Jogou pôquer e foi explodir o Riocentro: Wilson Machado, o fantasma vivo da ditadura

Perfil remonta o que se sabe sobre a única testemunha militar viva do atentado a bomba no Riocentro durante a ditadura

Por Alice Maciel, Agência Pública

Na noite do dia 29 de abril de 1981, a estudante Luciana (nome fictício), então com 28 anos, recebeu alguns amigos em casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. O grupo costumava se reunir às quartas-feiras para jogar pôquer. O assunto daquela noite era o grande evento que ocorreria no dia seguinte no Centro de Convenções Riocentro, em comemoração ao Dia do Trabalhador. Luciana estava animada com a possibilidade de ver muitos dos artistas que admirava e comentou que havia combinado de ir ao show com um grupo de amigas. O que ela não sabia era que ao seu lado estava um dos militares que levariam uma bomba até o local: o então capitão Wilson Luiz Chaves Machado. (mais…)

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A greve dos boias-frias de Guariba que desafiou usineiros e policiais na ditadura militar

Há 40 anos, trabalhadores da cana-de-açúcar desafiaram donos de usinas e PMs – e venceram

Por Rafael Custódio, Agência Pública

“Desceu a ordem do governador na época, o [Franco] Montoro, para acabar com a greve não importava como.” Assim relembra Wilson Silva, presidente do Sindicato dos Empregados Rurais da pacata Guariba, no interior paulista. A greve, no caso, era um feito histórico: em maio de 1984, cerca de 7 mil trabalhadores do corte de cana-de-açúcar, os chamados “boias-frias”, cruzaram os braços e se levantaram contra usineiros em plena ditadura militar. (mais…)

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Escolas foram usadas para difundir ideologia autoritária na ditadura

Censura e perseguição a alunos e professores também marcaram período

Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil

Edson Luís, Ismael Silva de Jesus, Nilda Carvalho Cunha, Helenira Resende, Honestino Guimarães, Ana Kucinski, Vladimir Herzog. Esses são apenas alguns dos estudantes e professores que foram perseguidos e assassinados pela ditadura militar no Brasil, que teve, na educação, um dos principais braços da repressão. Nesse período, entre 1964 e 1985, disciplinas obrigatórias foram criadas com o objetivo de difundir a ideologia do regime e houve uma precarização do ensino e das escolas, com desvalorização salarial dos professores e falta de infraestrutura, além de censura e perseguições a professores e estudantes. O cenário é descrito por especialistas e pesquisadores entrevistados pela Agência Brasil. (mais…)

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Apurando, descobri como meu pai foi raptado ao me buscar em creche e torturado na ditadura

Pesquisando locais de tortura para reportagem da Pública, jornalista se deparou com segredo familiar jamais detalhado

Por Ludmila Pizarro, Agência Pública

No dia 30 de setembro de 1975, meu pai não chegou às 18h, como fazia todos os dias, para me buscar na creche da Bela Vista, na rua Humaitá, região de São Paulo conhecida como Bixiga. Eu havia acabado de completar 2 anos. A cerca de 600 metros do local, na rua Conselheiro Ramalho, perto da avenida Brigadeiro Luís Antônio, Edwaldo Alves Silva, hoje às vésperas dos 80 anos, foi sequestrado pelas forças da ditadura militar instaurada no Brasil de 1964 a 1985. (mais…)

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Como a saúde ajudou a derrubar a ditadura

Opositores do regime militar detalham as desigualdades na Saúde Pública daquele tempo – e explicam como o movimento popular impulsionou a reforma sanitária para conquistar a democracia e o Sistema Único de Saúde para os brasileiros

por Guilherme Arruda, Outra Saúde

“Saúde é democracia”. A concepção não é estranha para os familiarizados com a trajetória do movimento sanitário no Brasil, em especial nas décadas de 1970 e 1980. Porém, em tempos de alta do negacionismo e do revisionismo histórico, se a própria memória do golpe de 1º de abril de 1964 e da ditadura militar tem sido negada (ou proibida de ser lembrada), ainda menos conhecida pela população é a contribuição da Saúde para enterrar esse período de arbítrio na vida dos brasileiros. (mais…)

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Canal Brasil exibe “Mostra Ditadura Nunca Mais – 60 anos” com três dias de maratona

O Canal Brasil vai exibir uma verdadeira maratona de produções com a temática da ditadura militar a partir de segunda, dia 1º, às 7h. Durante três dias ininterruptos, a grade do canal será ocupada por longas, curtas e séries que retratam a época mais obscura da história do país e relembram a restrição à liberdade e censura sofridas pela população brasileira e também protestos e manifestações da arte realizados nos anos de governo militar.

A programação conta também com dois curtas e um longa inéditos. O curta “Meio-Dia”, exibido às 23h15 do dia 1 de abril, é dirigido por Helena Solberg e traz jovens em uma sala de aula que iniciam uma rebelião e ameaçam matar o professor como uma forma de resposta aos anos de tortura e repressão militar. No dia 2, às 22h40, o curta “Trago Notícias de Fernando”, de Jáder Barreto Lima, reúne entrevista e reconstitui algumas cenas importantes sobre o Frei Fernando de Brito, padre dominicano que se firmou como uma figura importante no movimento de resistência à ditadura. A produção busca esclarecer algumas injustiças com o frei, cometidas pelos militares. (mais…)

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