A 1ª Cúpula Humanitária Mundial e a culpa da ineficácia de um pacto

Por Alenice Baeta

A partir de uma iniciativa da ONU-Organizações das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura e de várias entidades vinculadas à luta pelos direitos humanos e sociais foi organizado e planejado um encontro internacional em Istambul, na Turquia, denominado ‘Primeira Cúpula Humanitária Mundial’ (WHS, sua sigla em inglês), nos dias 23 e 24 de Maio.

Nesse encontro, foi prevista a celebração de um grande pacto, envolvendo importantes líderes mundiais. Estiveram presentes no evento 173 Estados-membros, 55 chefes de Estado e de governo, cerca de 350 representantes do setor privado e mais de 2 mil pessoas da sociedade civil e de organizações não governamentais.

Os representantes que aceitaram essa convocação e participaram do evento assumiram levar adiante uma ‘Agenda pela Humanidade’, apresentada por Ban Ki-Moon, Secretário Geral da ONU.

Mais de 125 milhões de mulheres, homens e crianças em todo o mundo necessitam de assistência humanitária emergencial. A análise é que desde a Segunda Guerra Mundial nunca houve tantas pessoas forçadas a abandonar seus lares.

Foram cinco as responsabilidades discutidas na sessão plenária em Istambul: prevenir e pôr fim a conflitos; respeitar regras de guerra; não deixar ninguém para trás; trabalhar de diferentes formas para eliminar carências e  investir na humanidade. Ainda foram discutidas as principais linhas comuns de ação, com o objetivo de garantir a viabilização de financiamentos e ajudas humanitárias.

As mesas redondas abordaram temas fundamentais, tais como: prevenção e o fim de conflitos; crise de refugiados e deslocados; igualdade de gênero; resposta aos desastres naturais e alterações climáticas. A Agenda ainda prevê colocar as pessoas em primeiro lugar, resgatando a dignidade e a alteridade, criando uma ‘coalização de resiliência’ visando garantir a estabilidade e a segurança das comunidades em todo o mundo. Dentre os compromissos firmados, foi proposta a criação de um ‘fundo educacional para as crianças e jovens em situação de crise humanitária’.

Apesar da grande participação, foi muito criticada a ausência de determinados chefes de governo nesse evento, dentre eles, dos países que fazem parte do G7, com exceção da chanceler alemã Angela Merkel, que compareceu à Cúpula.

Preocupante de fato essas ausências, tendo em vista que se trata dos principais ‘doadores’ de recursos para ações humanitárias. O desafio inicial será então agregar tais ‘ausentes’ e garantir seus possíveis compromissos com a ‘Agenda pela Humanidade’, para que a coalização proposta possa de fato atingir as suas metas ainda em tempo hábil.

Maiores informações:

www.worldhumanitariansummit.org

Foto: Crianças em um centro de refugiados na Turquia.

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