Projeto de Lei que busca a imediata proteção da reprodução humana e de crianças e adolescentes é vetado pelo governador Tarcísio de Freitas

Por Jeffer Castelo Branco, Mari Polachini, Rafaela Rodrigues da Silva

O chefe do poder executivo do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vetou totalmente o projeto de Lei 1475/2023, que disciplina o uso do amálgama de mercúrio em todo o Estado de São Paulo, Brasil. O projeto, agora, volta ao poder Legislativo, que estudará o veto imposto pelo Governador, podendo aceitar os fundamentos, parciais e descabidos, e promover o arquivamento, ou então recusar o veto e promulgar, convertendo o projeto em Lei Estadual e provendo a proteção da saúde e do meio ambiente.

Três principais óbices foram apontados no texto do Governador, um foi a própria Convenção de Minamata. Por meio de uma leitura parcial, enviesada e ignorando todo o contexto da Convenção, sobretudo os termos da parte II do Anexo A, ele se fundamentou apenas na possibilidade de continuar usando o amálgama encapsulado para vetar totalmente a Lei. Ignorando até mesmo a proposta de proteção inicial para o público mais sensível ao mercúrio. (mais…)

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Os novos desafios da vacinação no Brasil

Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações avalia a situação do país desde a retomada das vacinas nos últimos dois anos. Cobertura volta a subir, o que é positivo. Mas há novos obstáculos, como a desinformação e as novas doenças trazidas pelo caos climático

Mônica Levi em entrevista a Gabriel Brito, em Outra Saúde

A retomada do Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi uma das principais bandeiras do início do governo Lula e da gestão de Nísia Trindade no Ministério da Saúde. No momento em que o exercício presidencial chega à metade de seu período, o país observa a recuperação de taxas de cobertura vacinal históricas, ao mesmo tempo em que se depara com novos desafios epidemiológicos, a exemplo do surto recorde de dengue neste ano. Além disso, ainda há o vírus do negacionismo a operar socialmente. (mais…)

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É preciso falar de banheiros e bebedouros públicos

Há muito negligenciado no Brasil, o saneamento fora do domicílio é essencial para garantir o direito à Saúde e ao Bem-Estar. E a ausência pesa ainda mais sobre a população empobrecida, os trabalhadores precarizados, as mulheres e os encarcerados

Por Laura Magalhães Rocha e Silva e Fernanda Deister Moreira*, do Ondas, no Outras Palavras

Uma das provas aplicadas no Concurso Nacional Unificado para o serviço público trouxe como tema de redação a saúde no sistema prisional nacional. O enunciado tinha como base uma pesquisa1 realizada pelo Conselho Nacional de Justiça sobre óbitos e adoecimentos de pessoas sob a custódia estatal. A pesquisa apresentou também dados que sugerem um aumento no número de mortes e precarização das condições de saúde durante a emergência sanitária de Covid-19, mesmo sendo esses dados subnotificados. O cenário certamente relaciona-se às unidades prisionais superlotadas e à falta de água potável em quantidade adequada e suficiente (CNJ, 2023). (mais…)

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Sofrimento mental na população do campo, da floresta e das águas: uma realidade ainda invisível

Primeiro artigo da coluna do setor de Saúde do MST debate a importância de políticas de saúde mental para as populações nos territórios

Por Luis Lopes Sombra Neto e Leandro Araujo da Costa, na Página do MST

A luta antimanicomial trouxe importantes contribuições para os movimentos de luta pela saúde mental humanizada. Os movimentos populares do campo como o Movimento Sem Terra (MST) reafirmam sua luta pela saúde nessa perspectiva, se contrapondo a ideia do encarceramento e de tratamentos impostos como os realizados pelas comunidades terapêuticas. (mais…)

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A desprivatização total da saúde é o alicerce para garantir um SUS universal. Entrevista especial com Ligia Bahia

“Meus esforços como pesquisadora e super apoiadora do SUS estão voltados para sairmos da mesmice e desprivatizar a saúde no Brasil”, declara a entrevistada

Por: IHU e Baleia Comunicação

Consolidado como o maior sistema público de saúde do mundo e um dos pilares da democracia brasileira, o Sistema Único de Saúde – SUS beneficia cerca de 180 milhões de brasileiros todos os anos. Isto é, mais de 70% da população é usuária desta política pública. Baseado nos princípios de universalidade, integridade e equidade, este sistema de saúde no país realiza desde atendimentos ambulatoriais até procedimentos de alta complexidade, como transplantes. Além de consultas, exames e internações, o SUS promove campanhas de vacinação e ações de prevenção de vigilância sanitária. Um arranjo multifacetado que possui muitos acertos, mas também gargalos a serem solucionados. (mais…)

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Encontros para discutir Saúde nos territórios

Rimini, na Itália, foi palco de dois eventos com debates sobre atenção primária e cuidado comunitário. Destacaram-se experiências de cooperação e construção de rede entre serviços. A colaboração internacional pode inspirar novas construções coletivas

por Túlio Batista Franco e Ardigò Martino, Outra Saúde 

A Itália fez sua reforma sanitária em 1978 e foi uma das referências importantes para, dez anos depois, consolidarmos na constituição federal do Brasil a reforma brasileira. Nasceu o SUS. Após todos estes anos, a construção de um sistema de saúde com base em uma Atenção Básica, robusta, com alta resolutividade, e que faz um investimento em serviços de referência territorial para além da Atenção Primária, como por exemplo, a ideia dos cuidados intermediários territorializados, continua sendo um objetivo a ser alcançado. Por isto mesmo, é pauta constante nas discussões locais, e eventos internacionais, como os que ocorreram em Rimini, na Itália. (mais…)

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Saúde global: a nova infiltração das corporações

Em cúpula paralela à Assembleia da ONU, países aprovaram documento que promove reforma no funcionamento do sistema multilateral. Suas diretrizes promovem a intrusão do poder corporativo nas decisões globais – inclusive na Saúde

Por Gonzalo Terrón e Pedro Villardi, para a coluna Saúde não é mercadoria, em Outra Saúde

Nos últimos tempos, com o avanço da ultradireita, temos visto os ataques ao sistema multilateral intensificaram-se tanto no Sul quanto no Norte globais. Em uma de suas primeiras ações no governo, em meio à pandemia de COVID-19, Trump retirou o financiamento dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em maio deste ano, durante a Assembleia Mundial da Saúde, grupos de ultradireita organizaram manifestações contrárias ao evento, além de disseminarem teorias conspiracionistas sobre uma tentativa de assassinato do primeiro-ministro da Eslováquia, por supostamente não ter aderido ao chamado Tratado das Pandemias. Por isso, é cada vez mais urgente repensar a governança global para que o multilateralismo ofereça respostas às múltiplas crises que caracterizam a atualidade. (mais…)

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