Fim da escala 6×1: transição do modelo de trabalho favorece sustentabilidade econômica, social e humana. Entrevista especial com Gabriela Brasil

Uma jornada semanal de quatro ou cinco dias é perfeitamente viável na conjuntura brasileira e alinhada às melhores práticas trabalhista mundiais. Iniciativa beneficia o trabalhar sem reduzir a produtividade. “Este modelo é, acima de tudo, um projeto de produtividade, com foco em medir resultados em vez de horas trabalhadas”

Por: Elstor Hanzen, em IHU

Em meio às discussões sobre equilíbrio entre vida e trabalho, a jornada de seis dias (6×1) e a redução da carga horária ganham força no Brasil. A especialista em orientação profissional e treinamentos corporativos garante que uma redução na jornada de trabalho semanal traz múltiplos benefícios, tanto econômicos, sociais como humanos. “A semana de quatro dias propõe uma reestruturação do trabalho que vai além da redução de horas, é uma oportunidade de repensar estruturas econômicas e sociais”, argumenta Gabriela Brasil. (mais…)

Ler Mais

Mutações do Trabalho no Brasil: da fábrica ao aplicativo

Informalidade já atinge 39% dos trabalhadores. A uberização avança. E as relações laborais se fragmentam. A antiga noção de identidade de classe está em mutação, o que acarreta grande impacto nas escolhas eleitorais – e traz novos desafios às esquerdas. É preciso compreendê-los

por Erik Chiconelli Gomes, em Outras Palavras

Uma transformação profunda ocorreu no mercado de trabalho brasileiro nas últimas décadas, alterando fundamentalmente a relação entre trabalhadores, capital e Estado. Esta metamorfose exige uma análise cuidadosa através de lentes tanto históricas quanto contemporâneas, particularmente quando observamos o surgimento do que alguns estudiosos denominaram como uma “nova classe trabalhadora”. A complexidade desta transformação torna-se especialmente evidente ao examinarmos o período entre 2003 e 2024, durante o qual o Brasil experimentou mudanças políticas e econômicas significativas que redefiniram as relações trabalhistas e a composição de classes. (mais…)

Ler Mais

Trabalho: o que o otimismo (quase não) esconde

Desemprego caiu, de fato. Mas movimento se deu em meio a grande número de desalentados, em especial em face da perda de direitos. Além disso, “Reforma” trabalhista tornou precárias também as ocupações formais, e persistem as graves desigualdades regionais e de gênero

Por Erik Chiconelli Gomes, em Outras Palavras

Embora os dados recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE apresentem um cenário aparentemente positivo do mercado de trabalho brasileiro, é fundamental uma análise mais aprofundada das contradições e precarizações que persistem após a Reforma Trabalhista de 2017, especialmente considerando os impactos diferenciados sobre grupos sociais vulneráveis. (mais…)

Ler Mais

A reaparição dos invisíveis

O trabalho assalariado não acabou — e ocupa quatro vezes mais jovens que o “empreendedorismo”. Atingidos pelos retrocessos trabalhistas, eles foram esquecidos também por parte esquerda. O VAT mostrou sua força. Mas quem são?

por Helena Wendel Abramo e André Sobrinho, em Outras Palavras

Logo depois das eleições municipais de 2024, no calor dos debates sobre a dificuldade de candidatos e partidos à esquerda dialogarem com “as periferias” e as “classes populares”, um acontecimento chamou a atenção da mídia e do cenário político: a emergência de um movimento reivindicando o fim da escala 6X1. Chamado VAT, acrônimo de “Vida Além do Trabalho”, o movimento traz como principal bandeira o fim do regime semanal de seis dias de trabalho para um de descanso e afirma a necessidade de limitar a jornada de trabalho para que haja tempo para o lazer, a convivência com a família e amigos, os estudos e os cuidados com a saúde. Ou seja, para usufruir da vida. (mais…)

Ler Mais

Empreendedorismo popular: os paradoxos na busca do bem-estar social e a fuga da exaustão. Entrevista especial com Henrique Costa

Trabalhadores periféricos que tentam um lugar ao sol por meio do próprio negócio, lutam contra a burocratização do estado e por condições de seguridade social que o emprego formal (e mesmo o empreendedorismo) tem cada vez mais dificuldades de garantir

IHU

O mundo do trabalho no Brasil, especialmente para a população mais marginalizada e com menos formação, tem se deteriorado progressivamente. Enquanto o trabalho formal oferece cada vez menos vagas com direitos trabalhistas garantidos, o empreendedorismo, que virou imperativo no mundo contemporâneo, ganha mais espaço. O pesquisador Henrique Costa, especialista nos temas associados à crise do capitalismo nas periferias, especialmente a paulistana, dedicou-se nos últimos anos a compreender o fenômeno. Diante do cenário, ele traça paralelos e linhas de fuga entre o empreendedorismo da classe média e o que ele denomina “empreendedorismo popular”. (mais…)

Ler Mais

Escala 6×1: como se blindam os CEOs

Documento do CADE revela que empresários de dezenas de megacorporações se reúnem para combinar salários, licenças e benefícios. Brasil, país com recordes de acidentes de trabalho e burnout, precisa pôr a jornada de trabalho no centro das discussões sobre saúde

por Leandro Modolo e Raquel Rachid, em Outra Saúde

No último mês, o Brasil se reacendeu politicamente para falar do fim da “Jornada 6×1”. E não foi apenas nas “redes sociais”. Muitos movimentos foram às ruas para levantar a bandeira. Uma rede difusa de vanguardas, militantes e ativistas esteve nas calçadas panfletando e dialogando com a população. A receptividade foi das melhores. As classes subalternizadas percebem e sentem que há algo de brutalmente injusto em uma condição de ausência de vida para além do trabalho. (mais…)

Ler Mais

Plataformas digitais mobilizam o que há de mais arcaico nas relações de trabalho. Entrevista especial com Ricardo Festi

Com trabalhadores deixados à própria sorte, cabe a cada um gerir seu tempo, seu espaço e seus equipamentos, responsabilizando-se por aquilo que deveria ser papel das empresas e do Estado, destaca o pesquisador

Por: IHU e Baleia Comunicação

A redução da jornada de trabalho voltou à agenda pública após o término das eleições municipais. A pauta, que tem origem no movimento Vida Além do Trabalho (VAT), criado pelo vereador eleito Rick Azevedo (PSOL-RJ), e na proposta da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), já atingiu o número mínimo de assinaturas para avançar na Câmara dos Deputados. O projeto pretende pôr um fim à jornada de trabalho 6×1, que tem galvanizado condições de trabalho extenuantes e precarizadas do trabalho. (mais…)

Ler Mais