Por Carlos Dayrell
Estamos vivendo um tempo em que a opressão é imposta exatamente pelos setores que deveriam proteger a democracia: o Congresso Nacional, o Judiciário (acovardado), a mídia pública.
Estamos assistindo à destruição do Estado e da esperança de milhões de brasileiros em um momento onde, a menos de 100 dias do início das solenidades da Olimpíadas, deveríamos estar celebrando a nossa nacionalidade.
O cinismo escancarado de Cunha e Temer é o retrato desta operação, onde o mercado, os interesses dos conglomerados financeiros em conluio com setores da mídia empresarial a serviço dos interesses da direita, são de fato os interventores que operam o Golpe.
Nos anos 1970, em um contexto de opressão operada pela Ditadura Civil Militar, de perda de esperanças, milhares de brasileiros democratas optaram pela clandestinidade e pela luta armada para lutarem pelo restabelecimento do estado de direito. Eu fico me perguntando, até quando a nossa população vai ficar assistindo de forma impassível à violência que está sendo cometida à luz do dia contra todos e todas.
A esperança que temos estão nas palavras e ações de Ghandi, de Martin Luther King que enfrentaram no seu tempo e ao seu modo as poderosas forças da opressão.
As palavras de Mahatma Ghandi retornam como uma espiral atualizando o nosso tempo: “Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo”.