A escravidão explica o sistema financeiro brasileiro. Por Ynaê Lopes dos Santos

As heranças nefandas da escravidão não se limitam ao atual tratamento recebido pelos empregados domésticos. Uma dimensão igualmente importante é a relação entre o escravagismo e a criação de fortunas no Brasil

em DW

De maneira geral, residem poucas dúvidas sobre o fato de a escravidão ter sido uma das instituições mais importantes da história do Brasil. Além de ter tido uma expressiva longevidade (foram mais de 350 anos), a chegada dos mais de 4,8 milhões de africanos escravizados e o fato de eles terem constituído – junto com seus descendentes igualmente escravizados – a mão de obra que viabilizou a criação e desenvolvimento de uma economia agroexportadora são algumas das razões que nos permitem afirmar que, sim, a escravidão ajuda a explicar o Brasil. (mais…)

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MPF instaura inquérito para apurar responsabilidade do Banco do Brasil no tráfico de pessoas negras escravizadas

O órgão foi provocado por historiadores de universidades brasileiras e estrangeiras para promover uma discussão sobre o tema

Procuradoria da República no Rio de Janeiro

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito civil que pretende apurar as responsabilidades e a participação do Banco do Brasil na escravidão e no tráfico de pessoas negras no século 19. O objetivo da ação é promover a reflexão sobre o tema para garantir que crimes contra a humanidade como esse jamais se repitam, além de garantir mecanismos de reparação com um olhar voltado para o presente e o futuro, em uma discussão sobre memória, verdade e justiça. (mais…)

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O que podem as políticas públicas num país segregado?

Herança colonial nunca superada, riqueza e acesso à terra são ainda mais concentrados do que a renda. Fenômeno inferniza campo e cidades. Para vencê-lo, país precisa da reforma agrária – e de medidas redistributivas radicais

por Marie Madeleine Hutyra de Paula Lima, em Outras Palavras

A aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas exige o respeito à dignidade a todos e direitos iguais e inalienáveis, porém não conseguiu afastar a ideia da supremacia da raça branca e de uma política de segregação social na mente da elite dominante, também no Brasil, apesar das exigências neste sentido contidas na Constituição Federal de 1988. Falta educação política e humanização no país. (mais…)

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A apropriação cultural e a justiça ambiental. Por Tatiane Matheus

No ClimaInfo

Às vésperas da folia do Momo, enquanto blocos e escolas de samba iniciam seus ensaios, já há quem debata sobre o uso indevido de símbolos culturais no Carnaval. O tema da apropriação cultural, geralmente, vem à tona nesta época do ano. Mas não se resume apenas na questão de usar ou não um cocar como fantasia. Vale aproveitarmos este momento para refletir como ele é um dos muitos elementos que fazem parte dos conflitos socioambientais e é um dos muitos obstáculos a um desenvolvimento com justiça ambiental e climática. O assunto é complexo e não é somente cultural, também é político. (mais…)

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Que memória da escravidão queremos?

Não podemos reduzir a experiência negra no Brasil à escravidão. Mas também não podemos diminuir o papel que o escravismo teve na organização da estrutura racista e desigual que alicerça a sociedade brasileira ainda hoje.

Ynaê Lopes dos Santos, na DW

Ao assumir a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) no última segunda-feira (06/02), Aloízio Mercadante, se comprometeu, junto com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a criar o Museu da Escravidão, como parte do projeto Cais do Valongo, no Rio de Janeiro. (mais…)

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A fome é a nova escravidão. Entrevista especial com Régia Agostinho

“Se Maria Firmina dos Reis ousou sonhar um novo mundo para os escravizados, Carolina Maria de Jesus nos mostrou em 1960 que a abolição veio, mas ela foi e continua incompleta porque não se deram as mesmas oportunidades a negros e brancos após a abolição”, afirma a historiadora

Por: João Vitor Santos | Edição Patricia Fachin, em IHU

A fome é uma “realidade que infelizmente ainda faz parte do nosso mundo, afinal, hoje temos 33 milhões de brasileiros que passam fome, a maioria deles, provavelmente são negros e pardos. Se convencionou chamar isso de ‘insegurança alimentar’, que é o eufemismo cruel para a fome que assola o nosso povo”, constata Régia Agostinho, ao comentar a condição social brasileira atual, já retratada na obra da escritora Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo. Diário de uma favelada (1960). Segundo ela, as personagens negras do livro de Carolina de Jesus expressam a “consciência que a própria Jesus tinha de sua condição de mulher negra e favelada e que tinha sido colocada naquilo que ela entendia como o quarto de despejo da grande cidade de São Paulo. No diário, ela fala da abolição e como a nova escravidão seria a fome que a população negra e favelada passava no Brasil de 1960”. (mais…)

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