MBL usa o aborto para reposicionar a marca. Por Eliane Brum

Na disputa da direita com a direita, pelas almas, pelos cliques e pelos votos, a milícia enfrenta dificuldades para mudar a imagem sem perder poder de pressão

No El País Brasil

O Brasil tem apenas três possibilidades de aborto legal: em caso de estupro, risco de morte da mãe e feto anencefálico. Ao propor um projeto na Câmara de Vereadores de São Paulo para dificultar a interrupção da gestação nestes casos, um dos mais conhecidos membros do Movimento Brasil Livre (MBL), Fernando Holiday (DEM), sabe que o projeto pode ser contestado na Justiça porque extrapola a competência do município. A constitucionalidade, porém, não importa. Não importa se o projeto vá adiante ou não, importa ser relacionado por eleitores à “defesa da vida”, mesmo que isso comprovadamente signifique a morte de mulheres. Importa manter seguidores que começam a se afastar e importa também conquistar seguidores novos, especialmente entre evangélicos neopentecostais. Nem que para isso seja necessário defender a tortura das mulheres. O cinismo se torna cada vez mais – literalmente – criminoso no Brasil.

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Associação de juristas evangélicos fundada por Damares Alves amplia lobby no governo

Criada há sete anos, Anajure, que recebeu Sérgio Moro em seu último evento, tem atuado junto aos três poderes para garantir “valores cristãos”

Por Carolina Zanatta, Agência Pública

“Com todo respeito ao Supremo Tribunal Federal, eu pergunto: existe algum, entre os 11 ministros do Supremo, evangélico? Cristão assumido? Não me venha a imprensa dizer que eu quero misturar a Justiça com religião. Todos nós temos uma religião ou não temos. E respeitamos, um tem que respeitar o outro. Será que não está na hora de termos um ministro no Supremo Tribunal Federal evangélico?”, disse o presidente Jair Bolsonaro no dia 31 de maio durante um evento realizado na congregação Madureira da igreja Assembleia de Deus.

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O lobby é a alma do negócio

A trajetória do dono da CNN Brasil, Rubens Menin, vai do Minha Casa Minha Vida à articulação de empresários para acabar com a lista suja do trabalho escravo; também passa por reuniões palacianas e polpudas doações nas últimas eleições

Por Alice Maciel, Agência Pública

Apontado no meio empresarial como o “embaixador” do programa Minha Casa Minha Vida, o mais novo barão da mídia, fundador e presidente do conselho da MRV Engenharia, Rubens Menin atua intensamente nos bastidores de Brasília em prol dos seus negócios pelo menos desde 2008, quando participou da elaboração do programa que o transformaria em um dos homens mais ricos do país. Seu mais novo negócio é o canal de notícias CNN Brasil, entre outros seis que carregam seu nome no Brasil e nos Estados Unidos: MRV Engenharia, Banco Inter, AHS Development Group, Urbamais Desenvolvimento Urbano, ABC da Construção, Log Comercial.

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Fake news e fundamentalismo como formas de ver o mundo

As origens das fake news no fundamentalismo cristão: como grupos fundamentalistas criam “sistemas de verdade” baseados em notícias falsas, “fatos alternativos”, teorias de conspiração e pseudociência

Por Igor Tadeu Camilo Rocha, no Justificando

Em fevereiro de 2017, Frank Shaeffer, escritor e contribuidor do jornal New York Times, publicou noutro portal de notícias, o Huffington Post, um artigo escrito pelo professor Christopher Douglas, intitulado The Religious Origins of Fake News and “Alternative Facts” a respeito das origens no fundamentalismo cristão das chamadas fake news. Este autor, professor da universidade de Victoria, no Canadá, é especialista em literatura anglófona e tem estudos que relacionam escritos fundamentalistas com o crescimento de uma nova direita.

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O fetichismo e as formas políticas: o Estado burguês na forma burlesca. Por Mauro Luis Iasi

A bizarrice burlesca do governo atual não é uma característica contingente. Ela é a forma necessária do Estado burguês em um momento em que nenhuma racionalidade minimamente séria consegue mais ligar as intensões neoliberais aos resultados obtidos

“Se há um idiota no poder
é porque os que o elegeram
estão bem representados.”
Barão de Itararé

No Blog da Boitempo

Marx estava convencido de que o fetichismo da mercadoria constituía a base real daquilo que Hegel entendia como uma das dimensões da alienação: o estranhamento, esse processo pelo qual as objetivações humanas se distanciam daqueles que as criaram e se voltam contra ele como uma força hostil que os controla.

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Deseducar para controlar – A ignorantização como projeto de poder

Por Guilherme Lima, no Pensador Anônimo

Nestes dias tão conturbados em que presenciamos e vivemos cataclismos políticos e sociais tão evidentes, a figura do autômato descrita pelo Filósofo e Historiador Alemão Walter Benjamin me veem a cabeça. Em seu texto Conceitos Sobre História, assim ele descreve este ser: “Conhecemos a história de um autômato construído de tal modo que podia responder a cada lance de um jogador de xadrez com um contra lance, que lhe assegurava a vitória. Um fantoche vestido à turca, com um narguilé na boca, sentava-se diante do tabuleiro, colocado numa grande mesa. Um sistema de espelhos criava a ilusão de que a mesa era totalmente visível, em todos os seus pormenores. Na realidade, um anão corcunda se escondia nela, um mestre no xadrez, que dirigia com cordéis a mão do fantoche.”

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Como eu descobri o plano de dominação evangélico – e larguei a igreja

Por Túlio Gustavo, no The Intercept Brasil

EM MEADOS DE 2007, converti-me ao cristianismo, bastante influenciado por uma família de empresários, donos de alguns bazares no 3º Distrito de Duque de Caxias, no Rio, onde moro até hoje, para quem trabalhei no final da adolescência e início da vida adulta, e que depois viriam a se tornar bons amigos. Eu tinha 17 anos e muitas dúvidas existenciais. As clássicas perguntas “por que estamos aqui”?, “para onde vamos?” dominavam os meus pensamentos. Em termos práticos, também não sabia o que fazer profissionalmente.

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