Papa defende que seja pedido perdão a indígenas

Líder religioso não quer que seja ignorada a crise ambiental.

Correio da Manhã

O papa Francisco instou esta segunda-feira, numa missa celebrada no sul do México, a que se peça perdão pela exclusão de que foram vítimas os povos indígenas e não se ignore “uma das maiores crises ambientais da história”.

“Muitas vezes, de forma sistemática e estrutural, os vossos povos [indígenas] foram incompreendidos e excluídos da sociedade. Alguns consideraram inferiores os vossos valores, a vossa cultura e as vossas tradições (…) É tão triste, que nos faria bem, a todos, fazer um exame de consciência e aprender a pedir perdão”, declarou o papa em Chiapas, estado mexicano maioritariamente indígena.

“O desafio ambiental que vivemos e as suas raízes humanas afetam-nos a todos e interpelam-nos: já não podemos fazer orelhas moucas perante uma das maiores crises ambientais da História”, acrescentou Francisco durante a missa ao ar livre, no meio das montanhas.

Pela primeira vez, na missa celebrada no centro desportivo de San Cristobal de las Casas, textos litúrgicos e orações foram proferidos nas principais línguas indígenas, por vontade expressa do papa. San Cristobal de Las Casas, situada a 2.200 metros de altitude, tem o nome de “Las Casas”, em memória do bispo dominicano Bartolomé de Las Casas, um dos primeiros defensores espanhóis dos direitos dos índios, nos séculos XV e XVI, em plena repressão dos povos autóctones pelos conquistadores.

O movimento zapatista (EXLN, Exército Zapatista de Libertação Nacional) deu muito que falar nos anos 1990, quando entrou em revolta, exigindo o reconhecimento e o respeito dos direitos indígenas e o controlo dos recursos naturais da região.

Imagem: Papa Francisco celebra missa nesta segunda-feira (15) em San Cristobal, no sul do México (Foto: AP Photo/Gregorio Borgia)

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