Na Abrasco
Sob o tema “Pensamento Crítico, Emancipação e Alteridade: Agir em Saúde na (A)diversidade” a 7ª edição do Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Abrasco vai refletir a pluralidade de experiências sociais e os respectivos contrastes e tensões expressos na vida de pessoas e coletividades no contexto contemporâneo.
O 7º CBCSHS, que acontecerá em Cuiabá, Mato Grosso, na região do Pantanal do Brasil, no período de 09 A 12 de Outubro de 2016, pretende reunir pesquisadores, docentes, profissionais, estudantes de pós-graduação e graduação nas áreas de ciências humanas e sociais voltadas para a saúde e participantes de movimentos sociais envolvidos. A programação científica vai expressar as preocupações de pesquisadores do campo das Ciências Sociais e Humanas em Saúde com a atual situação, extremamente complexa e desafiadora de “sermos sociedade”, e decorre da reflexão sobre a pluralidade de experiências sociais nos seus mais diferentes níveis e sobre os respectivos contrastes e tensões que carregam no contexto contemporâneo e que se expressam na vida de pessoas e coletividades.
“Esta sétima edição do Congresso segue reafirmando seu compromisso com a vida, buscando encontros que produzam novas possibilidades de pensamento. Serão muito bem vindos aqueles que querem pensar, debater, construir e refinar a nossa ampla participação no campo da saúde e no desenvolvimento da Saúde Coletiva brasileira!” convida Tatiana Engel Gerhardt, presidente do 7º CBCSHS.
Identidade visual
Com um congresso sendo feito na região Centro-Oeste do Brasil, algumas linguagens locais importantes são fontes inspiradoras do congresso: não só geográfico, mas, sobretudo crítico-reflexivo. É o caso da obra de Manoel de Barros e a fotografia de Mike Bueno, intitulada Dormitório de pássaros na Baia Sinhá Mariana, Mato Grosso. A foto remete ao acolhendo da diversidade das várias espécies de pássaros, aqui representados pelos biguás, garças brancas pequenas, colhereiro, arara e outros.
O espelhamento do dormitório na lâmina d’água reflete, ao mesmo tempo, eu mesmo e o outro, o contraponto, o diferente; mas também refrata podendo simbolizar a adversidade, a destruição dos ninhos pela mesma água que os alimenta, ou seja, na verdade é o igual pelo “avesso”. Tal (a)diversidade está presente no pantanal e molda-se em meio a coexistências contrastantes de supostas fronteiras movediças e fluidas de riqueza e pobreza, seca e cheia, escassez e abundância.
O Centro-Oeste representa esta socio-diversidade (e adversidade) nos diferentes ambientes que o compõe (pantanal, cerrado, amazônia) e na população que aqui vive (ribeirinhas, campesinas, migrantes, quilombolas, indígenas) ou transita; com suas peculiaridades no modo de pensar, sentir, olhar e agir, devendo, portanto, ser amplamente consideradas pelas ações no campo da saúde. A região, no entanto, é permeável aos contextos e processos mais amplos, nacionais, globais, afetando-se de diferentes formas, seja em diversidade ou adversidades, mas não sem respostas originais, críticas e de resistências.
Neste sentido, Manoel de Barros nos fala de uma paisagem do pantanal em estado contínuo de germinação e decomposição e de um “Mundo renovado” (1997, p.29): “No Pantanal ninguém pode passar régua. Sobre muito quando chove. A régua é existidura de limite. E o Pantanal não tem limites”.
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Imagem destacada: Arte a partir da fotografia de Mike Bueno, intitulada Dormitório de pássaros na Baia Sinhá Mariana, Mato Grosso, remete ao acolhendo da diversidade das várias espécies de pássaros, aqui representados pelos biguás, garças brancas pequenas, colhereiro, arara e outros – Divulgação Abrasco
Enviada para Combate Racismo Ambiental por Íris Morais Araújo.