e encontrei divergências nas informações sobre sua formação e vínculo institucional e as expus. Apontei para o leitor informações dos textos que colhi e dos autores que pesquisei, garantindo-lhe ferramentas para a análise e estudo do tema abordado e de todas as informações contidas no meu texto.

Exigir a retirada da obra de circulação constitui censura à liberdade acadêmica e de cátedra, que é um direito fundamental intransigível, inegociável e irrenunciável, sobretudo porque a própria requerente reconhece que a apresentação que fez de si mesma num artigo publicado na revista Aurora estava incorreta e anexa ao processo a solicitação de retificação feita por seu advogado à revista.

Apesar disso, na sentença promulgada tanto na primeira quanto na segunda instância consta que as apresentações incorretas foram feitas por terceiros e não pela própria autora. Pior que isso, na sentença da segunda instância há um impedimento de solicitação de tipificação da ação, o que pode implicar na impossibilidade de se recorrer da decisão.

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Cebrap critica decisão judicial que suspendeu a comercialização do livro “Religião e Conflito”

“O Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) expressa sua consternação diante da sentença proferida pela 6ª Vara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que determina a suspensão da comercialização e divulgação do livro “Religião e Conflito”. A sentença também condena a professora e pesquisadora Melvina Araújo ao pagamento de indenização por danos morais em razão de uma análise realizada em um dos capítulos de sua autoria publicado nessa coletânea, da qual também é coorganizadora.

“O capítulo, intitulado “Controvérsias em torno do infanticídio indígena: religiosos e antropólogos em ação”, examina as estratégias dos participantes na elaboração e defesa do Projeto de Lei 1057 (Lei Muwaji) e na Campanha Nacional a favor da vida e contra o infanticídio. O trabalho é resultado de pesquisa científica, cujos resultados foram publicamente apresentados e debatidos em fóruns científicos.

“Preocupa profundamente que o Poder Judiciário, ao julgar procedente a ação movida por uma das atrizes envolvidas no processo político analisado pela professora Araújo, ofereça justificativa com implicações de delimitação do que seja uma análise científica e seus procedimentos apropriados, restringindo a circulação do conhecimento.

“Preocupa não apenas porque o Poder Judiciário não é foro adequado para o julgamento da produção de conhecimento científico, mas porque a história recente do país mostrou os custos de negligenciar os critérios internos à produção desse conhecimento.”

Centro Brasileiro de Análise e Planejamento
31 de agosto de 2023

 

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As igrejas que dominam a nova ala evangélica na Câmara

Assembleia de Deus, Batista e IURD reúnem 58% dos 93 parlamentares evangélicos empossados na atual Legislatura

Por Nathallia Fonseca, Agência Pública

As igrejas Assembleia de Deus, Batista e Universal do Reino de Deus (IURD) são as denominações com maior representatividade entre os deputados federais evangélicos empossados para a atual Legislatura (2023-2027), na Câmara dos Deputados. Elas reúnem 58% dos 93 parlamentares vinculados a igrejas evangélicas, segundo levantamento da Agência Pública, realizado a partir do monitoramento de candidaturas com identidade religiosa, do Instituto de Estudos da Religião (Iser). (mais…)

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