Em tempos de uma “sociedade desmantelada”, a escola precisa resistir como ambiente de humanidade e democracia. Entrevista especial com Vera Iaconelli

A partir do ataque na Escola Thomazia Montoro, em São Paulo, psicanalista observa que o mau uso das redes sociais potencializa a violência e rompe laços sociais, contaminando espaços de pluralidades e aprendizagem

Por: João Vitor Santos, em IHU

Quando a violência invade o espaço da escola, é sinal de que a sociedade está doente. É nessa linha que vai a reflexão da psicanalista Vera Iaconelli. Ela alerta, porém, que não devemos culpabilizar a própria escola em que um aluno invade salas com uma faca, mata uma professora e fere outras cinco pessoas. “A escola não tem como resolver os problemas da humanidade, ela é uma célula lá dentro que deve ser mantida e protegida”, observa, na entrevista concedida por WhatsApp com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU. E acrescenta: “diante do impossível, vemos o que é possível. E o que é possível para a escola é manter esse espaço aberto de diálogo com as outras pessoas que estão chegando”. (mais…)

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Os dois desafios da Saúde Mental brasileira

Rosana Onocko, psicanalista e presidente da Abrasco, sustenta: primeiro passo é reverter o subfinanciamento dos Caps e o estímulo às “comunidades terapêuticas”. Mas a crise de fundo só será resolvida com o fim do sufoco material e psíquico imposto à população

por Gabriela Leite, em Outra Saúde

A solução para os problemas de saúde mental da população brasileira terá de vir não só do SUS, mas de uma série de políticas públicas e iniciativas para que a vida comunitária seja recriada. Essa, em resumo, foi a reflexão que Rosana Onocko, psicanalista, professora do Departamento de Saúde Coletiva da Unicamp e presidente da Abrasco, fez em 28/3 ao PULSO, programa de entrevistas do Outra Saúde. (mais…)

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“Todas as famílias serão contaminadas pelo trigo transgênico”, alerta especialista

Segundo pesquisador, o trigo geneticamente modificado vai aumentar o uso do glufosinato de amônio, agrotóxico perigoso proibido na Europa

Por Cida de Oliveira, em Rede Brasil Atual / MST

A saúde das famílias brasileiras está ainda mais em risco com a liberação do plantio do trigo transgênico no Brasil e da importação da farinha desse trigo. O alerta é do engenheiro agrônomo e integrante do Movimento Ciência Cidadã Leonardo Melgarejo. “Os riscos de contaminação vão atingir todas as famílias. E ainda mais aquelas que consomem muitos alimentos à base desse trigo”, disse hoje (29) em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. (mais…)

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Estudo para construção da Nova Ferroeste desconsidera indígenas, aponta MPF

Construção afetará 43 comunidades do Paraná e Mato Grosso do Sul; Funai reconhece falhas

POR ISADORA STENTZLER, DO BRASIL DE FATO PARANÁ

O Procurador da República Raphael Otávio Santos apontou, em recomendação, que o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) para a construção da Nova Ferroeste “desconsiderou de forma manifesta a existência” de 43 povos indígenas “na área de influência do empreendimento”. Ele pediu que um novo estudo seja entregue no prazo de 30 dias. (mais…)

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Na Câmara, lideranças indígenas de todo o país pedem derrubada urgente do marco temporal

Mais de cem indígenas participaram da reunião; na ocasião, lideranças pediram a derrubada de proposições contrárias aos direitos originários, como a tese do marco temporal e o PL 490/2007

POR MARINA OLIVEIRA, DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO CIMI

A Câmara Federal é também conhecida como a Casa do Povo. Em teoria, o local é aberto para acolher todas as pessoas – possibilitando o acompanhamento da sociedade às tramitações legislativas, bem como o contato direto com parlamentares. Apesar de, na prática, não funcionar bem assim, a Casa cumpriu com o seu papel na tarde da última quarta-feira (29) e abriu o microfone para escutar lideranças de povos indígenas de todo o país. (mais…)

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“Na democracia, militares devem ficar afastados da política”

“Memória sufocada” é o primeiro filme a mostrar as dependências do Doi-Codi em São Paulo. Para diretor Gabriel Di Giacomo, conclusão é que “a ditadura foi um período muito nocivo para o país”.

por Edison Veiga, em DW

Se toda história precisa de vilões, em Memória sufocada, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (30/03), eles são todos personagens reais. O principal é Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015), coronel do Exército que chefiou um dos principais centros de tortura e assassinato de oponentes da ditadura militar do Brasil, o Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi) de São Paulo. (mais…)

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Sem mudanças, Bolsa Família pode agravar a fome dos Yanomami

O governo Lula quer ampliar o cadastro na terra indígena, mas é preciso adaptar o programa de transferência de renda às realidades dos diferentes povos para que não se torne mais um vetor de violências

por MARCELO MOURA, em Sumaúma

O rio Demini percorre a porção central da Terra Indígena Yanomami. Nasce ao pé das montanhas que se erguem perto da fronteira do Brasil com a Venezuela. E desce vagaroso, curvando-se para contornar as serras do Aracá até desaguar no rio Negro, próximo à cidade de Barcelos, no Amazonas. Suas curvas e corredeiras compõem o caminho dos Yanomami que viajam para a cidade para acessar os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. É na calha do Demini que fica a comunidade Maxokapiu, onde pude conviver com os Yanomami ao longo de muitos meses, em diversas viagens de 2018 até hoje, e observar de perto o progressivo impacto do Bolsa Família e de outras iniciativas governamentais no chão da floresta. Na contramão dos bons resultados de programas de transferência de renda em diferentes regiões do país, da forma como foi pensado e como de fato chega aos Yanomami e a muitos outros povos indígenas no Brasil, o Bolsa Família pode criar mais problemas do que soluções. (mais…)

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