IBGE corta questões sobre raça, agricultura familiar e agrotóxicos de censo rural

Por Monica Bergamo, na Folha

Atingido pelo corte de gastos no governo federal, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) encolheu o questionário do censo agropecuário, que começa em outubro. A pesquisa, que deveria ocorrer a cada dez anos para obter uma radiografia do campo no Brasil, seria feita em 2015, mas foi adiada.

SECA 1

O número de recenseadores também diminuiu: dos 80 mil previstos, serão contratados 26 mil. Um documento interno sobre o censo admite que “é sensível que a redução do questionário foi drástica, […] contudo ele atende minimamente à demanda de atualização”. Questões sobre agricultura familiar, uso de agrotóxicos e raça das pessoas, por exemplo, sumiram.

SECA 2

“Haverá um prejuízo irrecuperável para a série histórica de alguns itens”, afirma Dione Oliveira, do sindicato de servidores do instituto. O IBGE, via assessoria, diz que o censo foi “redesenhado” para ser “exequível” com o orçamento de R$ 505 milhões (50% do esperado). E que são seguidas recomendações internacionais “para preservar as informações essenciais”.

 

Comments (3)

  1. Sim, teremos muito prejuizo!
    Sou contra o racismo, mas precisamos dos numeros em cada raça para podermos atuar em diversas areas, para saber que tipo de gente mora em cada lugar, etc e tal.

  2. Absurdo. Isso é invisibilizar a existência, matança e agressões sofridos pelos povos originários (chamados de índios), esconder o racismo que tem estruturado as desigualdades no Brasil e sobre agrotóxicos é de embrulhar o estômago. Essa opção é a cara de governo golpista que quer negar que Brasil é um país pluriétnico.

  3. Acho absurdo a ausência desses temas no Senso, pois sabemos da importância dos mesmos para um país tão plural como o Brasil. É inaceitável que por conta de tanta corrupção, essa importante pesquisa seja prejudicada.

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