Seria possível restaurar um capitalismo civilizado e reviver as políticas de coesão social do pós-II Guerra? Que razões estruturais podem ter tornado esta via impossível, exigindo agora uma transição muito mais profunda, incerta e atrevida?
Por Eleutério F. S. Prado*, em Outras Palavras
Esse uso do substantivo próprio “rottweiler”, pesadíssimo, qualifica o quê? Não há dúvida, é com esse indicador de estupidez, bruteza e ferocidade que Paul Collier adjetiva a sociedade que existe atualmente na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos e na Europa: “a despeito da promessa de prosperidade” – diz – “o que o capitalismo moderno está correntemente entregando [principalmente à população mais tradicional desses países] é agressão, humilhação e medo”. É isto, precisamente isto, que ele quis mostrar em seu livro O futuro do capitalismo – enfrentando novas inquietações (L&PM, 2019), recém-publicado.[1]
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