Os Sem Terrinha salientaram que assassinar o pequeno Vitor, foi assassinar uma criança. A solidariedade ao povo Kaingang é por saber que somos uma coisa só
Por Juliana Adriano
Da Página do MST
Durante o XXX Encontro Estadual do MST de Santa Catarina sem terrinha reafirmam que o assassinato de Vitor não pode ficar impune.
Os Sem Terrinha salientaram que assassinar o pequeno Vitor, foi assassinar uma criança. A solidariedade ao povo Kaingang é por saber que somos uma coisa só.
A indignação frente a violência e a necessidade de lutar por justiça são cultivadas desde o princípio da formação. É com esse tom, que a Ciranda Infantil Guerreiros de Vitor organizou sua intervenção no encontro estadual.
As cerca de 250 pessoas presentes em Catanduvas, com aperto no coração e lágrimas nos olhos, gritaram com todas as forças: MST! Na luta pela igualdade de todos!
De acordo com a CIMI, 139 indígenas foram assassinados em 2014. Segundo dados da CPT, nos anos de 1985 a 2014 ocorreram 29.609 conflitos no campo. Como plano de fundo está o conflito pela terra, enquanto uns entendem que é dela que germina a vida, outros que ela gera lucro econômico.
Os Sem Terra reafirmam o que disse a mãe de Vitor: “Se um indígena cortasse a garganta de uma criança branca o Brasil viria abaixo. Quero a mesma indignação pela morte do meu filho”.
O assassinato de uma criança no colo de sua mãe traz em si algo mais profundo do que a violência gratuita. O ódio, o desrespeito, o desprezo pelos povos que conformam nossa cultura está entranhado em muitos brasileiros.
Somos índios, somos negros, somos brancos, somos a riqueza diversidade. Não reconhecer isso e valorizar um imaginário branco, inexistente na realidade, é tentar negar que a maioria dos brancos que vieram para o Brasil eram pobres.
O povo brasileiro historicamente vem sendo explorado e massacrado. Quando assumimos o discurso do ódio, assumimos o discurso daqueles que nos exploram e nos massacram.
Vitor Kaingang! Presente! Presente! Presente!
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Foto: Juliana Adriano