Por que a imprensa se recusa a reconhecer a importância de Dilma Rousseff? Por Roberto Xavier

Há uma ironia amarga na trajetória recente de Dilma Rousseff. No exato momento em que seu nome ganha força e respeito nos circuitos da geopolítica global, ela parece cada vez mais ausente da memória e da narrativa pública brasileira.

Enquanto preside o Banco dos BRICS e se torna uma das vozes mais ativas na defesa de uma transição ecológica justa, a ex-presidenta do Brasil continua sendo tratada pela grande imprensa nacional como uma figura lateral, quase um eco de um passado político incômodo. (mais…)

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“Direito dos homens”, a nova face da misoginia

Despontam grupos antifeministas escondidos sob a fachada do vitimismo. A estratégia: usar dados reais sobre o sofrimento masculino para manipular discursos. Um possível antídoto: criar espaços de diálogo para além de polarizações forjadas

Por Nuria Alabao, no CTXT | Tradução: Lucas Scatolini, em Outras Palavras

As categorias se amalgamam na manosfera – aquele lugar da internet onde o antifeminismo se expressa e se compõe politicamente –, muitas vezes borrando os contornos das distintas subculturas. O Movimento pelos Direitos dos Homens – “Men’s Rights Activism” –, de origem anglo-saxã, surge como reação às propostas do feminismo dos anos sessenta e setenta do século XX, justamente quando se gestou boa parte dos argumentos sobre gênero que hoje estão em operação nas direitas radicais. (mais…)

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Mulher, seus passos podem estar sendo vigiados: pesquisa analisa novas formas de violência contra as mulheres no ambiente digital

Por Mabel Dias*, Brasil de Fato

Em um dos meus artigos, publicados nesta coluna, analisei letras de algumas músicas populares brasileiras, que retratam as mulheres de maneira estereotipada e que reforçam a cultura machista da sociedade brasileira. Essa semana, durante uma viagem no transporte por aplicativo, ouvi no rádio mais uma dessas “músicas”, que reforçam, simbolicamente, a violência contra as mulheres. Quem Ama, Cuida é cantada por Flávio Leandro e, no seu refrão, diz assim: “Mas não desligue o celular, eu vou te rastrear, porque quem ama, cuida.” (mais…)

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A vassalagem antipatriótica. Por Luiz Marques

Enquanto o nacionalismo latino-americano celebra liberdade e natureza, o europeu e norte-americano alimentam monarquias e caça a “inimigos internos”. No Brasil, a extrema direita sequestra símbolos pátrios para mascarar sua vassalagem colonial — transformando o verde-amarelo em cortina de fumaça para o entreguismo e o fascismo

Em A Terra é Redonda

Houve época em que os intelectuais cosmopolitas do velho continente viam o nacionalismo como uma patologia, por estar enraizado no medo e no ódio do Outro. As Grandes Guerras da primeira metade do século XX, na Europa, deixaram cicatrizes e lições. Nações que flertam com os ideais nacionalistas tendem à beligerância expansionista. O treinador Felipão descobriu que brincava com fogo ao propor que a população desfraldasse o estandarte nacional na frente de casa, em apoio à seleção de futebol de Portugal; a proposta foi enterrada pela opinião pública para sua surpresa. (mais…)

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Misoginia online dos jovens-machos ressentidos

Pensadora feminista mergulha nas subculturas como incel e redpill. Como extrema direita politiza frustrações pessoais. Os impactos no mundo offline e a monetização do antifeminismo. E os caminhos para repensar modelos de masculinidade

Por Nuria Alabao, no CTXT | Tradução: Rôney Rodrigues, em Outras Palavras

Os jovens homens votam mais na extrema direita do que suas equivalentes femininas, e as pesquisas mostram uma forte reação antifeminista em boa parte da Europa. As causas são múltiplas e complexas, mas uma que perpassa todos os estudos indica que esses jovens passam um tempo considerável em fóruns da internet, redes sociais ou YouTube consumindo materiais antifeministas dos mais variados tipos. (mais…)

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‘Adolescência’, incels, redpills: a produção de odiadores de mulheres na internet

Em entrevista, Maria Carolina Medeiros e Letícia Sabbatini refletem sobre a radicalização nas plataformas digitais

Por Amanda Audi | Edição: Mariama Correia, Agência Pública

Jamie Miller, um menino de 13 anos, é preso nos primeiros minutos da série Adolescência, da Netflix, acusado de assassinar uma garota de sua escola. Policiais arrombam a porta da sua casa e o encontram acuado na cama, tão assustado que faz xixi nas calças. Ele é pequeno, tem feições infantis e chora copiosamente dizendo que não fez nada de errado. O espectador começa a suspeitar que houve algum erro – até que os investigadores mostram imagens de Jamie cometendo o homicídio. (mais…)

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Nísia Trindade: “Fui ministra do SUS”

Em sua despedida, ela falou sobre seus 25 meses à frente do Ministério da Saúde, após anos de destruição. Enalteceu o trabalho conjunto e a participação social. E criticou aqueles que a atacaram sistematicamente

por Nísia Trindade, Outra Saúde

Ontem, 10 de março, em Brasília, aconteceu a posse do novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Na cerimônia, que também empossou Gleisi Hoffmann na pasta da Secretaria de Relações Institucionais, Nísia Trindade fez sua despedida. Outra Saúde publica, abaixo, seu discurso na íntegra. É possível assistir à cerimônia completa aqui. (mais…)

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