Edições críticas da Bíblia da Septuaginta, a LXX. Por frei Gilvander Moreira

Partilhamos aqui mais “argumentos” indiretos que demonstram que a interpretação liberal e fundamentalista da Biblia, a que faz “os catadores de versículos bíblicos”, “não tem pé nem cabeça”, não passa de projeção de pré-compreensões de quem busca ser referendado nas suas opiniões de senso comum preconceituoso e contaminado pela ideologia dominante, por textos bíblicos, considerados inspirados. (mais…)

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Campina Grande proíbe carnaval de rua para privilegiar evento religioso

Decreto do prefeito Bruno Cunha Lima reservou os dias da folia para a “realização exclusiva” do “Carnaval da Paz”. Um dos destaques do evento “ecumênico” patrocinado por igrejas evangélicas será um pastor americano defensor da escravidão

Por Tiago Pereira, da RBA

O prefeito de Campina Grande (PB), Bruno Cunha Lima (União Brasil), proibiu o carnaval de rua entre os dias 8 e 13 de fevereiro. Decreto assinado na última sexta-feira (12) reserva os dias da folia para a “realização exclusiva de eventos ecumênicos” relacionados ao chamado “Carnaval da Paz”. Trata-se do “maior encontro de fé, espiritualidade e autoconhecimento do Brasil”, de acordo com a gestão campinense. (mais…)

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ANPOCS e CEBRAP criticam sentença que determina censura da justiça de SP ao livro “Religião e Conflito”

ANPOCS

A ANPOCS se junta às manifestações de consternação diante da sentença proferida pela 6ª Vara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que determina a suspensão da comercialização e divulgação do livro “Religião e Conflito”, organizado pelas professoras Melvina Araújo e Christina Vital da Cunha.

O trabalho é resultado de pesquisa científica, cujos resultados foram publicamente apresentados e debatidos nos fóruns científicos reconhecidos pela comunidade acadêmica e científica.

Acesse nota do CEBRAP sobre o tema, abaixo ou no seu site.

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Leia nota da profa. Melvina Araújo:

No capítulo Controvérsias em torno do infanticídio indígena: religiosos e antropólogos em ação, publicado no livro Religião e conflito, discuto as estratégias pelos envolvidos na elaboração e defesa do Projeto de Lei 1057 e na Campanha Nacional a favor da vida e contra o infanticídio. Esta campanha foi conduzida, sobretudo, pela Atini, uma ONG que vem sendo investigada pelo MPF por acusações de sequestro de crianças indígenas e de incitação do ódio às populações indígenas.

Tanto no material relativo ao PL 1057, quanto na conferência de lançamento da Campanha Nacional a favor da vida e contra o infanticídio, nas audiências públicas e nas publicações da Atini, certa pessoa é apresentada como uma antropóloga que, diferentemente dos demais antropólogos, defende a criminalização do suposto infanticídio indígena. Em se tratando de uma figura central na apresentação e defesa do PL, busquei informações sobre essa pessoa e encontrei divergências nas informações sobre sua formação e vínculo institucional e as expus. Apontei para o leitor informações dos textos que colhi e dos autores que pesquisei, garantindo-lhe ferramentas para a análise e estudo do tema abordado e de todas as informações contidas no meu texto.

Exigir a retirada da obra de circulação constitui censura à liberdade acadêmica e de cátedra, que é um direito fundamental intransigível, inegociável e irrenunciável, sobretudo porque a própria requerente reconhece que a apresentação que fez de si mesma num artigo publicado na revista Aurora estava incorreta e anexa ao processo a solicitação de retificação feita por seu advogado à revista.

Apesar disso, na sentença promulgada tanto na primeira quanto na segunda instância consta que as apresentações incorretas foram feitas por terceiros e não pela própria autora. Pior que isso, na sentença da segunda instância há um impedimento de solicitação de tipificação da ação, o que pode implicar na impossibilidade de se recorrer da decisão.

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Cebrap critica decisão judicial que suspendeu a comercialização do livro “Religião e Conflito”

“O Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) expressa sua consternação diante da sentença proferida pela 6ª Vara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que determina a suspensão da comercialização e divulgação do livro “Religião e Conflito”. A sentença também condena a professora e pesquisadora Melvina Araújo ao pagamento de indenização por danos morais em razão de uma análise realizada em um dos capítulos de sua autoria publicado nessa coletânea, da qual também é coorganizadora.

