Por Caroline Maldonado, no Campo Grande News
Com o antebraço direito quebrado, um garoto indígena de 12 anos espera há três meses por atendimento. O menino, da etnia Kadiwéu, vive na Aldeia Alves de Barros, em Bodoquena, a 270 quilômetros de Campo Grande. Ele conseguiu vaga no Hospital de Aquidauana, mas o transporte depende de um departamento especial de saúde indígena.
A informação que a família recebeu é de que uma equipe foi buscar o garoto, mas ele não estava lá, três dias depois da queda, no dia 16 de novembro. Ocorre que a família afirma não ter saído da comunidade e não ter visto nenhum veículo da Sesai (Secretária Especial de Saúde Indígena) por lá, naqueles dias. Com o tempo, o osso do antebraço do garoto está calcificando torto e ele conta apenas com medicação oferecida pelo posto da aldeia.
O Campo Grande News tentou contato, via telefone, com o coordenador do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena), Hilário da Silva, mas as ligações não foram atendidas. Outro funcionário da coordenação daSaúde Indígena no Estado, que preferiu não se identificar, disse que as informações só podem ser passadas à imprensa por meio da assessoria, em Brasília. Como se trata de fim de semana, a reportagem não conseguiu contato com a assessoria da Sesai.
Outro caso
No dia 6 de janeiro, um menino de pouco mais de um ano de idade morreu em acampamento indígena na região de Coronel Sapucaia, a 400 quilômetros da Capital. Consta no boletim de ocorrência que a Funai (Fundação Nacional do Índio) solicitou socorro ao órgão de saúdeindígena, mas a ambulância não foi até o local e depois de algum tempo, Jadisom Batista Lopes morreu, no acampamento Kurussu Amba.
Na ocasião, a coordenação da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) confirmou que não houve atendimento, porém justificou que más condições da estrada que dá acesso ao acampamento impediram que os socorristas chegassem ao local.
Direto das Ruas – As informações sobre o garoto Kadiwéu foram enviadas à redação do Campo Grande News via WhatsApp, pelo canal Direto das Ruas. Pelo número (67) 9687-7598 ou então pelo e-mail [email protected], podem ser enviados flagrantes, sugestões de matérias, notícias, fotos, áudios e vídeos.