Povos indígenas do nordeste de Minas, sua história e sua missão

Por Cimi Regional Leste

O Cimi Regional Leste e a Pastoral Indigenista da Diocese de Teófilo Otoni realizaram nos dias 15 e 16 de abril seminário sobre os Povos Indígenas do Nordeste de Minas Gerais. O Evento foi realizado no SESC de Teófilo Otoni. No dia 15 como o tema: “POVOS INDÍGENAS DO NORDESTE DE MINAS, SUA HISTORIA E SUA MISSÃO”, foi realizada uma roda de conversa com as lideranças indígenas da região, juntamente com parceiros, aliados, órgãos governamentais. Os povos presentes: Mukurin, Aranã, Pankararu, relataram suas trajetórias, desafios e dificuldades, logo após Geralda Chaves Soares, pedagoga e indigenista, profunda conhecedora da realidade dos povos indígenas do Nordeste de Minas, repassou alguns dados históricos sobre os povos presentes.

A última explanação da noite foi do jovem cacique Ramon do povo Tupinambá de Olivença do sul da Bahia, convidado do evento, o cacique relatou a longa trajetória de luta do povo Tupinambá desde a invasão do Brasil, que eles chamam de “achamento do Brasil” até as lutas dos dias atuais, como a da recente prisão do cacique Babau, na luta pela garantia de seus direitos, ele também falou sobre o processo de resgate da língua Tupi, dos rituais, do processo de formação do seu povo, os desafios e as vitórias. Após este primeiro momento de explanação os presentes puderam participar com perguntas, complementações e sugestões.

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No dia 16, com o tema: “A LUTA E ORGANIZAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS NA ATUALIDADE”, contando além dos parceiros, aliados, órgãos governamentais, que estiveram presentes na noite anterior, mais de 200 alunos do SESC participaram do evento. A plenária foi organizada em dois espaços diferentes. No primeiro momento todos no auditório social do SESC puderam ouvir um pequeno resumo da situação dos povos indígenas em todo o Brasil, relato feito pelo representante do Cimi Regional Leste, Haroldo Heleno.

Em seguida os alunos do SESC se dirigiram para o anfiteatro do SESC, onde o cacique Ramon e Geralda Chaves fizeram uma riquíssima explanação sobre a realidade dos povos indígenas e houve uma intensa interação dos alunos com perguntas, questionamentos, curiosidades. No salão social, Heleno deu continuidade à reflexão com uma analise de conjuntura levantado uma serie de desafios impostos sobre os povos indígenas com destaques para a PEC 215, e a equivocada reinterpretação sobre a questão do Marco Temporal feita pela 2ª turma do STF.

Antônio Eduardo da coordenação colegiada do Cimi Leste fez uma analise de conjuntura mais ampla levantando o atual momento que vivenciamos no Brasil, fazendo um link com outras realidades que estão acontecendo em toda América Latina, que é o realinhamento do capital e suas consequências. Após este momento conjuntural os parceiros e aliados relataram o que cada um tem feito junto aos povos indígenas no nordeste de Minas.

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Por fim, os representantes dos povos presentes solicitaram mais apoio e ajuda as suas lutas e houve um momento de apresentação dos aliados, parceiros e dos órgãos governamentais de propostas, sugestões e encaminhamentos concretos de apoio, acompanhamento e atividades que visam consolidar e garantir os direitos destes povos indígenas. Também ficou clara a necessidade de uma melhor articulação e organização dos povos indígenas desta região entre eles mesmos e com outros povos indígenas do Brasil.

O Cimi apresentou uma pequena agenda de acompanhamento bem como o fortalecimento do trabalho com o apoio da Igreja local, a partir do bispo diocesano, Dom Aloísio Pena Vitral, da participação e presença efetiva da pastoral indigenista da diocese de Teófilo Otoni e do apoio de diversos Padres e Pastorais diocesanas, entre elas as Pastorais Sociais.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Haroldo Heleno.

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