Maiana Diniz – Repórter da Agência Brasil
O delegado da Polícia Civil em Ouro Preto (MG), Rodrigo Bustamente, conseguiu mais 30 dias de prazo para apresentar o inquérito com a conclusão das investigações sobre o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, no dia 5 de novembro. Essa é a terceira vez que a entrega do relatório é adiada. A conclusão da investigação estava prevista para esta segunda-feira (15) e foi prorrogada com autorização da Justiça.
A tragédia com a barragem da mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton, causou 17 mortes e deixou duas pessoas desaparecidas. A enxurrada de lama de rejeitos de mineração também devastou municípios, afetou a fauna e a flora da região, destruiu o Rio Doce e prejudicou o abastecimento de água em cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo.
O inquérito em andamento foi aberto dois dias após o rompimento da barragem e 80 pessoas foram ouvidas até o momento, segundo a assessoria da Polícia Civil. O inquérito que está sendo elaborado vai apurar as mortes, os crimes ambientais, os danos à propriedade privada e pública e outros crimes que sejam identificados.
A investigação da Polícia Civil corre em paralelo com a da Polícia Federal, que já indiciou dirigentes da Samarco e suas controladoras [Vale/BHP Billiton] por crimes ambientais.
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Imagem: Voluntários e agentes da Defesa Civil trabalham no resgate de moradores e animais vitimados pelo rompimento das barragens de rejeito da empresa de mineração Samarco, no subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG). Conforme informações da Defesa Civil, há pessoas soterradas e ilhadas /Leo Fontes/O Tempo/Estadão Conteúdo