CIR repudia massacre contra povos indígenas Guarani e Kaiowá de Mato Grosso do Sul

Até quando esse massacre contra nós povos indígenas do Brasil, contra os povos indígenas de Mato Grosso do Sul?

CIR

O Conselho Indígena de Roraima (CIR), diante do massacre cometido contra os povos indígenas Guarani e Kaiowá, da Terra Indígena Dourados – Amambai Peguá, município de Caarapó do estado de Mato Grosso do Sul, ocorrido nesta terça-feira, 14, tirando a vida de mais uma liderança indígena, Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, 26 anos, e deixando outros seis gravemente feridos, entre eles, uma criança, veemente repudia o massacre e ao mesmo tempo, manifesta ao Estado e a sociedade brasileira um questionamento. Até quando esse massacre contra nós povos indígenas do Brasil, contra os povos indígenas de Mato Grosso do Sul?

De longe acompanhamos tamanho massacre, violência e ameaça cometido contra nossos parentes indígenas de Mato Grosso do Sul, mas podemos sentir na pele a dor da violência, da morte, a agonia da perseguição, sobretudo, da falta de sensibilidade e respeito humano que nos afetam cotidianamente.  

O cenário de massacre provocado a mando dos fazendeiros, latifundiários, do agronegócio desse país, culmina, com uma série de ataques aos nossos direitos originários, principalmente, os nossos direitos a terra, fonte da nossa vida. Entre os ataques, temos como principal ameaça a Proposta de Emenda Constitucional 215 (PEC 215) e outros projetos como, construção de hidrelétricas, mineradoras, rodovias, que visam avançar sobre nossos territórios indígenas.

Mas a luta pela defesa dos territórios indígenas tem sido uma luta contínua e pouco a pouco vamos reconquistamos nossas terras que, historicamente, foram invadidas, roubadas e hoje, serve como máquina de destruição nas mãos dos grandes fazendeiros, latifundiários que cada vez mais insistem em avançam sobre os nossos territórios sagrados.

Diante desse cenário de massacre à nós povos indígenas do Brasil, em especial, aos povos indígenas de Mato Grosso do Sul, o CIR, em nome das lideranças indígenas das diversas regiões, somando uma população de aproximadamente 60 mil indígenas, de 470 comunidades indígenas, dessas comunidades, atuando em 235, pertencentes aos povos indígenas Macuxi, Wapichana, Ingaricó, Patamona, Sapará, Taurenpag, Wai-Wai, Yanomami e Yekuana, também presta solidariedade aos familiares de Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, e na certeza de que a luta indígena no Brasil é uma luta coletiva, manifesta sentimentos de esperança, força e resistência aos parentes indígenas Guarani e Kaiowá e demais povos do Brasil.

Juntos pela resistência e luta indígena no Brasil.

Boa Vista, 15 de junho de 2016.

Conselho Indígena de Roraima

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