Modernidade ocidental prometeu libertar o pensamento e a vida social. Mas no momento histórico em que se viu a ponto de conquistar o mundo, abriu espaço a três grandes exigências de lealdade. Quais são elas. Quem são seus dissidentes
em Outras Palavras
A ortodoxia é um conceito teológico que designa um conjunto de crenças, ideias, normas, tidas como as únicas verdadeiras e legítimas. O poder de uma dada religião manifesta-se pela sua capacidade de definir a doutrina ortodoxa e de sancionar os que a não reconhecem e dela se apartam, os hereges. Em princípio, o conceito de ortodoxia não se aplica na ciência, na arte, na filosofia ou na política, uma vez que, em qualquer destes domínios, o objetivo que se pretende alcançar, seja ele a verdade, a beleza ou a justiça e bem comum, é um ponto de chegada que se atinge por via de uma pluralidade de caminhos e processos. Na ortodoxia, por outro lado, esse objetivo é o ponto de partida para todos os que a ela se submetem. Na raiz do conceito de ortodoxia está a sua contradição com a relação entre verdade e liberdade. Se a busca da verdade pressupõe a liberdade, a ortodoxia, ao recusar a liberdade, não tem a ver com a verdade, mas sim com lealdade e submissão. A imposição ocorre para conferir estabilidade e continuidade a uma dada religião. Surge, por isso, sempre muito depois da morte do fundador, por iniciativa dos seus seguidores, preocupados em manter a pureza da mensagem inicial e de a defender de adulterações posteriores. (mais…)
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