Do IML ao “rio de cima”: uma passagem de dois meses

Morte para indígenas é a viagem para um rio sobre o céu, e grupo lutou para vítima ter direito à essa passagem

Por Juliana Beata, em O Tempo

Para nadar no “rio de cima” (expressão que representa a vida após a morte para algumas etnias), José Januário da Silva, 57, levou tudo o que coube no “latifúndio” localizado na quadra 8A do Cemitério da Paz: chocalho, colares e penas. Não era cova grande, nem cova medida, tampouco a terra que ele queria ver dividida. Mas foi na última segunda-feira, após ficar 67 dias em uma das gavetas da câmara fria do Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte, que ele pôde, enfim, ser exaltado como um representante da tribo Fulni-ô, de Pernambuco, e receber as honras de seus parentes indígenas, como eles se referem uns aos outros. (mais…)

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