Lula e o obscurantismo. Por Manuel Domingos Neto*

No Viomundo

Nações não resultam de processos “naturais”: são comunidades imaginadas e construídas para legitimar o Estado moderno. Quem estudou a história moderna atento aos processos culturais sabe disso.

A construção das nações é trabalho delicadíssimo e perigoso: produz o sentimento coletivo mais potente e mortífero já conhecido.

Não há carnificina moderna que não seja conduzida em nome da defesa dessa entidade sacrossanta, também chamada “pátria”. (mais…)

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Instituto Vladimir Herzog: O golpe militar que assolou o país por mais de duas décadas ainda não foi superado

No IVH

Desde a redemocratização do Brasil, em 1988, nosso país enfrenta sérias dificuldades para articular dispositivos que possam, de maneira efetiva, garantir a justiça e a reparação para todas as pessoas que perderam suas vidas lutando pela democracia e pela liberdade durante o regime militar (1964-1985).

A busca por memória, verdade e justiça é uma tarefa de todas e todos nós. Essa luta nunca teve o objetivo de apenas rever o passado. Ela foi e sempre será pela construção do presente. O Estado brasileiro deve conceber, implementar e aprimorar políticas públicas capazes de consolidar e ampliar nossa democracia; o que significa obrigatoriamente a superação da cultura de violência e impunidade ainda tão presentes em nosso cotidiano. (mais…)

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Instituto Butantan produziu veneno para ditadura chilena assassinar opositores

Documentos inéditos revelam que junta militar chilena visitou Butantan em segredo com oficiais do regime brasileiro

Por Sérgio Barbo, Agência Pública

Por meio de análises forenses, um dente pode recontar a História. Em fevereiro de 2023, laboratórios do Canadá, Dinamarca e Chile anunciaram que vestígios de toxina botulínica foram encontrados num molar do poeta Pablo Neruda, reforçando uma antiga tese de que o escritor, senador e diplomata chileno pode ter sido assassinado pela ditadura. (mais…)

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MPF instaura inquérito sobre criação de um centro de memória no antigo prédio do Dops no Rio de Janeiro

Órgão analisa medidas para transformar o espaço, abandonado desde os anos 80

Procuradoria da República no Rio de Janeiro

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito civil para analisar, discutir e eventualmente viabilizar a criação de um centro de memória e dos direitos humanos na antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), no centro do Rio de Janeiro. Abandonada desde os anos 80, a edificação está em estágio avançado de deterioração. (mais…)

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Luis Felipe Miguel: “é absolutamente necessário lembrar do golpe e da ditadura”

Por Luis Felipe Miguel

É difícil combinar o Lula que fez a denúncia tão corajosa do genocídio do povo palestino e o Lula que parece ter pânico de melindrar os generais de seu próprio país.
Sua declaração sobre o golpe de 1964 – de que se trata algo que pertence exclusivamente ao passado e sobre o qual não vale mais a pena falar – é absolutamente irresponsável com a tarefa, que ele tem, de restaurar as condições para a retomada democrática no Brasil.

Lula disse que está mais preocupado com a tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023 do que com o golpe bem-sucedido de março e abril de 1964. Parece, por sua fala, que não há nenhuma relação entre um e outro. (mais…)

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Memórias de uma ilusão fatal. Entrevista com Gershon Knispel

“Nós, da geração de 1948, chegamos à conclusão de que a grande euforia por um Estado não levou em conta que iríamos nos tornar um país ocupante e, com o tempo, um país baseado nos princípios fascistas mais radicais. Temos agora uma bomba atômica e um muro de 650 quilômetros de extensão e 8 metros de altura.”

O trecho acima é de 1912, extraído de uma entrevista do artista plástico judeu Gershon Knispel a Paula Sacchetta (O Estado de S.Paulo), republicada pelo Instituto Humanitas Unisinos dois dias depois, em 27 de novembro. Vale relembrá-la, neste dias de genocídio. E ela está transcrita abaixo: (mais…)

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Sentidos das Diretas Já, 40 anos depois

O gigantesco ato não derrubou o governo Figueiredo, mas azedou o plano de transição suave da ditadura. Ulysses Guimarães queria utilizá-lo como pressão por eleições diretas; Tancredo, como carta para negociar com os militares. Venceu o último

por Valerio Arcary, Outras Palavras

Este artigo desenvolve um argumento teórico, duas hipóteses de interpretação política e uma lição histórica. O argumento teórico é que, na época histórica contemporânea, as passagens de regimes ditatoriais para regimes democráticos podem assumir, essencialmente, duas formas ou padrões típicos: transições concertadas ou revoluções políticas. Não se encontrarão na história, contudo, processos “quimicamente puros”. Mobilizações com impulso revolucionário para derrubar regimes odiados não excluem, em alguma medida, negociações ou acordos. (mais…)

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