“O capítulo, intitulado “Controvérsias em torno do infanticídio indígena: religiosos e antropólogos em ação”, examina as estratégias dos participantes na elaboração e defesa do Projeto de Lei 1057 (Lei Muwaji) e na Campanha Nacional a favor da vida e contra o infanticídio. O trabalho é resultado de pesquisa científica, cujos resultados foram publicamente apresentados e debatidos em fóruns científicos.

“Preocupa profundamente que o Poder Judiciário, ao julgar procedente a ação movida por uma das atrizes envolvidas no processo político analisado pela professora Araújo, ofereça justificativa com implicações de delimitação do que seja uma análise científica e seus procedimentos apropriados, restringindo a circulação do conhecimento.

“Preocupa não apenas porque o Poder Judiciário não é foro adequado para o julgamento da produção de conhecimento científico, mas porque a história recente do país mostrou os custos de negligenciar os critérios internos à produção desse conhecimento.”

Centro Brasileiro de Análise e Planejamento
31 de agosto de 2023

 

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As igrejas que dominam a nova ala evangélica na Câmara

Assembleia de Deus, Batista e IURD reúnem 58% dos 93 parlamentares evangélicos empossados na atual Legislatura

Por Nathallia Fonseca, Agência Pública

As igrejas Assembleia de Deus, Batista e Universal do Reino de Deus (IURD) são as denominações com maior representatividade entre os deputados federais evangélicos empossados para a atual Legislatura (2023-2027), na Câmara dos Deputados. Elas reúnem 58% dos 93 parlamentares vinculados a igrejas evangélicas, segundo levantamento da Agência Pública, realizado a partir do monitoramento de candidaturas com identidade religiosa, do Instituto de Estudos da Religião (Iser). (mais…)

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Assembleia de Deus usa cartilha de ódio contra Lula, feministas e LGBTs

<Material didático distribuído a professores e alunos de escola dominical em SC associa o feminismo à zoofilia e incesto e o diabo à esquerda.

Por Aiuri Rebello e Guilherme Mazieiro, no The Intercept

A ASSEMBLEIA DE DEUS DE SANTA CATARINA está usando desde julho – período pré-eleitoral – uma cartilha anti-esquerda para doutrinação de fiéis. O material, enviado ao  Intercept, menciona nominalmente Luiz Inácio Lula da Silva como defensor da chamada “ideologia de gênero”, termo que conservadores usam para atacar os movimentos LGBTQI+ e feminista, e espalha pânico moral ao associar o feminismo à pedofilia, zoofilia e outras “perversidades”. (mais…)

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Grupos evangélicos reagem em defesa da democracia e declaram apoio a Lula

Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito é um movimento apartidário que atua em 20 Estados do Brasil

Amanda Sobreira, Brasil de Fato

O uso político da religião promovido por Bolsonaro e pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, usando a bandeira evangélica, provocou uma reação da ala progressista de grupos protestantes. A menos de um mês, a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, um movimento apartidário que atua em 20 Estados do Brasil, declarou apoio ao candidato Lula nas eleições de outubro diante “das ameaças diuturnas das forças reacionárias sustentadas pelo governo federal e pelo próprio Bolsonaro”, como consta no documento divulgado. (mais…)

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As investidas conservadoras na Educação

A educação sexual deve estar no currículo escolar na opinião de 73% dos brasileiros, 70% têm maior confiança em civis do que militares para trabalhar em escolas e em 93% dos casos deve respeitar todas as religiões. Por outro lado, 56% concorda que os professores devem evitar falar de política na sala de aula. Os dados foram divulgados pelo Instituto Datafolha no dia 3 de julho e ouviu cerca de duas mil pessoas em 130 municípios. Ainda assim, pautas conservadoras têm se atualizado e preocupam educadores

Juliana Passos – EPSJV/Fiocruz

Aprovação do homeschooling pela Câmara dos Deputados, o avanço da militarização em escolas municipais e estaduais e a retirada de itens que detalhavam as proibições de práticas preconceituosas do edital do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) estão entre os desdobramentos recentes das investidas do conservadorismo na educação brasileira. O que essas pautas carregam em comum, na visão de Romualdo Portela, professor na Universidade de São Paulo (USP), é a defesa da escola como um espaço que promove “uma visão de mundo menos plural”. Fernando Penna, professor na Universidade Federal Fluminense (UFF), acrescenta que se trata de uma reação aos avanços de um “imaginário igualitário”.

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